29.9.20

De magrinha a chubby, a magrinha outra vez - a dieta LEV


Para quem quer perceber o meu contexto, os ganhos e perdas de peso, a minha decisão pela dieta LEV, recomendo a leitura do texto relativo ao meu processo de mentalização, aqui.



Sobre a divulgação que fiz da dieta LEV. Foi publicidade?

Nim, deixo isso para vossa decisão e passo a explicar. Como contei neste post e nuns stories, tive consulta marcada com a LEV em março, mas deu-se o confinamento nacional e a consulta foi adiada sem data à vista. Nisto, já andava a namorar a dieta LEV há meses, inspirada por duas influencers e dei a conhecer a uma amiga. Ela nunca tinha ouvido falar da marca, interessou-se, foi à consulta ainda em fevereiro, começou a dieta e perdeu imenso peso. Durante o confinamento eu ia ouvindo a sua experiência, a alegria, as roupas recuperadas e eu continuava à espera de consulta cheia de vontade (e a engordar em casa). Pode dizer-se que foi a primeira pessoa que influenciei ainda sem ter feito a dieta. E enquanto aguardava o regresso ao mundo, em conversa com ela que estava over the moon com os resultados, sugeriu-me: escreve-lhes a propor uma parceria! Ganhei coragem assim fiz.

Para minha surpresa e contentamento, aceitaram! Como é evidente, não me pagaram para fazer a dieta, apenas ofereceram a comida. Comecei a fazer a LEV e só depois de um mês com resultados à vista comecei a fazer posts na minha página. Eu tinha de ter a certeza que funcionava.

Em contrapartida só me pediram para contar a minha história, da forma que entendesse. Devo dizer que a LEV é das marcas com que mais gostei de trabalhar desde que tenho um blogue (e tenho há muito tempo): não me pediram NADA, não encomendaram NADA, não controlaram NADA! Os posts que eu fazia e faço são todos de minha iniciativa, lá na LEV vêem-nos quando vocês os vêem.

Eles correm um sério risco de ver algo mau publicado. Ou não. Como a dieta funciona, o risco é praticamente nulo. Nunca fiz uma parceria com uma marca que fosse tão isenta e interferisse tão pouco naquilo que chega ao público. Do ponto de vista de comunicação (que é a minha área), juro que este formato desprendido de divulgação às massas deveria ser um case study.

Portanto, sim, a alimentação foi oferta; mas não, não me procuraram, a iniciativa foi minha, eu é que lancei a escada à marca, eu é que quis fazer a dieta, eu é que pedi e nenhuma publicação foi controlada ou editada. Decidam vocês!


De onde veio a vontade de fazer a dieta LEV?

De inspiração de duas influencers que perderam peso, a Catarina Ferreira e a Sílvia Pereira e - muito importante - da possibilidade de comer chocolates (protéicos). A sério, a minha vida tem de ter chocolate todos os dias, senão é um castigo. E foi óptimo, nunca senti aquela vontade de doces e de provação diária que ninguém quer.


Qual o objectivo de peso? Quantos quilos perdeu?

O meu objectivo era o peso com que gosto mais de me ver e já tive. Nada de objectivos irrealistas e procurar um corpo que nunca tive. Até porque isso para manter é um castigo. O objectivo era consciente, apenas voltar ao que já fui, uma coisa real.

Quanto à perda de peso, não se foquem muito no número. Interessa mais os quilos perdidos em gordura do que os quilos perdidos na balança. Notem que a gordura é mais leve que a massa muscular. Portanto, eu posso marcar sempre o mesmo peso na balança, estar a emagrecer porque estou a perder gordura ao mesmo tempo que ganho músculo. Isso foi o que me aconteceu nas férias, a minha balança em casa marcava o mesmo peso, mas depois percebeu-se que afinal tinha emagrecido.

No total perdi cerca de 7Kg, tudo em gordura. Ganhei alguma massa muscular, não sei quanto foi.


Pena não ser para todas as carteiras. É importante falar no valor desta dieta para não criar falsas esperanças.

Não acho que tenha criado falsas esperanças, toda a gente sabe que é uma dieta cara e nunca escondi. Aliás, não há maior polémica quando se fala nesta dieta! Uma visita ao site da LEV mostra o preço das refeições e umas contas por alto permitem fazer uma estimativa de custos, não há nenhum mistério. Apesar de ter tido a comida oferecida pela marca, sei perfeitamente qual o meu custo, pois cada stock que eu levava vinha acompanhado de uma lista com um preço total de venda ao público.

A dieta LEV foi uma excelente experiência, só tenho pensa de não ter feito mais cedo. Em cerca de oito semanas mudou completamente o meu espírito, vontade de verão e o meu armário, mas as pessoas que não podem pagar têm de mentalizar-se que existem outras soluções. Emagrecer é uma questão de vontade e empenho. No limite, pode até ser uma questão de estudo: as pessoas podem ler, tornar-se auto-didactas, fazer experiências, procurar perceber qual o melhor caminho. A LEV é óptima, mas não é um caminho único. Na verdade, nem a LEV recomenda que a alimentação diária seja baseada nas comidas deles de forma eterna.

O sucesso de uma perda de peso será directamente proporcional ao empenho que é colocado nesta missão. E para isso não existe apenas uma fórmula, existem vários caminhos possíveis.


Como posso saber quanto me vai custar a dieta?

Basta marcar uma consulta que é gratuita, Aí, uma nutricionista faz a avaliação, estima-se o peso a perder, a expectativa de perda a cada mês, a estimativa de permanência em cada fase da dieta (fases 1, 2, 3 e 4, ver mais aqui) e com isso consegue-se apurar a despesa a cada 10 dias que é o tempo que separa as consultas.

Qualquer pessoa pode fazer isto e ir para casa pensar se quer fazer o investimento na dieta LEV, não é preciso tomar a decisão ali no minuto.


O problema é que a LEV não reeduca o corpo e a mente para alimentação saudável!

Não é verdade. Uma leitura atenta no site dá para perceber que a LEV recomenda a ingestão de legumes, saladas, etc., e NÃO RECOMENDA que se consuma apenas a comida LEV. A cada fase da dieta entregam uma lista de legumes e folhas que devem ser consumidas. Recomendam o consumo de sopa.

O problema não é a LEV, são as pessoas que não estão permeáveis à alimentação saudável, não terá sido nunca o seu modo de vida e educar um adulto para uma comida que nunca comeu é um trabalho hercúleo. Para mim foi indiferente, já comia de tudo o que recomendaram, não vivo sem legumes, saladas e sopas, isto tudo já fazia parte dos meus dias. Aquilo que me fez engordar era o que eu comia fora das refeições, mas as refeições principais sempre foram boas.

A LEV dificilmente poderá substituir maus hábitos alimentares se herdados de casa. Há pessoas a comer mal há uma vida inteira, isso é difícil de mudar. Mas sim, a LEV dá o know how, dá as ferramentas e depois os clientes, como adultos que são, têm de compreender o que querem, ler, estudar, aprender, experimentar novos alimentos, é toda uma nova atitude que não é servida num pacote, tem de vir da vontade da pessoa.

Para o tipo de pessoas que acham que a LEV não reeduca, não resulta a LEV nem outra dieta, cara ou barata.


[A propósito de uma almoçarada a que faltei a meio da dieta]: não sente uma certa infelicidade em ter que se distanciar para conseguir cumprir a dieta?

Longe dos olhos, longe da barriga! Não me custou, não fiquei triste, tinha perfeita consciência de que não era um distanciamento vitalício, foi temporário e uma questão de empenho pessoal. Depois de faltar algumas vezes para não ficar a ver os outros comer, quantos momentos em família com muita comida já estive presente e pude gozar? Perdi a conta!

Nada de extremos, não faltaria a um casamento, por exemplo. Não faltaria a uma festa de anos. No meu aniversário com o PAM abri uma excepção e comi uma refeição gulosa numa restaurante todo fancy. Ou seja, nem 8 nem 80, mas aquele almoço em particular era só mais um almoço. E ainda por cima eram favas que adoro. Ia custar-me muito resistir, mais do que não ir.

Para mim, a parte mais difícil de uma dieta de perda de peso será sempre a vida social. Eu sou um poço sem fundo, adoro comida. É nestas situações que percebemos o quanto os convívios giram à volta de comida, é impressionante! E como me conheço, sei que mais vale não alinhar e não aceitar convites durante uns tempos. É temporário, haverá tempo para mais e isso provou-se ter sido a melhor escolha para mim.

Parte do sucesso está na cabeça, no compromisso e na força de vontade, qualquer que seja a dieta.


A comida LEV é saborosa? Quais as comidas preferidas?

Tal como no supermercado há comidas que gostei mais, outras menos, mas não comi nada que sentisse ser intragável ou que acabasse no lixo. Quando começamos a dieta é muito às escuras, provar para saborear, ir eliminando o que nos dá menos prazer e registar o que mais saboreamos. Na fase 1, ao fim de três semanas diria que já temos uma boa percepção das comidas preferidas.

A lista de produtos LEV é enorme, não provei tudo. Algumas coisas queria ter provado mas não deu porque estavam esgotadas ou porque estava tão contente com a minha selecção que não me apetecia mudar.

Os meu preferidos de refeições principais são as pizzas (aqui também incluo o maravilhoso molho de tomate), os wraps, o chouriço, o salmão com espinafres e o salmão em lata.

Nos lanches (e que continuo a consumir por puro prazer), são a bebida de café, as barras de chocolate protéico e as bolinhas de chocolate. Estes três quero ter sempre na minha despensa.

Voltando às refeições, gosto tanto dos meus preferidos que me vejo perfeitamente voltar a consumir em alturas de maior consumo calórico para equilibrar as coisas, como no Natal, por exemplo.

Convém não esquecer que além da comida LEV há os nossos legumes, saladas e sopas que devem fazer parte da alimentação ao longo de toda a dieta e fora dela. Aí é usar a vossa imaginação!


Fazer a dieta LEV, custou a passar?

Não, nada! Olho para trás e foi super rápido. Além disso, ao fim de 10 dias começamos a ver resultados na balança, as roupas começam a ficar largas e tudo isso serve de auto-motivação. Queremos que as semanas passem porque percebemos que dali a uns dias vamos ter ainda menos gordura.


Que suplementos se toma na dieta LEV?

Cada caso terá indicação para suplementos diferentes. No meu caso tomei vitaminas, ómegas e sais minerais. Nenhum destes suplementos é feito para emagrecer, antes pretendem evitar eventuais carências.

Além destes suplementos tomei um drenante e a certa altura que parecia estar a estagnar, um fat burner que adorei. Deu ali o empurrão que precisava para a balança continuar a descer números.

Sou uma pessoa presa da barriga e a dieta LEV deu-me uma regularidade certinha. Já mais tarde, uma semana em que me senti presa da barriga, sugeriram as cápsulas de fibra que, não sendo um suplemento, é impossível esquecer. A LEV tem as melhores cápsulas de fibra para a barriga que já tomei. Funciona impecável sem ir ao extremo oposto do que se pretende. Recomendo!


Fez exercício aliado à LEV?

Sim, mas não é suposto, só a partir da fase 4 é que está indicado. Na fase 2 pedi para fazer algum exercício moderado. É que isto das perdas de peso é muito bom, mas sem musculação fica tudo mole. Como tenho boa saúde e boa condição física, fui autorizada a iniciar actividade física e foi óptimo para mim. Foi um recomeçar de ginásio que tinha abandonado há muito, só pagava a mensalidade.


Notou alterações na celulite?

Sim! Imenso e não estava a contar com isso! Por nenhum motivo, nunca associei a LEV a celulite, só a perda de peso. E ao fim de umas semanas, enquanto fazia vistoria ao espelho vestida de bikini, peguei num outro espelho para me ver de costas e... WOW! Precisei de olhar duas vezes porque não estava à espera. E como foi algo que não controlei durante a dieta, quando reparei foi uma diferença da noite para o dia em vez de ter visto uma coisa gradual. Bónus!


Depois da dieta, engordou na férias?

Sim e não, depende do que considerarmos "engordar". Ou seja, eu fui de férias, férias. Tentei equilibrar umas refeições com as outras, mas não deixei de viver: comi gelados, pizzas, jantei com amigos, bolas de berlim na praia, bebi vinho, etc. Ao mesmo tempo, quando estava em casa fazia refeições leves e quando ia para a praia levava saladas, iogurtes, etc. Eu sabia o que estava a fazer e sabia que a probabilidade de engordar era quase certa, mesmo com alguma compensação.

Quando cheguei a casa, ao fim de duas semanas tinha mais 1Kg. Voltei a ter cuidado, fui para o ginásio e numa semana recuperei. Na verdade, criei massa muscular e como o peso era o mesmo, perdi o que tinha engordado e ainda perdi mais um bocadinho de gordura.

Em suma, engordei, mas não considero que engordei, foi uma coisa passageira que ataquei logo. O truque agora é controlar da mesma forma que o fiz nesta situação. Vou viver a vida, apreciar os chocolates e as festas que a vida me der, controlo a balança e ando ali quilo para cima, quilo para baixo. Nisto a LEV ensinou-me coisas que funcionam muito bem para recuperar e que toda a vida hei-de colocar em prática.

Respondendo à pergunta de outra forma: depois da LEV não se engorda, a não ser que queiram manter os hábitos que antes levou a engordar. Não há milagres. Isto é matemática simples qualquer que seja a dieta: mais calorias do que as que o corpo consome e o corpo vai criar gordura. Simples.


Pretendes perder mais peso?

Queria/gostava, mas não sei. A nutricionista (Adelina, na loja do Saldanha) sugeriu-me perder mais 2% de massa gorda para ficar no ponto e ter boa margem para asneiras. E eu gostava, acho boa ideia, mas por outro lado tenho roupa que de certeza vai deixar de me servir. Agora estou bem, sinto-me lindamente, mas tenho a certeza que também gostarei de ver-me com menos 2% de massa gorda, estou numa espécie de impasse. Vamos vendo com os treinos! Agora que meti na cabeça que sem ginásio não consigo fazer uma boa manutenção de peso, tenho ido com muita regularidade e até tenho conseguido retirar prazer disso. Truque: uma boa playlist!



[A propósito de uma foto em bikini que publiquei em frente a um espelho]: e isto importa a quem? Publicar fotos assim para quê?

As fotos que publiquei importam a quem precisa de motivação, tal como eu fui motivada por outras pessoas que fizeram publicações nas suas páginas. 

Com o tempo soube que motivei imensa gente a perder peso, com e sem LEV. Escrevem-me felizes, inspirei outras pessoas. E isso não é bom? Temos de ver para lá do nosso metro quadrado. Além disso, estava de bikini, não despida. Curiosamente, semanas depois nas férias, fotos com o mesmo bikini não provocaram espanto ou comentários de estranheza. Sendo uma dieta, deu que falar. 

Civismo nas redes sociais é pensar "não me importa a mim, mas pode interessar a alguém". Exemplo: não me interesso por animais de estimação. De que forma seria olhada se fosse à página de quem adora animais de estimação perguntar "e? A quem é que importam estes gatinhos?". Não faz sentido, há um mundo para lá dos nossos interesses.



Nos meses de julho, agosto e setembro, disponibilizei um código de 10% de desconto em compras LEV, AnaROSLev, válido nas lojas ou online. Infelizmente acaba hoje, 30 Set., e não vai continuar. Portanto, se alguém tiver interesse, é aproveitar para fazer compras hoje.

No caso de não estarem a fazer nenhuma dieta mas consumirem barras ou bebidas com proteína, aproveitem o desconto online para comprar a barra Choco Break ou a Bebida de Café. Mesmo, não se vão arrepender! Até o PAM que veio a provar agora quer a sua dose destas barras de chocolate.

Acho que estas são as perguntas mais colocadas. Se têm alguma dúvida, enviem que acrescento a esta lista com resposta. Espero ter ajudado!




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24.9.20

Séries: Normal People



Trailer aqui

Normal People. Gostei TANTO desta série!

Estreou em agosto na HBO, vi uma semana depois da estreia, 12 episódios em menos de uma semana. Acabou e queria mais. Nem me apetecia mudar de série. Curiosamente, o PAM não gostou como eu, encolhia os ombros, revirava os olhos às questões do amor, é um gajo das cavernas, este segmento não é do interesse dele.

A mim tocou-me imenso, revi-me em tantas situações. E acho que é exactamente esse o sucesso da série, todos nós já nos vimos nas teias dos amores e desamores, já nos envolvemos em erros de comunicação, já deixámos de falar por falta de coragem, já fomos comidos de ansiedade sem saber o que iria acontecer dali a uns dias, já vimos alguém de quem gostamos com outra pessoa ou quisemos mostrar que já não tínhamos sentimentos, dar ares de indiferença no lugar de mostrar ferida aberta. Todos nós já fomos ele ou ela em algum momento da vida.

Às tantas já estava no sofá a torcer-me de sorriso (agora posso rir, na altura só chorava) e dizia kill me now! Não é uma série daquelas boas para passar o tempo. Episódio atrás de episódio obriga-nos a reflectir e a sentir. A ir buscar memórias ao baú. 

Adorei. Admito que não seja o tipo de série para homens pouco românticos, mas a mim deixou-me num estado meio saudosista - não porque tenha saudades -, mas dava um dedo para viajar no tempo, voltar atrás e fazer as coisas de forma diferente.

Sim, tenho pena de não ter feito muita coisa diferente. Saber aos vintes o que sei hoje tinha sido completamente diferente e provavelmente mais feliz. É uma pena que a maturidade e a segurança não seja aproveitada enquanto mais novos e só venha depois. 

A série ainda só conta com uma temporada e conta a história de Marianne Sheridan e Connell Waldron, colegas de escola, no fim da adolescência e nos primeiros anos da vida adulta, a relação que começa em segredo, os desgostos, os encontros e desencontros que se seguem.

São os dois inteligentes e os diálogos são maravilhosos, dá vontade de beber do que dizem. É evidente que a ligação deles é muito mais que uma atracção física, é do coração e é um encontro de almas, de pensamentos. 

O desempenho deles enquanto actores é sublime, notável mesmo, nem sei como me são desconhecidos dos ecrãs de cinema ou das séries. Aquilo não é fácil de fazer, há muita nudez, dele ou dela. Nas cenas íntimas parece que estamos lá, que fazemos parte daquilo. Ou que somos ou fomos um deles.

Para mim a série é mesmo muito, muito, boa. Conta com uma pontuação de 8,6 no IMDB, o que é incrível. A não perder.




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23.9.20

I love home style #38

 


A vida jamais conseguirá explicar-me por que me deu gostos caros.



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22.9.20

De magrinha a chubby, a magrinha outra vez - o meu processo e mentalização


Antes e depois. Os mesmos calções que não usava há anos (nem me conseguia sentar).
Os braços, as coxas e, evidente, a barriga. Tudo!

Genética ou alimentação adequada, nunca tive um IMC fora do normal (nem mesmo quando fiz a dieta LEV). Tive no entanto oscilações de peso ao longo da minha vida, quase todas depois dos 30.

Em pequena era magra demais, nem enchia a roupa. Era leve, praticante de ginástica rítmica e patinagem artística. Apaixonada por estas modalidades, de tal forma que se não estava a treinar no ginásio, treinava muitas vezes em casa. Pelos 17 anos os interesses começaram a mudar, comecei a namorar, abandonei os treinos aos poucos e passei a fazer o exercício que a escola me obrigava. Odiava, coisa mais sem graça isso do atletismo. Faltava as vezes que podia. Nesta altura não me lembro de engordar ou se engordei, foi insignificante e nem dei por isso. Era bastante magra naturalmente.

Os anos passaram, entrei nos vintes, estava no ensino superior, aumentei alguma coisa de peso. Lembro-me bem de um regresso às aulas em que depois do verão umas jeans tinham deixado de me servir. Estavam muito desconfortáveis! De tal ordem que as vesti, mas já na rua voltei a casa para mudar de roupa. É a primeira memória que tenho de "alguma coisa mudou". Mas como era tão magrinha, nem me ficava mal e não constituiu nenhuma preocupação ou tentativa de recuperar o que era.

A década dos meus vintes foi pautada por alguns desgostos (desamores) que são o melhor dietético de sempre. Várias vezes ficava bastante magra e ia recuperando. Também nesta altura, isto era apenas um facto, nunca foi uma preocupação para mim.

Até que entraram os trintas, comecei a namorar com o PAM e engordei sem saber como. Como eu costumo dizer, o amor engorda. Ou a estabilidade emocional. Não comi mais ou menos do que fazia antes, mas o meu metabolismo passou a funcionar de outra forma. Já não andava nos 55-58 Kg, andava ali nos 60-63Kg (tenho 1,69cm). E OK, aceitei, é a vida.

O exercício continuava completamente de parte e à medida que os anos de vida profissional sedentária de escritório passavam, mais eu sentia gordurinhas. Não necessariamente traduzidas em aumento de peso significativo, pois a gordura é leve, o que mais pesa é o músculo. Mas eu que tive tanto, não tinha quase nada.

Até que fiz uma curta dieta de redução calórica com a minha amiga nutricionista Mariana Abecasis, que adorei, resultou lindamente e durou. Foi a primeira vez na vida que fiz uma dieta, acho que foi em 2012 ou 2013. Mas para uma pessoa que toda a vida comeu o que quis sem engordar, a mudança de hábitos e o controle não é uma constante. Com o tempo acabei por regressar ao ponto onde estava que, não sendo gorda, era algo a que não me habituava.

Em 2014 fiz um plano de aceleração do metabolismo e treino muscular com um amigo meu (que já não trabalha na área). A ideia de perder peso era atraente e queria, claro que sim, mas eu estava muito interessada na mudança de composição corporal. Até ali tinha andado a brincar no ginásio (mais a pagar que a treinar) e não percebia nada daquilo. Também os planos que os PT faziam não me convenciam nada. 

Este plano que fiz foi absolutamente revolucionário, ensinou-me imensas coisas para a vida, ganhei uma massa muscular incrível, comia como uma leoa (um plano alimentar específico de compras de supermercado normais) e fiquei seca de gordura como já não me lembrava. Há fotos dessa altura em que até estranho a minha cara de tão magra que estou.

Foi espectacular, levou-me exactamente onde queria. Mantive durante imenso tempo o peso e a composição corporal até que fui relaxando. Já estava "como antigamente", como se fosse uma coisa sem necessidade de manutenção e o ginásio passou a ser uma miragem.

Entretanto engravidei, tinha 63Kg. Tinha tanto medo de ficar gorda que controlei bastante as asneiras que fazia e das poucas vezes que me davam fomes comia sopa (mesmo que me apetecesse pão). Tentei fazer ginásio, mas tive de desistir porque me faltava o ar e começava a ver clarões. Depois de estar tanto tempo parada não dava para me tornar desportista aos primeiros meses de gravidez! 

Parei o ginásio, tomei alguns cuidados com o que comia - agradeço os enjoos - e aumentei 11kg em toda a gravidez. Três semanas depois do parto só tinha 1kg a mais do que tinha quando engravidei, pesava 64kg. Uau! Estava contente, parecia que já não engordava outra vez e relaxei. Tinha bebé, estava contente, comia em modo de celebração enquanto lambia a cria. 

Ao fim de uns meses já não eram 64kg, eram 65kg. Regressou o medo de aumentar, voltei a ter cuidado, fui oscilando entre perdas e ganhos pequenos, equilibrado, mas sem grande motivação para fazer uma coisa a sério.

A minha filha nasceu em Março de 2017 e esse ano nunca fui à praia. Tinha um bebé muito pequeno, nem me apetecia. Mas a verdade é que não me sentia confortável. 

2018, idem. Não fui, não me sentia bem.

2019, idem. A história repetia-se.

Fui algumas vezes à praia com o PAM numas idas ao Brasil e não mais que isso. Também sem me sentir bem e sempre a pensar "estou gorda". Era como me ver ao espelho e não me reconhecer, não era o meu corpo que conhecia da vida inteira. Não me dava as mesmas respostas da forma que o conhecia.

Tinha vontade de emagrecer, mas empenho zero. Arrastei-me.

Odiava quase todas as fotografias e praticamente não tirei fotos com a minha filha nos seus primeiros três anos de vida. E isso é uma tristeza.

Até que no início de 2020 pensei "é este ano!". Finalmente comecei a motivar-me, a mentalizar-me e parte disso encontrei online com duas pessoas que fizeram a dieta LEV. Aquilo começou a despertar-me curiosidade e fui lendo sobre o assunto. Falei com pessoas, li testemunhos. Decidi-me e marquei consulta para meados de março.

Dá-se a pandemia. Tudo fechado em casa. Consulta adiada para data desconhecida.

Entre a preocupação da situação, havia ali alguma oportunidade de tempo para agarrar e gozar. Para estar em casa, ócio, boa comida, ver séries e fazer trabalho de escritório. Trabalhei imenso, mas também parecia que nos tínhamos dado liberdades de compensação emocional à situação e comi de forma alarve. O PAM estava louco, era pizzas e hamburguers em série. Eu, essas pizzas e hamburguers, mais chocolates a toda a hora. Às tantas era uma tablete por dia. E muito pão. Sempre tranquila porque dali a um tempo iria dar início à dieta, não havia de ser nada.

Mas o confinamento nunca mais acabava. Ao fim de dois meses em casa neste registo e à espera que as  calorias não se transformassem em gordura por milagre, já não eram os loucos 65kg. Eram 68kg. 

Meu Deus, nunca estive ali sem ser grávida. Estava reduzida a três pares de calças. Não me conseguia vestir. A minha cara parecia uma bolacha. Era uma situação nova na minha vida. Sentia-me horrível. Deprimida. Triste. Sim, eu mantinha-me dentro do IMC normal (quase a sair), mas sentia-me um ogre.

Como é que cheguei aqui? Por quê? - eram perguntas que me fazia.

Este estado emocional não foi uma coisa que partilhasse ao longo do tempo. Acho que pouco ou nada falei do assunto com o PAM e talvez ele só vá saber da verdadeira dimensão das minhas emoções na altura em que ler este texto. Na verdade, olhando para trás, acho tenho agora melhor noção do mal que me sentia do que percebia no momento. 

Entretanto, o país abriu as portas em maio, fui à LEV (de minha iniciativa) e em dois meses regressei ao peso que tinha há 11 anos. Voltei a encontrar motivação para ir ao ginásio, a ter ganas de ganhar músculo, mentalizei-me que sem ginásio não consigo comer as coisas boas que me apetece mantendo o peso que quero, recuperei roupa que não vestia há anos e anos. 

Surpreendente: voltei à praia, até fiz férias no Algarve, vesti bikinis à frente de toda a gente sem sentir que não era eu. Claro que não estou igual, estou mais velha e tudo bem. Mas já não me sinto estranha e já não me lembro do desconforto. É um assunto que não paira constantemente na minha cabeça. Já tiro fotos (selfies ao espelho!). Comprei roupa nos saldos com gosto. Aqueles três pares de calças que eram a única roupa que conseguia vestir, estão-me grandes. E vivo, também comi bolas de berlim na praia e fui jantar pizzas com os amigos.

Eu não tive cabeça para fazer isto há três anos, mas olho para trás e sei que só perdi tempo. Mais do que tempo, eu perdi momentos em família e deitei fora um tempo que não volta. 

Estou hoje num lugar completamente diferente. Como chocolates e pizzas, mas com outra lógica de compensação calórica. Aprendi a "conduzir" o meu corpo. Não deixo de viver - nem pensar, eu gosto muito de comida! - mas faço de outra maneira. 

Se há alguém que se sente como eu me sentia: sinto-me tão diferente e tão melhor! Portanto também é possível para outras pessoas. É certo que fiz a dieta LEV e adorei, mas isto não tem que ver com a LEV, muito menos este texto foi encomendado. Eles nem me contactaram, fui eu que os procurei. Podia ser outra dieta qualquer, há várias formas de perder peso, só temos de encontrar o que funciona melhor para nós.

Estou feliz, sinto-me bem, com energia e vontade de dizer a toda a gente que é possível. Tenho o corpo que é resultado do empenho e compromisso que assumo comigo mesma diariamente. Uns dias com comidas mais calóricas, outros com saladas e mais cuidado, outros a gastar no ginásio, outros sem sair da cadeira e daí nasce o resultado. Dá para tudo, chocolates incluídos, mas é preciso fazer um caminho de consciencialização 


Para os interessados, preparei um texto com perguntas e respostas que me foram enviando sobre a minha experiência com a LEV. Podia ser outra dieta, mas foi essa que fiz. Da mesma forma que este, não é um post encomendado e podem ler aqui.




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