27.6.17

Desejo de consumo #21


Vestir a herdeira veraneante com ananases.

Da Macaquinhos, aqui.
  
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26.6.17

Subjugação

Ainda que seja um exercício que não adoro, isto de ter vários negócios leva-me a lidar com todo o tipo de clientes. Até tenho na calha um texto sarcástico sobre os diversos tipos de clientes que existem, mas hesito em publicar não vão algumas pessoas não saber ler e atirar-me para uma vida de fome.

Por entre os vários tipos de clientes que existem, a que mais me causa aflição é a cliente que gosta de uma peça, fica horas de volta de uma peça, namora a peça e tem uma única hesitação sofrida: não sabe se o namorado/marido vai gostar. E ali fica que tempos à espera que chegue um momento iluminado ou, o maior desejo, que aparecesse de surpresa o namorado/marido que toma a decisão por ela.

Não me refiro a uma simples questão de opinião do namorado/marido, isso todas pedimos. Falo de a opinião dele determinar se a compra vai ser efectuada ou não.

Honestamente estou-me nas tintas se a venda é efectuada ou não. Falo do lado da compra em que fico ali a observar toda aquela hesitação com impressão e a ouvir as interrogações saídas por entre os dentes: "e se ele não gostar...?". Lá lembro que pode trocar, mas não é nada daquilo que me apetece dizer.

Clientes assim deixam-me a suspirar, sinto-me à beirinha de me meter onde não sou chamada com vontade de as sacudir para a realidade: "mas quem é que tem de gostar?" ou "quantas vezes a sua opinião determina as vontades dele?".

Não consigo compreender mulheres às quais lhes falta firmeza na simples decisão de uma compra. Se é assim para a compra de um bem não fundamental, nem quero imaginar nas decisões importantes. Fico impressionada a pensar quão infeliz eu seria no lugar destas mulheres, a pensar no quanto me choca a dependência de decisão (ou será autorização?). Mas depois lembro-me que não tenho nada com que ficar impressionada, a maioria das mulheres assim são-no exactamente porque preferem assim, alguém que decida tudo por elas com direito de veto.

Lembro-me de um casamento a que fui com o PAM no início do nosso namoro, saí do quarto com um vestido que ele nunca tinha visto e confessou que não gostava. Mas eu gostava e assumi a minha escolha. Não mudei de roupa, respondi "tu aguentas!", mas uma destas mulheres teria dado a volta para mudar de vestido.

Tanta fraqueza e subjugação deixa-me horrorizada. Vejo isto em mulheres (diferentes) em todas as colecções que vou lançando.


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Maternidade e internet: que partilha de informação podemos esperar encontrar na web?



Ainda não comecei a escrever o texto e já me estou a rir. Mas é a rir com medo, que isto é uma coisa sinistra, digna de provocar receios.

Ao fim de uns dias de saber que está grávida, o que faz uma mulher? Escarafuncha o Google com mil e uma questões. E nisto brotam mil e um fóruns com perguntas e respostas. E uma pessoa lê. E uma pessoa não acredita no que está a ler. Recomendação honesta: fujam, não vão por aí.

Nas minhas procuras por informação (das quais acabei por desistir), deu-me a sensação de que todas as pessoas de QI limitado se encontram nestes fóruns. E pior, dão conselhos umas às outras: desde mulheres que não querem gastar dinheiro num teste de gravidez, relatam sintomas e pedem sentença para um positivo ou negativo até mães com filhos doentes que recomendam antibióticos umas às outras, há de tudo. E é sinistro.

Além dos fóruns, existem ainda os grupos de facebook, igualmente sinistros e todos sabemos como o facebook pode acabar por ser um palco de loucura, muito bem representado por aquilo que eu chamo de “mães extremosas”, aquelas que são melhores que todas as outras juntas, só elas sofreram pelos seus filhos, só elas têm informação válida, só elas dominam o mundo das crianças e dos bebés e só os seus métodos estão correctos. Só que não, aos meus olhos são as criaturas mais sinistras e vis para com outras mulheres, vivem num mundo fechado e escuro onde não entra ar há muito tempo, dando a sensação que escrevem no teclado com uma mão, seguram uma faca afiada na outra mão, enquanto um terceiro braço que só elas têm por serem super-poderosas embalam uma criança que dorme.

Faço parte de um grupo facebook de mães da minha zona, do bairro onde vivo, e é só. É um grupo pequeno que conta com cerca de 500 membros em vez das centenas de milhares, como existem outros grupos de maternidade. No meu grupo nunca me deparei com cenários dantescos de quem quer substituir-se a um médico, pessoas que se agridem verbalmente, nunca me deparei com o mais leve incómodo por falta de educação. Mas há dias, num desses grupos grandes, uma amiga minha perguntou se alguém recomendava uma empregada que fosse trabalhar com boa cara, com vontade de trabalhar em vez de carregar um sentimento depressivo contagiante que já tinha experimentado outras vezes. Ui, o que ela foi pedir! Logo brotaram mães a gozar com ela “depois digam como é trabalhar com esta gaja!”, “e escravos, não queres?”, “temos de andar todos felizes, olha-me esta!” e outras respostas sempre muito educadas e carregadinhas de sentido cívico.

Em suma e opinião pessoal, ainda que eu esteja a gostar de pertencer ao grupo de mães do meu bairro (e até tenho sido participativa contribuindo com alguma informação), não se deve esperar muito da internet em grupos/fóruns de mães de grande dimensão. Percebo que muitas vezes seja difícil encontrar informação e aconteceu-me até com livros. Lembro-me de ir a uma livraria no início da gravidez, de estar perante uma estante cheia de livros sobre grávidas e bebés, ir abrindo para acabar a ler conteúdos como “parabéns, esta é a fase mais feliz da sua vida!”. Não há paciência. Para umas mulheres pode ser, para outras não, mas este tipo de conteúdos obriga todas as mulheres à obrigação de se sentirem iguais e as que saem do baralho, sentem-se mal e incompreendidas. Eu só queria um livro informativo do ponto de vista científico, sem romances à mistura, sem me dizerem o que devia sentir emocionalmente e não encontrei. Desisti de comprar um livro.

No fim de contas, a minha recomendação é que façam uma lista de perguntas e que exponham essas questões ao médico assistente e apenas (única e exclusivamente) a pessoas em quem confiam e com quem se identificam no que respeita à maternidade e à forma de estar na vida.

Reduzir o círculo e procurar informação nos mais próximos, escolhendo as pessoas a dedo, é a solução perfeita. Acabam com informação válida nas mãos e sem grandes desvarios. Se começam a variar muito acabam é com as mãos na cabeça, sobretudo se confiarem no que vai escrito pela internet.

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21.6.17

Um dia mato este gajo #87


"Look harder!". É isto, sem tirar nem pôr.


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19.6.17

Como foi o meu 2º trimestre de gravidez? O melhor e o pior


Nota: as gravidezes não são todas iguais (longe disso!), pelo que a minha impressão sobre o segundo trimestre é pessoal. Umas mulheres identificar-se-ão, outras nem pensar. E quem não se identificar não deve estranhar ou pensar que há algo de errado. Em caso de dúvida deve consultar-se o médico assistente e não a grávida ao lado.

Literalmente da 13ª para a 14ª semana, a passagem do primeiro para o segundo trimestre, os enjoos desapareceram. Os livros bem dizem que nesta altura tudo melhora, mas nunca imaginei que fosse de um dia para o outro, quase a régua e esquadro.

O segundo trimestre é o melhor, toda a felicidade ao rubro. Se eu já estava de sorriso fácil, nesta altura nem consigo explicar o bom que foi contar às pessoas mais próximas, ver as reacções e ficar com a certeza que gostam de nós (eu, o pai da criança e a criança). Não é que antes houvesse dúvidas, mas senti-me verdadeiramente querida e, novidade, havia também e mim uma sensação de contentamento por gostarem do bebé que tinha na barriga. Ao partilhar a notícia havia um sentimento novo, já não era só eu que gostava dela.

Mas também não posso mentir - sendo que o que conta no coração são as pessoas que nos interessam e os sentimentos positivos - há aquelas que não têm muito interesse e nos maçam com coisas não interessam a ninguém (ou nós é que não temos interesse em ouvi-las), armadas em doutoras obstetras, prontas a passar receitas das vitaminas que temos de tomar como se não tivéssemos médico assistente, teorizando sobre o que podemos e não podemos fazer, maçando-nos com profecias do tipo “a voz da verdade”, quase como quem nos quer deixar de mal com a vida traçando cenários horríveis do que vai ser a nossa vida quando o bebé chegar. O truque é desligar, fingir que se ouve e não ouvir mesmo.

Nesta fase, ver o bebé na ecografia já com ares de bebé em vez de um feijão, é maravilhoso. No meu caso nunca foi para me emocionar, era simplesmente bom e dava vontade de sorrir. Começar a ver a barriga crescer timidamente foi engraçado, sobretudo porque era de facto uma barriga tímida, para mim evidente, para os meus primos “isso é prisão de ventre”. E eu ria, enquanto trocava fotografias com outras grávidas da família.

No início desta fase as maminhas voltaram ao lugar, passaram as dores e o inchaço e voltei aos soutiens do costume. Em meados do segundo trimestre o cabelo que sempre tive de qualidade miserável, em pouca quantidade, com queda crónica e fino, tornou-se maravilhoso. O cabelo literalmente deixou de cair e foi acompanhado por uma pele do rosto luminosa. Sou capaz de lavar o cabelo, pentear e só caírem dois cabelos. É bom demais! Com o tempo, começou a ganhar volume, a cabeleira ficou mais cheia e não há quem não note diferença. Infelizmente isto não deve durar para sempre, pelo que vou dizendo ao homem surpreendido com a minha melena que aproveite para tirar fotografias, porque depois cai tudo, já me estou a mentalizar.

É no segundo trimestre que começamos a sentir os primeiros movimentos do bebé que muitas mulheres dizem ser como “borboletas”. Não consigo fazer essa associação, mas de uma forma menos romântica é como sentir gases a passar no intestino, mas sem soltar gases. Bem sei, não é a coisa mais bonita que gostariam de ler, mas é a verdade. E se não sai ar, sabemos que foi um toque do bebé.
Esta é uma fase em que as pessoas têm vontade de partilhar as suas experiências, contar as suas histórias e temos interesse em ouvir sem que seja um eterno enfado. Na verdade, temos vontade de ouvir e fazer perguntas, enquanto começamos a espreitar roupas de bebés em sites e armários alheios, a fazer listas do que vamos precisar, a alinhar tarefas e, no meu caso, com a felicidade de perceber que iria ter muita coisa, mas mesmo muita coisa, emprestada. E não imaginam o dinheiro que se poupa!

O pior do segundo trimestre, no meu caso foi deixar de conseguir estar de barriga para cima. Não dava nem para ler um livro, ler uma revista, ver TV, só conseguia de lado. Foi uma limitação inacreditável, impossível de combater, eram 20 segundos para começar a sentir que iria perder os sentidos. Parece que não acontece com todas as mulheres, mas esta indisposição é explicada pela veia cava, que passa algures atrás do útero, agora com peso no seu interior, comprometendo a circulação e por isso dando a sensação de ficar sem pinga de sangue.

A isto juntou-se uma sensação de peso no baixo-ventre ao andar, algumas quebras de tensão, uma desconfortável falta de ar ao mais pequeno movimento (às vezes até no discurso a falar), como quem sobe escadas e fica sem fôlego. Foi no fim do segundo trimestre que desisti do ginásio, tinha a barriga muito subida, a caixa-de-ar reduzida e sentia-me mal. Tive pena, foi mesmo a única razão para deixar o exercício.

Não posso esquecer as noites em que se acorda no nada, “plim!”, tão diferente do primeiro trimestre em que parecia hibernar, no segundo dormia três horas e acordava com a frescura de quem dorme dez horas. E se não acordasse do nada, a bexiga do tamanho de uma ervilha encarregava-se de o fazer, com constantes idas ao WC em que cheguei a contar seis vezes numa noite. Umas vezes ia e voltava para a cama sem saber como, em modo zombie, outras ficava desperta como um alho e demorava horas a voltar a adormecer. Vezes tive em que desisti e me levantei de madrugada aproveitando para trabalhar ou fazer outras coisas, do tipo arrumar a gaveta das camisolas. Interessante!

Na área estética dentro deste trimestre, para mim ver o umbigo saltar foi um desgosto, mas não salta de um dia para o outro, foi com tempo para me habituar à ideia e quando esticou já nem queria saber. A linha nigra nunca se revelou grande coisa em mim, tomei precauções com um sérum anti-manchas, trabalho que valeu a pena. O peso aumentou muito pouco, sempre ligeiramente abaixo do recomendado e até poderia vestir as minhas calças elásticas habituais, não fosse a zona do botão incomodar-me. Lá para os cinco meses optei então por adquirir jeans de grávida, que tenho adorado e tenho a certeza que vou ter saudades de todas as calças de maternidade que fui adquirindo ou me ofereceram.

Mas depois, no que toca a olhar ao espelho, tanto houve dias em que me sentia gira como me sentia feia. Não sou o tipo de mulher que acha o corpo de grávida bonito, mas procurei cuidar-me o melhor que pude e aprendi a aceitar-me. O importante é cuidar, fazer pela saúde e pensar que a gravidez não dura para sempre. Nesta fase nunca me senti gorda e toda a gente me dizia que eu era uma “barriga com pernas”, o que ajudou na auto-estima.

Apesar de todos estes “senãos” em que colocaria a falta de ar e o não conseguir estar de barriga para cima no pódio do pior do segundo trimestre, senti-me feita de alguma fibra em jeito de “isto não importa nada” ou “isto vai passar, nada de dramatismos”. E dou a minha palavra, tenho encarado tudo em paz, embora com alguns queixumes em jeito de desabafo. Já quase a chegar ao fim da gravidez, só tive um dia francamente mau em que queria dar o grito do Ipiranga, uma neura dos diabos com vontade de deixar tudo para trás e não querer que vivalma me dirigisse a palavra. Aconteceu no 3º trimestre e deixo para esse texto quando a gravidez efectivamente acabar e puder fazer um balanço com maior rigor dessa fase. Sim, o último trimestre é o pior, nem vale a pena inventar.

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13.6.17

I love home style #21



O que eu gosto de armários e arrumação!


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12.6.17

Compras baby #1



  

O fim-de-semana foi assim, cheio de passeios e compras, agora que é mais seguro fazer com a herdeira nos acompanhe começámos a sair mais vezes de casa. E foi pela primeira vez a um restaurante! Levámos a herdeira a cheirar sushi no nosso preferido Amaterasu, foi ainda aos melhores gelados do país, a Davvero (que agora tem loja no CCB), foi a um brunch e até foi às compras.

Passo a vida a receber contactos com pedidos para saber onde comprei determinada peça, que artigos recomendo, qual a minha experiência com determinada marca de cremes, é um sem fim de perguntas, pelo que vou passar a deixar algumas dicas.

1. Ultimamente tenho recebido imensa roupa que era das primas, mas aqueles vestidos lindos com golas com este calor fazem-me confusão. Além disso, a herdeira é maior do que eram as primas pelo que há vestidos que já nem entram e comprámos estes jumpsuits de algodão na H&M, bem soltos para não se colar ao corpo nestes dias mais quentes e que custaram 13€ o par.

2. Filha que é minha filha tem acessórios com estrelas! Andava em busca de uma capa para o ovo que tinha de mudar urgentemente, pois a que tinha (que era antiga, das primas) era de inverno com tecido polar e já não dava mais. Felizmente encontrei rapidamente uma capa mesmo ao meu gosto, na Zippy e custou cerca de 25€. Nas redes sociais logo perguntaram de onde era a capa (os xuxus não perdem tempo!) e informo já que existe com estrelas cor-de-rosa e com estrelas azuis, mas eu preferi a versão azul.

3. Há coisas que mais vale a pena comprar logo em bom. Precisava de uma persiana para o carro para proteger a cara da herdeira do sol. Vi umas coisas muito moles e baratuxas, mas a criança vai precisar disto até tarde, pelo que quis comprar logo em bom. Encontrei persianas de óptima qualidade na Chicco por 20€, uma embalagem com duas persianas, uma para cada carro e não se fala mais no assunto.

4. Perdi-me de amores por este tops de algodão com flores. Gostei tanto que depois ainda comprámos um igual com morangos, também na H&M, cada um por 5€.

5. Estava na altura de comprar tetinas para 3 meses e mais um biberão que me fazia falta, arrumei o assunto na Zippy.


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Tenho sardinhas para oferecer!



Desculpem a cabeça da sardinha, necessidades altas se levantaram!


Santo António, Santo Antoninho,
não me engordes nem um quilinho.
Eu quero é chocolate,
não ponho a vontade de parte.

O verão está aí,
penso: "venha daí!",
Mas olho-me ao espelho
e 'tou do tamanho de um concelho.

A balança é dura, 
mas a vontade é pura.
Eu quero é chocolate,
não terei pernas de alicate.

Dá-me sardinhas,
de chocolate ainda melhor.
Eu bato palmilhas,
se a dieta correr melhor.

Deixo este passatempo,
sem nenhum contratempo.
Boa sorte aos participantes,
não ficareis elegantes.

A Arcádia é boa demais,
tão boa quanto arraiais.
Boa sorte, manjericos!
Mas atenção a esses namoricos.



Viva os Santos Populares! Esta pérola de blogue e a Arcádia Casa do Chocolate têm para oferecer dois conjuntos de Santos Populares compostos por uma embalagem de Sardinhas de Chocolate e um Manjerico de Drageias de Licor Bonjour. Ó para esta maravilha de sardinhas!

Para ganhar um destes conjuntos têm de preencher os espaços abaixo, fazer um “Gosto” no Facebook da Arcádia aqui e rezar aos santinhos pela sorte. Há quem peça casamento, este ano terão de pedir também pelas sardinhas de chocolate e por um manjerico que não murcha.

Depois de apurados os vencedores por escolha aleatória através do Random.Org, serão contactados pela marca para indicar o número de documento de identificação e informar qual a loja Arcádia onde pretendem levantar o prémio (ver aqui a rede de lojas).

Assim que os prémios estiverem disponíveis nas lojas indicadas, o vencedor será notificado pela marca através de email, tendo um mês para levantar o prémio na loja escolhida.

Têm até ao dia 16 de Junho. Boa sorte, manjericos!

***

Vencedores

Teresa Batista, do Porto

Filipa Vitorino, de Mosteiros-Arronches

PARABÉNS!


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Como foi o meu 1º trimestre de gravidez? O melhor e o pior


Nota: as gravidezes não são todas iguais (longe disso!), pelo que a minha impressão sobre o primeiro trimestre é pessoal. Umas mulheres identificar-se-ão, outras nem pensar. E quem não se identificar não deve estranhar ou pensar que há algo de errado. Em caso de dúvida deve consultar-se o médico assistente e não a grávida ao lado.

O meu primeiro trimestre de gravidez coincidiu com o verão. Acredito que seja muito diferente atravessar cada um dos trimestres com frio ou calor e até já ouvi mulheres que se recusam a voltar a ter filhos a meio do verão. Grávida sofre!

Para mim, a primeira alteração denunciadora de gravidez foram as maminhas. Eram umas dores, parecia que me estavam a pressionar nódoas negras só para me virar na cama. Em jeito de brincadeira costumava dizer: “parecem vidros!”. Além disso, estavam inchadas, a querer fugir do soutien. Foram as maminhas que me deram a certeza que estava grávida (ainda antes do teste), até porque não costumo sofrer de tensão mamária, muito menos com aquela violência. Este foi o primeiro “pior” da gravidez, não sendo nada de bom, também não foi nada que me deixasse em profundo sofrimento, serve apenas para categorizar “melhor e pior”.

Seguiram-se os enjoos. Ah, os enjoos! Estávamos em Junho quando fiz o teste de gravidez. Há quem fique enjoada e vomite por nove meses, eu só enjoei por três meses, mas curiosamente nunca vomitei. Na verdade, acho que preferia ter vomitado porque assim a agonia passava, mas nunca aconteceu. E no fundo, muitas vezes não percebi se estava enjoada fruto da gravidez ou do calor. Acreditem, foi um verão generoso em termos de temperaturas e uma vez estive em Lyon em trabalho onde estavam 42ºC (literalmente) e, aí sim, foi um sofrimento horrível, eu só queria voltar para casa ou ficar deitada a olhar para o tecto debaixo de uma ventoinha em jeito de “deixem-me morrer aqui sozinha, esqueçam-me”.

A gravidez também me brindou com uma sonolência descomunal. Eu chegava a fechar os olhos nos semáforos só para aliviar as pálpebras. Como queria guardar segredo da gravidez, cheguei a mentir dizendo que ia estar umas horas em reunião para o caso de algumas pessoas me tentarem contactar. E ia directa para a cama dormir sestas de três horas! Sim, cheguei a dormir ferrada sestas intermináveis. E se alguns dias tive medo de estar a trocar horários ao sono ou a alimentar dificuldades em adormecer na hora de efectivamente dormir, não precisava dessa preocupação. À noite adormecia num tiro e dormia ferrada até ao dia seguinte. Achei inacreditável como o corpo me pedia que parasse para descansar, ele precisava de energias para fazer outros trabalhos. Ouvir e corpo e obedecer-lhe é do melhor que temos a fazer (sempre que exista oportunidade) e procurei sempre fazer por isso.

Com o cansaço e o sono, o cérebro tende a desaparecer algures para a estratosfera. Fiquei totó, com dificuldades para os raciocínios mais básicos e com uma enorme queda para disparates que nunca tinha feito antes, como tirar pratos na máquina de lavar para os colocar no frigorífico em vez de arrumar no armário ou, pior, deixar a mala (com dinheiro, cartões, telemóvel e tudo e tudo) em cima da bancada de uma loja, sair, entrar no carro e só aí dar por falta da mala. Deixei de me reconhecer, parecia que o cérebro tinha parado e não me acompanhava. Felizmente este estado durou pouco tempo.

É incrível como a gravidez pode ser transformadora nos cheiros e apetites. Cogumelos que comia quase todos os dias ao pequeno-almoço? Ah, o nojo que o cheiro me dava! Doces e chocolates? Blargh! Comida quente? Por favor não me torturem! Mas o meu espírito era antes enjoar de tudo do que ter vontade de comer metade do mundo. E desejei que isso durasse os 9 meses, só que não aconteceu, com muita pena minha. A minha médica obstetra chegou a passar-me receita de um medicamento para os enjoos, mas avisou-me de um efeito secundário: sonolência. E eu tinha de trabalhar, não podia passar a vida a dormir. Além disso, comecei a fazer contas de cabeça e tive medo que o medicamento me tirasse os enjoos para me abrir o apetite, pelo que nunca o comprei e preferi os enjoos, que também não me iriam matar. Com esta quase-estratégia, não registei qualquer aumento de peso e na verdade emagreci durante o primeiro trimestre. Mas eu costumo perder o apetite em meses de muito calor, pelo que não se registou em mim nada fora do habitual.

Pode parecer um cenário dantesco passar por estes sintomas, mas nunca os encarei como uma fatalidade. Não sei explicar, é algo que sabia que fazia parte e por isso aceitei com muita tranquilidade. E sentia-me feliz e optimista, o que é importante para aceitar todo o lado mau da gravidez.

Além de ficar eufórica ao saber que estava grávida de uma rapariga, eu estava constantemente bem-disposta, simpática, de bem com a vida e querida com os outros. Eu era daquelas pessoas que ia sozinha no carro e sorria para o mundo. Hormonas, não existe outra explicação. Há quem lhe dê para chorar e descontrolar as emoções, a mim deu-me para abraçar o mundo e gostar de toda a gente, ter vontade de acordar e encarar o dia, toda eu era boa disposição e felicidade.

Nunca quis ter barrigas grandes, não gosto e fui correspondida, foi um lado muito bom para mim. Ao longo do primeiro trimestre não tive sombra de barriga, pelo que andei na praia de bikini com a família e pude esconder a novidade enquanto quis, fazendo a minha vida igual. Pude ir ao ginásio, tudo com uma gravidez muito saudável que até me permitiu viajar. O lado mais triste dos planos de viagem que tinha durante a gravidez é que se tornaram impossíveis para destinos tropicais por causa do zika, o que me obrigou a cancelar dois destinos. Foi frustrante, mas jamais estaria em paz sabendo da presença de mosquitos infectados. Olhando para trás, se eu pensar bem, as limitações de viagem foi um dos factores que mais me incomodou durante a gravidez, mais do que os enjoos ou qualquer dor que possa ter tido. Mas a seu tempo retomarei velhos hábitos!

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De bilhete nas mãos



Tenho no chat um grupo de amigos doidos para fazer um cruzeiro. O problema é que a proposta de cruzeiro acontece no verão de 2018 e uma pessoa sabe lá o que é vida daqui a um ano. E depois eu só pensava "isso é no pico de vendas da ROS Beachwear, eu tenho de estar cá!", pelo que a ideia só de pensar me provocava ansiedade.

Não tendo eu a vida ligeira dos meus amigos com muito tempo disponível para o chat, deixei-os discutir o assunto enquanto eu ia lendo as linhas de conversa cheias de graçolas. Foram dias a fio, uns a desafiar-se aos outros, eles a picar o PAM encarregando-o de me convencer, o PAM a responder que era um homem castrado sem poder de decisão, até que decidi contribuir com singelas hastags de suma importância: #titanic #costaconcordia

Os dias passaram e como sou uma fraca está na minha mesa um bilhete para um cruzeiro para duas pessoas, num barquinho que leva nove mil pessoas, tudo daqui a um ano. Cedi à pressão, tomara que não enjoe ou vomito nas calças do JC que é o culpado disto tudo.

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10.6.17

Cozinhar com zero lactose







Entrada, prato e sobremesa. Há dias fui convidada pela Parmalat para ir cozinhar com natas de bater, natas de cozinhar e leite, tudo zero lactose.

Na verdade fui apenas comendo, não cheguei perto das panelas e não pude ficar para almoçar, mas este leite creme de laranja e hortelã está-me na cabeça desde então. Eu adoro leite creme bem fresco, tenho de fazer!

Fiquem com a receitas para fazerem um brilharete junto de convidados, todos os pratos cheiravam que era uma maravilha.


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9.6.17

Tempo de praia!



Agora que começa a época balnear, deixo-vos este vídeo maravilhoso para fazer circular e dar viralidade pela redes sociais. É muito bom e aquele gesto com os dedos é tão bem apanhado! 

Um saquinho para o lixo de cada vez que vamos à praia, está bem?

Aproveito e deixo alguns dos meus modelitos ROS Beachwear preferidos para este verão, sendo que eu não tenho nem um (nem unzinho!) e aguardo que cheguem os meus para poder pavonear-me na praia. Achavam que ficava com um de cada? Escolho apenas uns seis, já sei que desse lado seriam umas lambonas.

Ainda assim, suspeito que vou fazer muito pouca praia este ano. 
Trabalho a quanto obrigas!

















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8.6.17

O parto – parte III


30 seg. depois de as águas rebentarem.

O parto – parte I, aqui.
O parto – parte II, aqui.

Com a epidural em todo o seu esplendor eu estava uma nova mulher. Ia conversando com o PAM e ele fazia updates à família e amigas via WhatsApp. Eu estava mesmo porreira da vida quando senti um ploc, um barulho (que o PAM ouviu) e que me fez dar um sonoro ai!, não de dor, mas de susto. Como se a cria me tivesse dado um valente pontapé.

Cerca de um ou dois minutos depois, comecei a sentir um líquido quente a sair de mim. “Rebentaram as águas!”, avisei. Nunca pensei que pudesse vir a ouvir o estalar da bolsa. Voltei ao comando para chamar a enfermeira e como o líquido era abundante (já a médica tinha avisado que ia ser um dilúvio), começou a escorrer da marquesa a inundar o chão para preocupação do homem: “estás a molhar isto tudo!”.

Chegou a Dra. Catarina Gama Pinto a fazer uma festa (está-lhe no sangue), declarou três dedos e meio de dilatação, estava iniciado o trabalho de parto pois é a partir dos três dedos que declaram a coisa de “trabalho de parto”, antes disso é só uma brincadeira. Nunca mais me esqueço, as águas rebentaram às 16H30, a hora “Coca-Cola light” como lembrou a médica.

As enfermeiras lá tiveram o trabalho sujo de mudar tudo, a marquesa estava alagada e ali fiquei à espera que a evolução do trabalho de parto fosse firme e contínua como parecia estar a ser para contentamento de todos. No entanto, a herdeira nada de descer, continuava na garganta.

A meio da tarde o turno das enfermeiras mudou. Passei a receber a Enfª Carolina (não sei o apelido, sorry!), impecável, vi menos vezes, mas sempre uma querida. E ainda uma outra enfermeira (será enfermeira-parteira?) que vi até ao fim, a Enfª Joana Machado. A sério, se alguém a conhecer, digam-lhe que não tenho palavras de gratidão para ela.

Mais nova do que eu de certeza, profissionalismo, prontidão, amabilidade, confiança, firmeza, conhecimentos, tudo isto eram o nome do meio desta enfermeira. Queria tanto poder agradecer-lhe!
Na altura de troca de turno, a Enfª Joana Machado entrou na sala para se apresentar, dizendo que ia ficar comigo no que precisasse e perguntando como eu queria fazer o parto. Uma das minhas preocupações era a episiotomia, não me apetecia fazer por rotina, mas autorizava a fazer por necessidade. Pelo que pude avaliar nas minhas investigações, pior do que cortar certinho é rasgar sem orientação. Falei de uma pessoa que fez um dos partos nos EUA e que descreveu uma enfermeira que ficava a olhar para as partes baixas, a mexer, a dar massagens e elasticidade à pele, a orientar quando fazer força e quando aguentar, alguém que percebia do assunto e proporcionou um excelente pós-parto.

Ainda que eu não soubesse explicar bem o que estava a dizer, a Enfª percebeu do que estava a falar, disse-me que faria conforme o meu desejo, com ela tirei dúvidas, vi uma pessoa tão confiante, uma pessoa com quem gostei tanto de falar (e o PAM), que o profissionalismo e a amabilidade nos deixaram pelo beicinho e consentimos que no caso de a Dra. Catarina não ter disponibilidade ou não ser preciso intervenção médica, podia ser a Enfª Joana Machado a fazer o parto.

A tarde continuou, as duas enfermeiras entravam e saíam da sala para ver a evolução das minhas partes baixas, tudo a correr espectacular ao ritmo de dilatação de um dedo por hora, não podia desejar melhor.

Às tantas entraram na sala com um saquinho e um tubo. Explicaram uma coisa que nunca me passou pela cabeça: isto da epidural é fantástico, mas prende a urina na bexiga, é preciso tirar. Lá abri as pernas, a ideia era inserir um tubinho e fazer sair a urina para um saco. Mas cadê o furinho para chegar à minha bexiga? Foi uma risota, parece que tenho um furo falso (informação altamente interessante para o blogue), as duas estiveram que tempo em volta do meu pipi, eu de pernas abertas na sala, o PAM a olhar para aquilo tudo com o queixo nos sapatos, até que desistiram e decidiram chamar a Dra. Catarina Gama Pinto que observou o meu fenómeno, lá encontrou o que se procurava e não imaginam a quantidade de urina que saiu para um saco. Não dói nada, não se sente absolutamente nada, nem mesmo vontade de urinar e não há dúvida que a bexiga estava cheia. Portanto, se vão optar pela epidural, isto vai acontecer.

As horas foram passando, a Enfª Joana Machado regressou para ver o estado das coisas, a dilatação sempre a andar e fez uns exercícios dentro de mim para ajudar a esticar o colo do útero. Eu deitada não via, achava que tinha dois dedos dentro de mim, sentia tocar, mas não sentia dor. O PAM continuava com o queixo no chão, mais tarde contou-me que a Enfª tinha o punho totalmente dentro de mim, ele diz até ao cotovelo, mas devia ser um bocadinho menos.

Estava tudo a ser espectacular, praticamente com a dilatação completa, mas a herdeira continuava na garganta, nada de descer. Bem me dizia a Dra. Catarina nas consultas (e algumas leitoras do blogue) que a minha barriga estava muito alta. E continuava, até em trabalho de parto.

Então a Enfª Joana disse que era hora de atitude: “não gosto de grávidas na cama!”. Queria exercícios (eu tinha vontade zero), dar-me trabalho e lá me deu um bola de pilates e ensinou alguns exercícios. A ideia era obrigar a cria a descer, deixou-me a fazer os exercícios, voltaria à sala dentro de algum tempo.

Fiquei a fazer exercícios, resultaram nesta foto que gosto tanto , exercícios que deviam ajudar a cria a descer e o propósito era chegar a um ponto em que eu a sentisse perto de sair, com vontade de evacuar. Acho que estive umas duas horas nesses exercícios. E nada.

(Continua).


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7.6.17

O parto – parte II



O parto – parte I, aqui.

E eis que entrou na sala de partos a Dra. Fátima Pinhal, um anjo caído do céu. Sortuda a de qualquer parturiente que se cruzar com esta médica anestesista. Impecável, solidária naquele momento de dores, super explicativa, não fez nada sem informar. Se eu pudesse escolher uma anestesista a régua e esquadro, a Dra. Fátima preenchia todos os meus requisitos. Se na loucura viesse a ter mais filhos, adorava que voltasse a ser a minha médica anestesista. Mas é que gostei mesmo, mesmo, dela.

O PAM saiu do quarto para eu poder receber a epidural (assim obrigam), prepararam-me, o processo exigiu colaboração da minha parte para poder dizer “agora!” e marcar o momento em que podia avançar sem eu estar a contorcer-me de dores. A epidural doeu zero, mas zero, zerinho. A única coisa que senti foi a picada da anestesia, tão má como um alfinete de nada quando às vezes nos picamos num dedo. Tirar sangue é muito pior.

A Dra. Fátima avisou que ia sentir um frio correr nas costas, senti de facto e a partir daí foi abraçar o estado zen. Ao fim de 10 minutos a coisa estava muito mais simpática, ao fim de 20 minutos melhor ainda, ao fim de meia-hora sentia o efeito da epidural na sua plenitude. Aaah…, eu parecia outra, assim está bem! Erga-se um altar a quem inventou a epidural. Recebeu um Nobel da Medicina? Alguém tem de tratar disso, mudou a vida de muita gente.

Para a epidural recebemos uma anestesia local (a tal picadinha de nada) entre duas vértebras da coluna lombar. A seguir é inserido um pequeno tubinho, o cateter epidural, e tudo é preso às costas com fitas (que mais tarde nos arrancam a penugem toda da pele, mas tudo por uma boa causa). Nesta altura fazem logo o aviso para não arrastarmos as costas na cama, sob pena de o cateter se desprender, o que é sinónimo do regresso da dor em todo o seu esplendor. Se precisarmos de nos mexer temos de levantar as costas e não arrastá-las na cama, nunca se esqueçam disto! Conheço uma pessoa que teve o azar de fazer sair o cateter antes da expulsão, já não havia solução e depois é que foram elas. Como eu já sabia deste caso, tentava mexer-me o mínimo possível não fosse o cateter sair. Oh, quantas vezes me lembrei disto!

Com tudo pronto, finalmente o anestésico é injectado através do cateter e chega aos terminais nervosos bloqueando a dor da cintura para baixo. De sonho! Não há como explicar isto, eu sentia tudo mas não doía. E foi uma coisa como deve ser, porque já li descrições de mulheres que ficaram com insensibilidade completa e dormentes, o que é uma chatice para colaborar.

Mas ao fim de menos de uma hora as dores começaram a regressar. Fiquei cheia de medo que não estivesse a resultar (há casos em que a epidural não resulta), que o cateter tivesse saído, agarrei-me logo ao botão para chamar a enfermeira e com ela veio a minha médica. Dores, dores, dores, os restos da anestesia não estavam a ser meigos comigo. O incrível disto das contracções é que quando o efeito da anestesia passa, passa mesmo! Eu imaginava que o efeito ia desaparecendo de forma gradual, mas não!, para mim desaparecia de uma contracção para a outra!

A Dra. Fátima Pinhal regressou em menos de nada e explicou que tinha dado uma dose pequena para não desacelerar o trabalho de parto, reforçando o anestésico que agora sim ia durar umas horas (e durou exactamente o que indicou, com precisão de minutos). Erradamente eu achava que de cada vez que precisasse de um reforço de anestesia o médico teria de voltar ao quarto, o que me colocava numa situação de dor no caso de não estar disponível. Mas estava errada, depois do primeiro reforço são as enfermeiras que fazem esse trabalho (recebi três ou quatro reforços no total) e a partir daí entre chamar e receber mais anestesia não demorava muito tempo. Mas eu garanto que quando começa a passar o efeito, começa a passar mesmo, não é uma coisa muito gradual. Para mim uma contracção não doía e a seguinte já vinha com dor a sério, era impressionante.

Entre contracções (antes da epidural) não não tinha grandes dores, o que me permitia falar com o PAM. Não eram grandes diálogos eruditos nem assuntos que não estivessem relacionados com o que estava a acontecer, mas conseguia falar um bocadinho, o tempo que entre uma e outra me permitia. Eu estava ligada a uma máquina que dava números: de um lado a encarnado marcava os batimentos cardíacos do bebé, de outro lado a verde, números que o PAM percebeu estarem ligados às contracções. Em repouso e entre contracções, o número andava entre os 20 e os 30 (desconheço que medida será esta) e quando começava a contracção o número subia e ia até aos 60 ou 70. Não me lembro o número máximo que o monitor mostrou em todo o processo, até porque às tantas me esqueci daquilo, mas mais tarde já anestesiada vimos o monitor chegar aos 120. Sabia perfeitamente quando o número estava a aumentar, sentia a contracção, mas não sentia dor. Se com 60 e 70 era o que tinha experimentado no início, não quero imaginar com 120!

Sendo que li alguns comentários de leitoras que ingenuamente expressaram o desejo de vir a parir sem epidural, ESQUEÇAM! Não só porque é horrível, mas porque podem chegar a um ponto em que querem e não há, o médico não está disponível ou já estão muito avançadas e não podem/querem dar.

Vou explicar como é que isto funciona: se de 0 a 20 dói 10, devem dizer que dói 18. O mal não está numa contracção, que dói, aguenta-se e pronto. O mal está na repetição delas, às tantas já não dá mais, é esgotante. E, trust me, assiste-se ao milagre da multiplicação, são umas em cima das outras, o que pode durar horas a fio. Ou então os vossos terminais nervosos estão estragados, não sentem dor e esqueçam tudo o que escrevi.

Abro aqui parênteses para dizer que conheço uma pessoa que preparou tudo para ter o bebé em casa com ajuda de uma doula. Toda ela naturista, anti-drogas, tudo o mais natural possível, protecção do bebé aos químicos, a natureza, os produtos biológicos e tal. Se uma mãe quer fazer um parto assim está no seu direito, não faço qualquer crítica quanto a isso, apenas não me identifico e não queria uma realidade destas para mim. No entanto, esta pessoa esteve dois dias a sofrer em casa, acabou por ficar com medo e ir até ao hospital onde entrou directa para a sala de partos sem direito a qualquer alívio da dor, pois já estava no momento da expulsão.

Esta mesma pessoa diz que se fosse hoje não abdicava de uma epidural, portanto, tirem as deduções que entenderem.

(Continua).

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6.6.17

O parto – parte I


Tenho de começar este texto com uma vénia às mulheres que fazem um parto sem epidural. Não sei como se faz, como há quem tenha coragem de abdicar de anestesia (padecem de insensibilidade à dor ou sentiram algo completamente diferente de mim) e a minha compreensão e coração a quem por algum motivo não chegou a tempo ou não teve acesso a uma epidural.

Não havendo meio de a herdeira sair por sua livre vontade, o parto acabou por ser induzido quase às 42 semanas. Às 37 semanas ela estava boa para sair e com 3Kg. Com o objectivo de não parir um bebé do tamanho de um peru em vésperas de Natal, ficou combinado que na semana seguinte, às 38 semanas, se faria um toque para ver se a coisa se desencadeava. E oh!, o que eu ouvi dos toques que em menos de 24h se transformavam em trabalhos de parto, era a história de toda a gente, mas nunca foi a minha.

Eu estava perfeitamente convencida de que ia acontecer, a coisa ia dar-se, mas nada. Das 38 semanas em frente perdi a conta aos toques, aos passeios, aos exercícios, aos banhos quentes, eu subi sete andares aos saltinhos em cada degrau! Nada, só serviu para ficar sem fôlego.

A médica já me ligava: “então?”, na estranheza de falta de notícias e na dúvida de eu ter ido parir a parte incerta sem dar notícias. Os dias iam passando, eu ia fazendo consultas pouco espaçadas para controlar líquido (uma piscina olímpica), o colo do útero (mais verde que um nenúfar) e uma cria subida, algures perto da faringe e que nunca desceu. Às tantas, e depois de vários "toques ninja" como lhe chama a médica, a experiência dela procurou mentalizar-me de que era pouco provável que o parto acontecesse e o mais certo era ter de ser induzido, pelo que se agendou o dia 2 de Março. A não ser que algo já inesperado acontecesse, estava marcado o dia!

Às 9H15 desse dia estava no hospital e às 11H era automaticamente publicado no blogue este post em que eu dizia que a indução estava marcada. E estava, só não disse foi quando, queiram perdoar a minha malandrice. Isto de ter um blogue é muito giro, mas há coisas que quero guardar só para mim.

A minha médica estava de banco 24H e eu queria fazer o parto com ela e mais ninguém, pelo que tudo teria de acontecer nesse tempo! De manhã ao entrar no Hospital já levava alguma dilatação, mas coisa pouca, um dedo. Fiz um novo toque, um novo CTG, assinei um consentimento onde se explicava tudo sobre induções e partos, deram-me uma sala de partos, dois microlax para evacuar tudo o que tivesse para pôr na rua, uma bata, informações diversas e nisto passou-se mais de um par de horas.

Já na minha sala de partos, exactamente às 12H06 trouxeram-me um comprimido para desencadear a festa. Desenganem-se se pensam que isto funciona ao primeiro comprimido para toda a gente. O processo é de um comprimido de cada vez, no máximo três vezes por dia e num máximo de três dias. Não sei se há quem esteja três dias à espera que funcione, não foi o meu caso, mas fica o aviso de que num hospital público funciona assim.

De comprimido tomado, era aguardar e pedir aos santinhos que tudo acontecesse dentro do turno da minha médica. Com o PAM sentado num cadeirão ao meu lado e eu deitada na cama de partos, fomos conversando, consultando as redes sociais, troquei mensagens com algumas amigas, fui lendo os vossos comentários ao meu post, tudo nas calmas como se estivesse no sofá de casa até que ao homem lhe deu a fome. A médica foi ver como estavam a correr as coisas, mandou o PAM almoçar, o homem não queria sair dali mas lá o descansou afirmando que não ia acontecer nada enquanto ele estivesse a comer. Estava para demorar!

Lá se encheu de coragem para sair, eu queria era dormir, ele saiu e “então até já”. Sozinha na sala fechei os olhos para passar pelas brasas e talvez 10 minutos depois, de repente, começam as primeiras contracções. “Oh, diabo! O que é isto?”. E intensificavam-se, intensificavam-se à velocidade da luz, em verdadeira escalada, cada uma pior que a anterior.

Eu vou explicar o seguinte: eu não sou nada mariquinhas. Mas nada! Em momento algum da gravidez tive medo do parto (e não tive até ao fim). Acho-me bastante resistente à dor e nunca achei os toques nada do outro mundo. Eu não estava a morrer, mas estava a trepar paredes! E precisava de qualquer coisa para me ajudar a tolerar aquela dor em que o problema não era cada uma das contracções isoladas, mas a repetição delas, o que torna a resistência à dor mais baixa.

Peguei no comando para chamar a enfermeira e pedir drogas. O meu telemóvel apitou, era o PAM a enviar-me um SMS: a foto de um cheeseburger do McDonalds a perguntar se eu queria/podia comer um. Mas eu só queria era um McNarcótico.

Em pouco tempo chegou a Enfª Manuela (infelizmente não me lembro do apelido), impecável, super calma, voz tranquilizante, deu-me um opiáceo na veia que já tinha tido a oportunidade de experimentar em tempos. Lembro-me de ser maravilhoso, altamente relaxante, uma trip fabulosa com alguma perda de consciência, mesmo bom, mas ainda bem que não está à mão de semear nas prateleiras de supermercado. Desta vez o efeito desta droga foi bom, mas menos intenso.

Rapidamente entrei num estado de sonolência, comecei a ver a dobrar o que me impedia de olhar para o telefone, escrever ou ler mensagens, pelo que optei por avisar que não ia conseguir responder durante uns tempos. Não conseguia falar ou abrir  os olhos, mas conseguia ouvir tudo. Entre contracções o opiáceo era fabuloso, nas contracções continuava a senti-las com alguma dor, mas agora muito tolerável. O PAM chegou, abriu a porta, eu estava deitada qual Princesa Aurora da Bela Adormecida, perguntou como me estava a sentir e levantei o dedo indicador. Era a minha forma de comunicar, de dizer que estava a ouvi-lo, mas estava incapaz de abrir os olhos ou responder. Que droga tão boa, pá!

Só que como em todas as drogas o efeito não foi eterno. Comecei a despertar, ao mesmo tempo que as dores das contracções despertavam também e eu pensava para mim: “nãaaaaaao!”.

Levem daqui este ensinamento que recolhi junto de outras mulheres: em qualquer hospital, à primeira dor não se façam de valentes, mesmo que seja tolerável. Não sabem quanto tempo pode demorar a chegar “ajuda”, pelo que optar por esperar pode correr mal. Assim, voltei a carregar no botão para chamar a enfermeira. As dores voltavam a galope, eu a arfar naquelas respirações como se vêem nos filmes, o PAM impotente olhava para mim (eu estava-me nas tintas para o estado em que ele me via), veio novamente a Enfª Manuela, procuraram ver qual era a minha dilatação: um dedo e meio (sendo que se querem dez dedos). Soa a piada, eu sei, um dedo e meio parece coisa de bonecas. Não sei se isto é “medível”, mas parece que este é o mal das induções, levam a dores que não correspondem ao tamanho da dilatação se comparado com um parto desencadeado pela Natureza. Poderá ser um mito, ignorância ou talvez saiba responder se tal é verdade quem passou pelas duas experiências, uma natural e outra induzida.

E por razões que desconheço, estava convencida que só davam epidural a partir dos três dedos de dilatação, pelo que quando ouvi “um dedo e meio” estava pronta para cortar os pulsos porque eu não ia sossegar com paracetamol. Mas afinal estava enganada, a Enfª Manuela olhou para mim, perguntou se eu queria epidural e para mim foi a voz de um anjo. “Quero!”, enquanto a minha cabeça pedia “é p’ra ontem!” e a enfermeira respondeu que ia chamar a médica.

No Hospital de Cascais, para todo o Bloco de Partos existe um médico anestesista (o que consta que é um luxo), mas que pode estar ocupado e não estar ali ao virar da esquina. Não sei quanto tempo passou, acho que não demorou muito, uns 15 ou 20 minutos? Para quem está com dores parece uma eternidade e para o PAM que me viu a torcer os lençóis com as mãos, também. Eu arfava, arfava, soprava, apertava o que podia com a mão direita a cada contracção, a mão esquerda tapava os olhos (não perguntem porquê), fazia uma das pernas bater no colchão como se tivesse um tique nervoso, a ideia era sentir qualquer outra coisa no corpo que não fosse a dor das contracções. Eu até podia dar com um martelo na tíbia, eu queria era sentir outra coisa que não as contracções. Franzia o rosto, gemia e soprava, aguardando a bendita epidural e eu vou reforçar isto: eu sou uma pessoa rija e muito resistente à dor. No meio disto era evidente a aflição  e sentimento de impotência do PAM, acho que até lhe ouvia a transpiração dos nervos a chegar à pele e lembro-me de o ouvir lá ao longe falar sozinho: “isto assim não pode ser…!”.

(Continua).

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5.6.17

Prioridade a grávidas: notei diferenças antes e depois da entrada da lei em vigor?


 A recente lei do atendimento prioritário (que entrou em vigor no passado mês de Dezembro) veio fazer correr muita tinta. Eu engravidei em Maio e tive por isso a oportunidade de comparar e perceber as mudanças de comportamento. E se notei diferença! O país passou a reparar nas grávidas, a querer cumprir a lei à risca, as pessoas passaram a sentir necessidade de se justificar e efectivamente noto diferença de 2016 para 2017, quase como se o país tivesse mudado de pessoas. Não é que me tenha sentido maltratada em 2016, mas muitas vezes me senti invisível. Em 2017 isso nunca mais aconteceu.

Embora a lei já existisse “mais ou menos”, com supermercados a assinalar a prioridade em algumas caixas para o efeito, a mudança que mais notei foi nas pessoas. No meu blogue cheguei a ler testemunhos sinistros de quem teve de ouvir “gravidez não é doença!”. Nunca me aconteceu, mas uma parte de mim desejou que acontecesse apenas para poder dirigir a palavra e desfiar um rosário de sintomas de gravidez, tendo a oportunidade de educar uma pessoa com défice de sentido cívico (há um lado de mim que deseja endireitar o universo e dar educação a quem não a tem, não consigo evitar).

No meu caso, o pior que aconteceu foi estar numa fila prioritária e ter as pessoas a olhar para o tecto para não bater com os olhos na minha barriga evidente. De todas essas vezes deixei-me ficar para observar os comportamentos, pois eu sabia que iria escrever um texto sobre esta matéria algures no tempo. E honestamente há pessoas que chegam a ser ridículas, fazem qualquer coisa para serem atendidas primeiro. Fará assim tanta diferença? Ou melhor perguntando: para quem fará maior diferença?

Numa das vezes em que integrava uma fila cheia de gente “morta”, curiosamente na caixa prioritária de um supermercado devidamente assinalada, apenas quando chegou a minha vez a menina da caixa se apercebeu que eu estava grávida. No mesmo instante se desculpou e sugeriu-me que a tivesse avisado ou passasse a avisar se voltasse a acontecer, tendo eu explicado que não me sentia bem em fazê-lo: “as pessoas ficam maldispostas, temos de aturar olhares e reprovações. Como grávida só me sinto confortável se me chamarem”.

Compreendi que a menina da caixa não percebesse o sentimento, é preciso estar na pele da grávida e confesso que acabei por achar interessante aquela experiência de observar “aves raras”, mas olhando para trás, no somatório de situações que fui guardando na memória para este texto, foram muito mais as situações surpreendentes pela positiva do que pela negativa.

Nas passadeiras, dá a sensação que é só espetar a barriga e todos os carros param. Num centro comercial, com os elevadores cheios como um ovo, eu tentava descer para o parque de estacionamento, a porta abriu-se, os passageiros ficaram a olhar para a barriga e todos se ofereceram para ficar do lado de fora para que eu pudesse descer. Pedi para não se mexerem “por favor”, podia perfeitamente esperar pelo próximo elevador, estava óptima, mas as pessoas esgrimiam a oferta entre si, em jeito de “pago eu”, “não, eu é que pago!”, discutindo quem ia ficar de fora. Acabei por aceitar a oferta senão ninguém saía dali.

Há dias nos CTT, tirei uma senha e aguardei que me vissem a mim e à minha barriga. Não fico à espera que parem tudo por minha causa, às vezes atendem uma ou duas pessoas antes de me chamarem. Mas da última vez chamaram por uma senha que não era a minha e uma voz atrás de mim mandou-me avançar. Olhei e nem percebi imediatamente o que aquela pessoa queria de mim, é que em vez de me chamarem os funcionários de balcão, era o cliente que me estava a dizer para avançar no lugar dele. Foi de uma gentileza e uma educação vinda de um rapaz tão novo que fiquei impressionada.

Também há dias estava na caixa prioritária de um supermercado quando a senhora à minha frente girou o corpo, deu pela presença da minha barriga e imediatamente fez questão que passasse à frente. Expliquei-lhe que não tinha problema, já tinha as minhas compras no tapete, não ia estar a fazer uma “ponte” por cima das coisas dela. A senhora insistiu, eu insisti que estava bem, por mim não tinha problema em aguardar mais um pouco. E não tinha mesmo problema, mas o que eu achei interessante desta experiência foi a necessidade que a senhora teve em justificar-se, explicando que nem costuma ocupar lugar nas filas prioritárias, mas pretendia fazer uma troca e tinha sido avisada que só a menina daquela caixa estava autorizada a fazê-lo.

Ou mais recentemente, também numa caixa de supermercado, uma senhora que estava às compras reparou em mim e aproximou-se para me informar que tinha prioridade, caso eu não soubesse. Sorri, agradeci, disse-lhe que sabia, para logo ela responder em bom som, de forma que as pessoas à minha frente ouvissem: “pois, as pessoas é que têm de deixar de ser egoístas. Isto é uma vergonha!”.
A lei (ou o que a comunicação social fez com a lei) mudou mentalidades: as pessoas querem sair dos elevadores para dar lugar a grávidas, as pessoas cedem o seu número de senha e algumas chegam a justificar o motivo para estarem numa fila prioritária.

Gravidez não é doença, mas garanto que existem dias em que temos um mal-estar doentio. No meu caso sinto que posso andar a pé muito bem, mas estar parada numa fila tem dias em que é um sacrifício, prefiro estar em sempre em andamento. A mulher pode nem ter barriga e estar enjoada como uma pescada, com vontade de vomitar, ninguém merece ficar parada numa fila nesse estado. A mulher pode sentir quebras de tensão, pode ter dores lombares, dor ciática, dores generalizadas provocadas pelo inchaço, dores generalizadas provocadas pelo aumento de peso ou dores no baixo-ventre provocadas pelo peso da barriga. Pode ter uma terrível falta de ar (nem me lembrem) e isto são peanuts, só para enumerar alguns sintomas de quem tem tido uma gravidez santa e outros que conheci em gravidezes de amigas.

Quanto a mim, garanto que nunca mais olho para a presença de uma grávida numa fila da mesma maneira. Se quem atende não tem oportunidade de reparar ou se as outras pessoas na fila se fazem de mortas, tenho a certeza que vou avançar para avisar: “por favor, queria só avisar que está ali uma senhora grávida”. Não há nada como passar pela experiência, sendo que a minha experiência é muito boa, pelo que não posso imaginar o que sofre quem tem gravidezes difíceis e limitativas.
Na sua maioria e após a entrada da lei em vigor, acho que as pessoas gostam de grávidas, passaram a olhar para as barrigas com outros olhos, dá a sensação que todos querem ser cumpridores e, arrisco, têm vontade de agradar. Só é pena que tenha sido preciso uma lei para que estes comportamentos sociais se alterassem.

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I love home style #20


Que sala gira! E aquela almofada a acenar-me um magnífico padrão para bikinis 

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4.6.17

3 meses de herdeira



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A foto vem com atraso, a herdeira fez três meses no dia 2 de Junho.

Está uma riqueza de criatura, sou capaz de dizer que já não chora sem motivo, apenas chora se tiver algum "problema" que geralmente é fome ou sono, resolve-se rapidamente. Está tão civilizada que este fim-se-semana, sozinha com ela, aventurei-me ir a um Centro Comercial. Portou-se lindamente, nem um queixume, sempre querida e sorridente e arrisco dizer que deu opinião aos trapinhos que eu queria comprar (é conforme o sorriso). Qualquer dia até a deixo entrar num restaurante.

Gosto tanto dela ❤ 


Almofada Boppy, aconselho a todas as grávidas e mães de bebés, é uma ajuda maravilhosa que está na minha lista de produtos a recomendar (um dia farei post!). Vende-se nas lojas Chicco.




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© A Maçã de Eva

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