19.2.13

Ajuda para a Tailândia


Queridos leitores, sei que vocês, os que já foram à Tailândia, são mais que muitos. Queiram auxiliar-me nesta questão que me está a tomar conta do sono: Phuket ou Krabi?

Para fazer os tours habituais pelas Phi Phi, bem sei que tanto faz, mas não sei mesmo onde me instalar. Se é verdade que gostei do Amari Vogue em Krabi, também é certo que parece ser afastado de qualquer cidade para ir a pé, ida e volta de táxi está tabelado em 25€ (vão roubar para a estrada), e ainda me querem fazer um preço promocional de 20€ ao almoço e 25€ ao jantar. Meus amigos, isto não são preços de refeições na Tailândia! Além disso, se não posso dar uma voltinha na rua à noite, se quando se vai o sol acabou o dia faço o quê? Assim morro de tédio, cheira-me.

Também sei que Patong em Phuket é para esquecer, a não ser que queira dar de caras com um "Algarve em Agosto".

A Andreia, leitora e jóia de moça que já me deu dicas preciosas, recomendou-me Kata Beach, a sul de Phuket, afastado de Patong. A Andreia ficou no Katathani Phuket Beach Resort, que parece para lá de simpático, mas 200€/noite é demais para mim. O meu limite já a esticar está nos 100€/noite. E é para ter pequeno-almoço!

Então, o que me recomendam? Sugestões?

Obrigada, xuxus.
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13.2.13

Dicas para Miami, Florida


1º texto da Florida Road Trip - Miami Beach



Aqui ficam algumas dicas para sobreviver em Miami!

Quando se agenda uma viagem para Miami, não vão ao engano. Se é para ir de férias e ter praia, querem ir para Miami Beach e não para a cidade de Miami. Observem o mapa!


A cidade de Miami é gira, normal, mas a actividade de interesse está a direita, naquela língua de terra ligada a Miami por várias pontes. Aí os hotéis são mais que muitos, nas minhas pesquisas nunca encontrei nada barato, os preços costumam ser puxadotes, mas é possível encontrar espaços mais baratos nos espaços para os mais jovens, tipo hostels. Para quem quer diversão, mas dormir descansado, não aconselho ficar em South Beach, deve ser uma barulheira. Aconselho escolher um hotel algures na Collins Av. (que é tão enorme que atravessa quase a língua de terra inteira de alto a baixo), a uns bons quarteirões de distância de South Beach. Quem quer ficar no centro da actividade e sem barulho, é possível, basta procurar um hotel em South Beach, mas devem ser carotes. O hotel do Versace custa cerca de 3.000$USA/noite o quarto mais barato. Mas diz que é muito lindo.


Transportes, carros e condução

Há cidades que dispensam carro sem problemas (Londres, Nova Iorque) e outros, se é para passear e conhecer tudo, o carro é indispensável. E é o caso de Miami, mais para mim que dei a volta à Florida, mas é um desperdício se não alugar carro. No caso de ficar apenas uns dias em Miami Beach, é perfeitamente possível andar de transportes para cima e para baixo. Nas horas de ponta, para sair à noite, é mesmo recomendável. E se for beber álcool, nem pense duas vezes. Por lá não se sopra o balão muito de vez em quando e o excesso de álcool dá direito a prisão e uma série de chatices. Apanhámos algumas vezes o autocarro para ir para a praia de South Beach, almoçar, passear, e assim poupávamos no valor dos parquímetros, que aquilo dói sempre a pingar. O preço dos bilhetes de autocarro custam 1$ ou 2$USA, precisam de ter notas trocadas e compra-se dentro do autocarro, numa máquina junto ao motorista. Mete-se a nota e sai o bilhete que é igual, vá para longe ou perto. O que não faltam são autocarros para cima e para baixo.

No caso de alugarem carro, aluguem sempre o quanto antes, sai mais barato. Ainda nem tem bilhete de avião? Não tem mal, pode marcar na mesma. Em caso de impossibilidade de viajar, pode cancelar uns dias antes (acho que 3 dias) e devolvem a totalidade do valor para o cartão.

Para alugar carro, a Drive USA tem resultado sempre no aluguer mais barato. Para fazer o aluguer através desta página são precisos um mínimo de 3 dias de antecedência antes da chegada. Não façam como fiz uma vez, aguardei estupidamente, pronta a alugar na véspera e depois já não conseguia. Era fim de ano, tentei alugar por lá indo aos alugueres, sai caríssimo! Acabei por alugar a um grupo duvidoso, vão de escada, fui roubada, mentiram-me, cobraram um valor de danos no cartão de crédito quando não havia danos nenhuns, foi uma cena para tratar disso a partir de Portugal, perdi anos de vida. O carro era podre, as luzes do motor acendiam e paguei uma fortuna. Nada como optar por uma Dollar, Avis, Hertz e essas do costume. Trata do assunto via net, quando chega ao aeroporto vai preencher a papelada, trata de ir levantar o carro e segue caminho. Na hora de entregar, podem entregar no aeroporto, está tudo muito, bem indicado, e segue caminho com as malas para ir fazer o check-in.

No momento do aluguer, já no balcão, vão perguntar se querem o SUNPASS que é uma espécie de via verde. Se for para ir aos outlets talvez possam precisar, se for dar uma volta pela Florida, é garantido que vão precisar. O SUNPASS é como uma via verde para portagens, o problema é que em algumas portagens não há a possibilidade de entregar dinheiro em máquinas e só funcionam com SUNPASS. Se passar por uma dessas portagens sem estar autorizado, é multa na certa e deve ser feia.

As portagens são baratas, por volta de 1,25$USA, não me lembro de portagens caras, mas algumas nunca percebi o valor. Passar em portagens nos EUA não é fácil, Não é fácil mesmo! Já lá fui tantas vezes e desespero dos nervos quase sempre, aquilo está feito para quem já conhece, um estrangeiro não sabe o que fazer. Já passei por portagens com a cancela para cima (para mim, europeia, sinal de que posso passar) e mais tarde recebi a multa. É incompreensível.

Da última vez fui enganada com esta coisa do SUNPASS, uma puta de uma sul-americana a alugar-me o carro, a dar-me a conversa de que para ir ao outlet Dolphin Mall passava por 3 portagens e duas não tinham máquina a dinheiro. O SUNPASS custou 40$. Fomos a ver, na ida e na volta todas as máquinas aceitavam dinheiro, teríamos gasto cerca de 4$. Mas para quem não sabe, o risco é grande. À data da minha viagem, para passear por Miami, ir até ao aeroporto e ao Dolphin Mall, não era preciso SUNPASS, mas não sei se estas coisas podem mudar.

Para conduzir nos EUA, a regra é não facilitar. Mesmo! Ali não brincam em serviço. Nada de álcool, parem em TODOS os STOP, não saiam do carro se a polícia mandar parar (permaneça no carro com mãos no volante ou podem disparar), não desdenhem os parquímetros que ali não é como a EMEL que passam de vez em quando, estão sempre a passar e as multas doem.

Outra coisa a ter em atenção são os semáforos. Cá paramos num semáforo encarnado em cima dele, nos EUA os semáforos estão do outro lado da estrada (de um cruzamento, por exemplo) o que se torna muito confuso para quem não está habituado. Cuidado para não ficar no meio da estrada! Também, quando o semáforo fica amarelo ou encarnado, não há tempo para passar. Cá existe um compasso de espera entre um ficar encarnado e o outro ficar verde, mas lá é imediato.

Para facilitar a viagem recomendo um GPS TomTom. Tenho os mapas dos EUA, é uma poupança enorme se não tiver de alugar um GPS (cerca de 15$USA/dia). Mesmo que não tenha um, pergunte se alguém empresta, o mais provável é sair mais barato se comprar os mapas do que alugar um GPS.


Parques temáticos

Nunca fui grande fã da Disney, mas adorei o parque Universal Islands of Adventure. Há dois, um cheio de montanhas russas, o que fui e escrevi um texto, e outro que é mais ligado ao cinema (Universal Studios) e tem menos coisas para fazer e mais para ver. Tem aqui o link, não se enganem no parque, mas até podem ir aos dois.  O preço do bilhete o parque Universal Islands of Adventure é de 85$ + tax. Não percam a montanha russa do Hulk! Memorável!

Tudo o que compra nos EUA não tem IVA marcado, depois na caixa é que acrescentam o IVA, é o chamado "plus tax". No caso da Florida, a taxa é de 7%. Ou seja, tudo o que comprar vai ser acrescido de 7%

Outro parque maravilhoso e que nunca na vida vou ver algo igual, a não ser que regresse à Florida, é o Kennedy Space Center da Nasa. É também a uma hora de Orlando e fica-se lá um dia inteiro. Não tenho palavras para o quanto gostei daquilo, está tudo no meu texto. Adorava voltar só para fazer o simulador de gravidade zero. Fica aqui o link para o Kennedy Space Center.

O Busch Gardens, acreditem, tem as melhores montanhas russas que já fiz na vida e as vistas são fabulosas com os animais à solta. Sou da opinião que aquilo é mais giro para adultos que para crianças, mas tem uma área dedicada aos mais pequenos. Na página do parque têm vídeos das montanhas russas, deliciem-se!

Para ir ver os crocodilos, o melhor sítio é o Everglades Alligator Farm. Não se esqueçam de imprimir os cupões de desconto que estão no site, sempre se poupa para um gelado! Adorei esta experiência dos alligators, voltava num ápice.

Para fazer este género de actividades o melhor é marcar para dias de semana e se fizerem a viagem em época baixa, melhor. Espero que tenham a mesma sorte que eu que nunca esperei em filas, era sempre a andar e aproveitei imenso o tempo.


Compras

Para fazer compras em South Beach recomendo a Lincoln Road e o fim da Collins Avenue.

Para escolher um outlet em Miami, não há dúvidas, é o Dolphin Mall, vale mesmo a pena, a não perder. Para dar um exemplo, há pessoas que levam uma mala de viagem vazia e vão carregando à medida que fazem compras. Outros há que se vêem obrigados a comprar mais uma mala de viagem. O que mais vai ouvir falar é espanhol e brasileiro. Há brasileiros por todo o lado em Miami.

Dolphin Mall 
11401 N.W. 12th Street, Sweetwater - Miami

Para gastar dinheiro mais a sério, outro centro comercial a não perder é o Aventura Mall que tem lojas muito boas e muito por onde escolher.

Aventura Mall
19501 Biscayne Boulevard
Aventura, FL 33180

O Miami International Mall  é ao lado do Dolphin Mall, é mais fraquito, mas salvou-me para comprar cremes e sandálias.
1455 NW 107th Avenue - Miami, FL 33172


Atenção aos horários dos Centros Comerciais que não são noctívagos como nós. A maioria fecha às 21h, mas podem ver o horário nas páginas de internet.

Para mim, são lojas a não perder a Nine West, Ann Taylor, Calvin Klein, Levi's, Macy's, Banana Republic, Victoria's Secret, tudo o que é sapatarias (até nas que têm um aspecto mais poucochinho encontram-se sandálias maravilhosas). A estas lojas o tour é obrigatório, vou sempre ver o que há, depois o resto vou espreitando conforme o tempo disponível.

Se chegarem a ir ao Dolphin Mall, não se esqueçam de entrar na Lindt (chocolates) e comprar as trufas que se vendem à unidade. As melhores são as encarnadas de praliné e as cor de laranja que são de peanut butter. A sério, não há nada igual por cá, não deixem de provar. Da primeira vez comprei 50 unidades, as últimas já fui às 100 unidades. Tenho de armazenar porque nunca sei quando posso voltar a comer estas trufas.

Andem sempre com um casaco, uma pashmina, uma sweat, qualquer coisa! De cada vez que entram numa loja, num centro comercial e em muitos restaurantes, vão morrer de frio com o ar condicionado. É um exagero, fiquei inúmeras vezes com os mamilos espetados a morrer de vergonha sem ter com o que me tapar.


Supermercados

Onde ler Publix, CVS ou Walgreens pode abastecer-se. Na verdade o CVS e o Walgreens dizem ser farmácias, mas são supermercados com um farmácia lá dentro. Aproveitem para ir ao corredor de produtos de cabelo, tem imensas coisas diferentes (e muuuito mais baratas!). Não deixem de comprar m&m's de peanut butter. Ou se calhar é melhor não provar nunca.


Refeições

Se passar por um Denny's ou um iHop , tem refeição garantida, seja pequeno-almoço, almoço ou jantar. A maior parte deles está aberto 24 horas. Se forem ao iHop não percam a Spinach and Mushroom Omelette nem os Garden Stuffed Crepes. É maravilhoso, não há vez que vá aos states e não vá a pensar nisto! E provem as panquecas, são tão boas!

Os restaurantes de South Beach na Ocean Drive Av. são carotes e nada de especial. Não comi mal, mas também não posso dizer que tenha comido lindamente para o que paguei. Nada que me tenha ficado na memória. Existe um restaurante no topo de um hotel, o Delano, do qual falam muito bem. Adiei e acabei por não ir, mas é coisa para custar 100$USA/pessoa.

É importante deixar gorjetas em qualquer restaurante. Levam muito a peito se não deixarem, em NYC fui uma vez parada à saída e tudo: "you forgot to leave a tip!". É incrível a economia que existe nos EUA com esta coisas das gorjetas. Disseram-me que parte do ordenado dos empregados vem das gorjetas, não sei se é parte, se é o todo, mas que é para deixar, é! Costumo deixar entre 3$ a 5$ por refeição, dependendo do restaurante. Na altura de pagar, numa série de restaurantes vão receber o talão já com uma proposta de "tip" que normalmente são escandalosas. Nunca deixei o que me sugeriam. A maior parte dos restaurantes obriga a uma "tip" de 20% ou 25% quando são grupos maiores, o que eles chama de "party of six or more". Mas varia conforme o restaurante.

Independentemente do hotel em que ficarem, comam ao pequeno-almoço plain bagels (torrados ou não). Vão adorar. Podem comprar no supermercado se quiserem trazer, eu costumo ter bagels em casa, peço para me trazerem, mas os meus têm vindo de Londres. Se passarem num Starbucks com sede e calor, peçam um Frapuccino Mocca (café gelado com gelo picado, leite e natas), que é maravilhoso, mas esse já podem beber por cá. Não é leve nas calorias, mas vale a pena provar.

E quanto à Florida, é tudo. Boa viagem!

FIM



Eu já comi muito bom sushi nos states!


Breast augmentation, publicidade trivial nos autocarros


Ocean Drive Av.


Miami Ink





A água é assim de boa!

Estes baldes podem ser servidos com ou sem álcool.
Este é morango batido com gelo, álcool free.



Há mil restaurantes thai nos centros comerciais. Óptimo!















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4.2.13

Clearwater, Naples e o Everglades National Park

1º texto da Florida Road Trip - Miami Beach
4º texto da Florida Road Trip - Universal's Island of Adventure, Orlando
5º texto da Florida Road Trip - Busch Gardens

Clearwater e Naples


Sempre que fazemos estas road trip nos EUA e nos instalamos numa cidade, na hora de jantar, o Poisoned Apple Pam procura saber de imediato qual é o melhor sushi da cidade. Arrisco dizer que é onde gastamos mais dinheiro: viagens e sushi. Lá se descobriu um bom restaurante em Tampa e para lá nos dirigimos depois de um dia inteiro no parque Busch Gardens e de banho tomado. Decidimos ficar no balcão do restaurante, a ver o sushi man a trabalhar, uma forma de não perder a oportunidade de dizer "um prato daqueles, SFF!". E sempre, acontece sempre, há um americano que mete conversa. Por cá seria uma invasão de espaço, por lá é a coisa mais natural do mundo.


Os americanos têm esta característica de falar com qualquer pessoa como se fosse conhecida de vista. E logo procuram saber de onde somos, para onde vamos, dão sugestões, e eu gosto sempre de falar com eles. Desta vez foi uma mulher que ao saber que íamos no dia seguinte para Clearwater, comentou que íamos adorar a água e a areia. Eu tinha uma grande curiosidade com as águas do Golfo do México, mas no dia seguinte desiludi-me.

Rumámos a Clearwater de manhã e chegámos em pouco mais de uma hora. Fomos para a praia e eu não queria acreditar: tinha a areia mais branca que já vi na vida. Aquilo com o sol a pique, até fazia impressão nos olhos. Era mesmo branca, branca, as imagens falam por si. Dizem os livros que a areia é tão branca que há muito anos, no tempo dos piratas, trocavam sacos de «açúcar» por ouro. Afinal, o açúcar não passava de areia desta praia.

Fui direita à água, achava que ia sentir uma água ainda mais quente que Miami, coisa que nunca tinha experimentado, e afinal era mais fria. Desilusão! Não sei se apanhei correntes frias, se era da época do ano, mas não era mais quente.

Uma das coisas que vão encontrar nas praias da Florida, são umas criaturas muito pacientes, a andar de um lado para o outro com detectores de metais. De cada vez que há tempestades, parece que as águas trazem presentes de ouro, moeditas e tal. Naquela terra, quem encontrar fica com o que encontrou. Acho que está obrigado a registar para questões históricas e o Estado tem direito de preferência para comprar, mas é seu por inteiro. Por cá é do Estado. Escondam.

O meu guia tem um mapa da Florida com dezenas de barcos antigos desenhados nas água que banham o estado: a encarnado os que já foram explorados e de lá retirado tudo e mais alguma coisa, e a verde os que estão por explorar. E não estão bem a ver a quantidades de barcos por explorar!

Além de Clearwater, fomos ainda a uma praia em Naples que diziam ser uma das praias mais bonitas da Florida. Foram dias dedicados ao sol!


A minha mãe até pediu para levar uma amostra da areia, mas só vi o pedido depois.



Baywatch

Vista do pier

Areia branca, mas branca!

Eu e o PAM temos um ritual de verão: se ele não quer areia no carro, tem de limpar os meus pés!

As ruas à beira da praia cheia de casas maravilhosas.




Presentes que fui deixando na toalha do PAM




Everglades National Park

O Everglades National Park é um parque gigante no sul Florida, com vegetação tropical, muito conhecido pela sua quantidade de pássaros de alto porte, os crocodilos e os jacarés (alligators). Cobre uma área de cerca de 6.000 km² e recebe mais de um milhão de visitas todos os anos. A cidade mais próxima do parque é Homestead e foi lá que nos instalámos.

O parque fica a menos de duas horas de Miami, por isso, mesmo que não vá dar grandes voltas pela Florida, dá para reservar meio dia para fazer esta visita que vale mesmo a pena. Se não tem carro, há mil locais que organizam esta visitas, pode ir de shuttle ou autocarro.

Na altura de escolher um dos parques desta zona, deparei-me com mil opções. Qual delas seria a melhor? E lembrei-me de ter visto há muito tempo uma reportagem da SIC em que os jornalistas tinham feito esta excursão. Procurei, encontrei e decidi-me pelo Everglades Alligator Farm, que pode ver aqui. Nunca mais me esqueço de ver esta reportagem com os airboat a grande velocidade no meio dos alligators, a jornalista a perguntar se havia registo de acidentes, ao que o homem respondeu com uma gargalhada, "we don't talk about the past, we only talk about the future!". É claro que fiquei em pânico com a ideia de ficar sem uma perninha, pesquisei por acidentes e não vi nada de especial. Agora, depois de eu ter ido, podem ir sem receios, estão à vontade.

Ir ao Everglades Alligator Farm é ver cobras venenosas, ver MILHARES de alligators, ver como se comportam, como comem, ver o espectáculo de cobras, mexer nelas (adorei!), ter nas mãos um alligator bebé (adorei!), e é também assistir ao espectáculo dos alligators, cheia de nervos, com medo que o homem se magoasse, mas com o tempo o nervoso passa. É navegar nos pântanos da Florida a bordo dos airboat, aqueles barcos com uma ventoinha enorme na parte de trás que costumamos ver no CSI Miami.

Na manhã que rumámos a Homestead para visitar o parque dos alligators, tive um fanico a olhar bela janela. Parecia que o céu ia cair. Acalentei a esperança de que por lá, a cerca de uma hora de caminho, o sol estivesse radiante e tudo preparado para nos divertimos. No caminho, chovia e chovia, tivemos momentos de não se ver nada na estrada, nem com as escovas a trabalhar no máximo, estava tudo inundado. Quando chegámos, já tinha parado de chover, mas as ruas não estavam famosas. Arriscámos, fizemo-nos à estrada, passamos por umas plantações maravilhosas de fruta (e por uma prisão-mete-respeito), chegámos ao parque e disseram para voltar no dia seguinte, tal como prevíamos. Assim, adiámos o nosso regresso a Miami Beach, sem nada para fazer em Homestead, tivemos de ficar no quarto a ouvir chover, deitados na cama a ver TV o dia inteiro. Seca do catano! Odeio dias de férias desperdiçados. Ir aos EUA para ficar a ver TV.

No dia seguinte, acordei e voei para a janela do quarto. Tudo alagado, mas sol! Tomámos o pequeno-almoço, fomos para o parque e aí sim, já estavam a aceitar visitas. Quando compramos os bilhetes, 24$USA/cada, dão-nos um mapa com os horários dos barcos e dos espectáculos. Fizemos contas à vida e foi possível fazer tudo de seguida sem ter de ficar à espera de novos horários para aproveitar tudo.

Assim que cheguei fomos ver as vistas. Mesmo à minha frente estava um alligator enorme e comentei: "olha que giro! Puseram aqui um bicho de plástico a imitar um alligator!". Saquei uma foto. O Poisoned Apple Man perguntou se eu era maluca, afirmava que o bicho era verdadeiro. "não é possível, está quase em cima de nós! E nem sequer respira, olha lá! Não mexe, nada!". Eu estava convicta. E no meio dos meus argumentos, de repente, num ápice, o alligator desapareceu para dentro de água à velocidade da luz. Nem o vi, só ouvi. Quando voltei a olhar não estava lá nada. Isto durou um milésimo de segundo. Convicta que aquilo é era de plástico, dei um enorme grito de susto, o PAM desatou-se a rir, recuperei, não sujei as cuecas, ri também, passou um funcionário com um balde na mão, olhamos e vemos que o outro braço era apenas meio braço, e deixámos de rir. Não tem graça. Onde nos tínhamos ido meter? Mais tarde na excursão olhei bem e achei que o braço não tinha sido fruto de um acidente, mas de uma malformação.

O espectáculo de cobras e alligators é giro, achei que ia ser uma seca mas gostei. Mas gostei mais das cobras, porque quando chegou à parte dos bichos grandes, aquilo fez-me um nervoso descomunal, estava sempre com medo de acabar por assistir a uma tragédia, mas lá me acalmei e fiquei a saber imensas coisas sobre estes bichos, nomeadamente, só têm força na mandíbula superior, aguentam 8 meses sem comer e não gostam de carne humana, mas se tiverem de se defender, não hesitam numa trinca. Mais tarde, no espectáculo em que dão de comer aos bichos e começam a atirar ratinhos brancos pelo ar, meus amigos, nunca mais esquecem o som daquelas dentadas. Os alligators são criaturas calmas, parece que são bichos que não se chateiam com nada, em estado zen, mas o melhor é não arriscar.

No fim de um dos espectáculos podemos tirar fotos com algumas cobras, que adorei pegar, achava que iam ser desagradáveis ao toque, mas nada disso. O PAM saiu de lá com ideias de que "queria tanto uma cobra" e é uma questão muito simples: "queres uma cobra ou manter os tomates?". Eu sou uma mulher que gosta de facilitar as decisões ao seu homem.

A seguir às cobras lá vem o baby alligator, colocam uma fitacola à volta da mandíbula, ainda babies e já tem dentes, e podemos brincar com o bicho. Dão mil recados para não deixar cair a bicharada, quem tem medo o melhor é não mexer, magoar os bichos não vale a pena. É claro que na altura de tirar fotos junta-se uma avalanche de gente, temos de aguardar pela nossa vez, não é rápido, mas mais uma vez fui num dia com pouca gente, não desesperei e pude tirar foto com as bichos que queria.

O airboat é exactamente como vemos no CSI Miami. Só não imaginava aquele barulho absolutamente ensurdecedor. Ao entrar para o barco, dão-nos uma espécie de auscultadores para proteger os ouvidos, dão à chave e andam devagarinho por um corredor de água e vegetação, vemos os alligators mesmo ali a passar ao lado, a roçar o barco (não ponham as mãos na água!), vemos as tartarugas com a cabeça de fora que nos cumprimentam, flores espectaculares, aves maravilhosas a sobrevoar, até que arrancámos para um cenário mais aberto onde dão largas ao airboat. Aí sim, o barulho é impressionante! Experimentei levantar os auscultadores e o ouvido interno até vibra, faz uma impressão horrível! Para falar, é aos gritos em plenos pulmões e mesmo assim mal se ouve. Desistimos de gritar, só falávamos nas paragens.

Honestamente, não sei como os airboats são permitidos no meio daquela natureza em estado bruto. O cenário é fabuloso, alta velocidade, voltas de 360º, o tempo estava fantástico, acabou por ficar um calor dos diabos, cheio de sol, a quantidade de águias que passava era impressionante, apesar de ter adorado, não sei mesmo como permitem os barcos no meio da natureza, mas calculo que seja apenas uma área aquela onde é permitido. Este passeio de airboat durou cerca de 30 minutos.

Se for a Miami, não perca esta excursão, é uma experiência fantástica, não é caro e vale mesmo a pena!

Podem ficar com uma ideia do parque neste vídeo.

(continua)
Eu disse que era mesmo mau tempo.





Não provei!


Pesada, a menina, heim?


O tal que achava ser de plástico!


Baby alligators

Teenager alligators

Almost adult alligators

Mapa do parque e horários dos espectáculos


Os nervos que isto me deu, não conseguia ficar sentada e quieta, parecia que tinha pulgas no rabo.

Leve, leve, parece um boneco, nem se mexe.


O nosso condutor, um homem do interior dos EUA que fazia músculo a quem apontasse a câmara.


Olá, bebé!

Tudo à espera da hora da papa.

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© A Maçã de Eva

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