15.7.19

Séries: Stranger Things



Trailer da 1ª temporada, aqui


Trailer da 2ª temporada, aqui


Trailer da 3ª temporada, aqui


Já vi as três seasons do Stranger Things e calhou que só agora escrevesse sobre esta série.

O género ficção científica não é mesmo, mesmo, o meu estilo (eu nunca vi nenhum Star Wars, por exemplo), mas o Stranger Things tem lá dentro uma coisa muito "minha": um revival da minha juventude. É uma excelente apresentação dos anos 80 que vai da músicas às roupas, da tecnologia da altura à comida, ao cinema da época e aos programas de TV que agora são vintage. Tudo aquilo é uma deliciosa viagem no tempo. Arrisco-me a dizer que os anos 80 são grande parte do sucesso do Stranger Things. Não acredito que tivesse metade do sucesso se a série tivesse lugar nos dias de hoje.

Não sendo o género científico um género de que goste muito, por causa dos anos 80 e de todas essas referências, tudo aquilo é mais do que a história que se passa numa pequena cidade dos EUA. Naquelas cidades do interior com um ritmo de vida longe das grandes metrópoles, numa terra onde pouco ou nada acontece, os adolescentes são iguais aos de outras cidades, sedentos de ser adultos, populares, com as suas histórias de amizade, namoricos e férias de verão. A série é vencedora porque não é apenas ficção científica, é mistério, é suspense, é drama, representa bem uma juventude que todos vivemos, é uma mistura que não se limita a um só género.

Na primeira temporada um rapaz começa por desaparecer misteriosamente, durante a investigação encontram e escondem uma estranha rapariga com poderes sobrenaturais, descobre-se uma realidade alternativa, um sub-mundo por debaixo do dia-a-dia, animais/monstros perigosos, os serviços secretos do país envolvidos na tentativa de esconder a verdade da população e esses mesmos habitantes a quererem retomar a vida normal.

A série tem tantas referências que é fácil identificá-las: transborda de Goonies, de ET, Indiana Jones, muito (mas muito) Spielberg por ali e mil outras cenas que lembram outros filmes que conheço, só não sei dar-lhes nome, mas que o Markl deve ter feito muito bem aqui.

No entanto, da primeira para a terceira temporada vejo grandes diferenças, vai muito de Goonies a Terminator, a série tornou-se muito mais gráfica, com seres mais violentos pelo visual do que pela imaginação, o que não me encantou. Além disso, a terceira temporada trouxe uma inevitabilidade que me faz pena: os miúdos cresceram, nota-se bem, não há nada a fazer, eu preferia o registo mais infantil, mas está bem agarrado, com os primeiros beijos e paixonetas à mistura e todas essas coisas próprias da idade.

Fica evidente que a série não acabou, há uma quarta temporada para entrar, mas espero que acabe por aí para não estragar. Não creio que a série funcione com os miúdos já adultos, com cara de 20 em vez do ar de adolescentes que têm agora. Existe uma história para encerrar, mas não creio que renda mais do que uma nova temporada se for para não entrar em decadência.

Para quem viveu os anos 80, a série é um regalo para os olhos. Por lá aparecem as antigas caixas de Tampax azuis que via em casa, o leitor de cassetes VHS da Sony que estava na sala, um walkman, uma gabardine amarela que tive igual, de repente faz-se uma viagem de mais de 30 anos. Tudo isto surge em segundo plano, vale a pena observar o que está para lá das acções em cena.

Para mim e para as pessoas da minha geração, o Stranger Things é um regalo para os olhos. Para quem os anos 80 não dizem nada, não sei dizer, mas recomendo!







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© A Maçã de Eva

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