16.7.19

Mousse de chocolate


Riquezas, há dias publiquei uma mousse de chocolate nos stories do instagram, mostrei como a virava de pernas para o ar e nem mexia, o que causou muito espanto e mil pedidos para a receita.

Mas a espantada fui eu: não sabem fazer uma mousse? Só fazem mousses daquelas moles sem graça? Credo, precisam da minha receita rapidamente.

Infelizmente não guardei as imagens para mostrar neste post, mas acrescentarei noutra oportunidade.

Adoro mousse de chocolate, mas tem de estar fria, em espuma e com a consistência certa. Mousses moles, não, nem tenho vontade de provar. E as mousses instantâneas, de pacote, deviam ser proibidas por atentado às papilas gustativas.

Para ter uma boa mousse só precisam de bons ingredientes e técnica.

1 tablete de chocolate preto de qualidade (recomendo a Lindt 70%)
6 ovos grandes
6 colheres de sobremesa de açúcar bem rasas
2 colheres de sopa de manteiga
pitada de sal
meio copo de água

Num tigela pirex, partam o chocolate em pedaços, juntem a manteiga, a água e levem a derreter no microondas, cerca de 1m30s (depende dos equipamentos). Bem sei que os entendidos dizem que isto é uma alarvidade, que não se leva o chocolate a altas temperaturas, mas é assim que faço e sai bem.

Separem as gemas das claras, mas é para ser bem separado. Se tiverem amostras de gemas nas claras elas não vão subir como deve ser.

Batam as claras em castelo com a pitada de sal. Esta é uma parte importante: as claras têm de ficar bem firmes, de virar a tigela de lado e não mexer. 

À parte, noutra tigela, batam as gemas com o açúcar. Esta começa por ser uma mistura alaranjada, mas têm de ser bem batidas até ficar um creme amarelo claro e dobrar de tamanho. Diria que bato com a máquina no máximo por cerca de quatro minutos, mas começo no mínimo para fazer a mistura.

Com a tigela de claras em castelo e a tigela de gemas prontas, aqueçam mais um pouco o chocolate (que já não deve estar tão derretido) por mais cerca uns 40 segundos. Acrescentem à mistura das gemas, envolve-se bem para não salpicar e só depois se bate bem com a batedeira por mais um minuto.

Temos então duas tigelas, uma com claras em castelo e outra com mistura de chocolate. Comecem então por juntar o chocolate às claras aos poucos, primeiro metade e depois o resto, envolvendo com delicadeza com uma colher de pau para não fazer desaparecer todo o ar (não usem a batedeira nesta fase ou desaparece o efeito espuma).

Coloquem a mousse numa tigela, levem ao frigorífico pelo menos durante quatro horas, mas idealmente por doze horas ou de um dia para o outro. E podem lamber a tigela.


Não comam, não!





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15.7.19

Séries: Stranger Things



Trailer da 1ª temporada, aqui


Trailer da 2ª temporada, aqui


Trailer da 3ª temporada, aqui


Já vi as três seasons do Stranger Things e calhou que só agora escrevesse sobre esta série.

O género ficção científica não é mesmo, mesmo, o meu estilo (eu nunca vi nenhum Star Wars, por exemplo), mas o Stranger Things tem lá dentro uma coisa muito "minha": um revival da minha juventude. É uma excelente apresentação dos anos 80 que vai da músicas às roupas, da tecnologia da altura à comida, ao cinema da época e aos programas de TV que agora são vintage. Tudo aquilo é uma deliciosa viagem no tempo. Arrisco-me a dizer que os anos 80 são grande parte do sucesso do Stranger Things. Não acredito que tivesse metade do sucesso se a série tivesse lugar nos dias de hoje.

Não sendo o género científico um género de que goste muito, por causa dos anos 80 e de todas essas referências, tudo aquilo é mais do que a história que se passa numa pequena cidade dos EUA. Naquelas cidades do interior com um ritmo de vida longe das grandes metrópoles, numa terra onde pouco ou nada acontece, os adolescentes são iguais aos de outras cidades, sedentos de ser adultos, populares, com as suas histórias de amizade, namoricos e férias de verão. A série é vencedora porque não é apenas ficção científica, é mistério, é suspense, é drama, representa bem uma juventude que todos vivemos, é uma mistura que não se limita a um só género.

Na primeira temporada um rapaz começa por desaparecer misteriosamente, durante a investigação encontram e escondem uma estranha rapariga com poderes sobrenaturais, descobre-se uma realidade alternativa, um sub-mundo por debaixo do dia-a-dia, animais/monstros perigosos, os serviços secretos do país envolvidos na tentativa de esconder a verdade da população e esses mesmos habitantes a quererem retomar a vida normal.

A série tem tantas referências que é fácil identificá-las: transborda de Goonies, de ET, Indiana Jones, muito (mas muito) Spielberg por ali e mil outras cenas que lembram outros filmes que conheço, só não sei dar-lhes nome, mas que o Markl deve ter feito muito bem aqui.

No entanto, da primeira para a terceira temporada vejo grandes diferenças, vai muito de Goonies a Terminator, a série tornou-se muito mais gráfica, com seres mais violentos pelo visual do que pela imaginação, o que não me encantou. Além disso, a terceira temporada trouxe uma inevitabilidade que me faz pena: os miúdos cresceram, nota-se bem, não há nada a fazer, eu preferia o registo mais infantil, mas está bem agarrado, com os primeiros beijos e paixonetas à mistura e todas essas coisas próprias da idade.

Fica evidente que a série não acabou, há uma quarta temporada para entrar, mas espero que acabe por aí para não estragar. Não creio que a série funcione com os miúdos já adultos, com cara de 20 em vez do ar de adolescentes que têm agora. Existe uma história para encerrar, mas não creio que renda mais do que uma nova temporada se for para não entrar em decadência.

Para quem viveu os anos 80, a série é um regalo para os olhos. Por lá aparecem as antigas caixas de Tampax azuis que via em casa, o leitor de cassetes VHS da Sony que estava na sala, um walkman, uma gabardine amarela que tive igual, de repente faz-se uma viagem de mais de 30 anos. Tudo isto surge em segundo plano, vale a pena observar o que está para lá das acções em cena.

Para mim e para as pessoas da minha geração, o Stranger Things é um regalo para os olhos. Para quem os anos 80 não dizem nada, não sei dizer, mas recomendo!







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© A Maçã de Eva

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