17.1.17

Gravidez: aumento de peso e nutrição, parte II


Gravidez: aumento de peso e nutrição, parte I, aqui


Talvez importe dizer que nunca gostei da ideia de "corpo de grávida". Nunca achei bonito além de alguma graça naqueles primeiros meses em que a barriga é tímida. Não é que passasse por todas as grávidas e pensasse "que horror!", mas a ideia no meu corpo nunca me atraiu. No entanto existem mulheres que se sentem lindas e maravilhosas, o meu ponto de vista não é regra.

Muita gente deve ter reparado que as fotos de grávida têm sido raras. Publicar esta imagem abaixo foi um exercício de mentalização para me obrigar a aceitar de maneira diferente. Ao longo da gravidez tirei várias fotos para as apagar logo de seguida. Tenho muito poucas fotos de grávida. No Natal tiraram-me fotos que nem quis ver, porque sabia que ia pedir imediatamente para serem apagadas por me sentir feia em quase todas.

Mas com o decorrer da gravidez algumas coisas mudam e, se eu mudei, toda a gente consegue mudar! Nunca gostei de umbigos saídos, achava-os horrorosos e olhem para o meu, completamente espetado. Aceitei, relativizei e já me estou nas tintas, não penso nisso. Voltará ao lugar a seu tempo e aceitei tão bem que se fosse verão tenho a certeza que não deixaria de vestir um bikini.

Nunca gostei de barrigas gigantes, a minha não é gigante mas também não está pequena. Neste momento chateiam-me mais as mamas que sempre as quis ter mais pequenas, mas estou completamente mentalizada a perder o amor a uns milhares e a fazer uma redução daqui a uns tempos. Na minha família têm feito e têm ficado muito bem, sinto-me invejosa de maminhas mais pequenas, assim uma copa C no máximo, mas o tema maminhas fica para outro post.

Estou com cerca de oito meses de gestação e aumentei 8 Kg. Não é mau, não estou a dramatizar, suspeito que destes oito, dois ou três serão meus (mais os 3 ou 4 Kg que preferia não ter quando engravidei). Imagino que vá acabar a gravidez a rondar um aumento de 10Kg, não é catastrófico, mas o último mês é capaz de ser mais difícil porque segundo me dizem só serve para aumentar de peso. Ou seja, se calhar não saio do hospital como a minha mãe já com a mesma roupa de sempre ou até com menos peso do que tinha antes de engravidar, mas também não posso dizer que terei uma batalha desanimadora pela frente para me sentir bem comigo mesma, pelo que tem valido a pena o esforço pelo equilíbrio conseguido com as recomendações (e ideias, as vezes não há ideias!) da nutricionista Mariana Abecasis e os factores genéticos.

Verdade seja dita, após os meu aniversário já tinha um aumento de 9Kg. Dezembro foi um mês cheio de festas, foi o Natal, o fim de ano, o meu aniversário, eu parecia um poço sem fundo. Mas nos primeiros dias do ano procurei fazer um esforço saudável (sem passar fome) e consegui perder 1Kg com alguma facilidade.

Também há um factor que me pode distinguir de muitas grávidas que me falaram em fomes doidas. Será fome ou gula? É que se for gula tenho sempre, grávida ou não. Enquanto grávida nunca tive fomes de roncar o estômago de forma constante, dia após dia, mas aconteceu-me algumas vezes sentir fome e até fraqueza quando eu achava que a última refeição não tinha sido assim há tanto tempo. Se me apetecia tostas de pão alentejano com queijo da ilha acompanhadas de bolas de berlim? Apetecia. Mas muitas vezes bebia um iogurte magro ou comia uma sopa de legumes. Eu cheguei a comer sopa às 10H da manhã e soube-me bem na mesma. O que, claro, não significa que não tenha comido doces. Perdi a conta aos gelados, comi bolas de berlim, vou mil vezes ao sushi, o Natal foi sempre a encher (cheguei a ficar maldisposta) e tenho vindo a fazer compensações. Se fosse completamente disciplinada se calhar tinha um aumento de 5Kg em vez de 8Kg à data, mas eu também não estou para viver de castigo e gosto de comida.

Além de muitos legumes e de alternar refeições abusadas com outras mais saudáveis e menos calóricas, procuro cuidar do corpo de outras formas: uso muitos cremes, besunto-me de anti-estrias de manhã e ao deitar (o que é uma seca, mas traz os seus benefícios), bebo imensa água (que é bom para o corpo e para a pele), esfolio a pele, faço limpezas de rosto, uso cosmética anti-manchas para evitar o pano (texto aqui), faço massagens para evitar a retenção de líquidos (em 2012 divulguei o trabalho da Patrícia aqui e foi um sucesso) e procuro tratar do corpo com mais afinco.


Tabela daqui.

No início da gravidez encontrei esta tabela e até dei um salto: "400 grs. por semana???". Contas feitas isto indicava um aumento mínimo que rondava os 13/14Kg, mas depois vi que isto se aplica a uma realidade americana e não uma realidade europeia. Por cá a recomendação anda por volta dos 9/12Kg.

Outra coisa que comecei a fazer quando a barriga se começou a tornar evidente, foi a criar um registo semanal. A cada Terça, dia em que somo mais uma semana de gravidez, peso-me despida e em jejum e tiro medidas. Meço o perímetro em volta das mamas, da cintura, as ancas, as coxas, uma coxa e assim consigo perceber se é a barriga e o bebé que estão a aumentar ou se sou eu. Durante semanas e semanas o peito aumentou, a cintura foi a que mais "sofreu", mas depois não aumentava na anca e coxas, o que me dizia se estava ou não a criar gordura. Quem me deu a ideia foi uma leitora e isto ajudou-me muito a querer fazer mais por mim, a observar a evolução do registo e a saber quando tinha de me dedicar mais aos legumes e à proteína e menos ao pão, bolos e chocolates. Insisto: o segredo está no equilíbrio, não na privação.

Em suma, e para melhor me explicar, não sou fundamentalista, não aspiro a ter um corpo que nunca tive, a ter aspecto de 20 anos quando estou quase nos 40, a ser uma capa de revista ou a ter um ideal de magreza que o corpo nunca me vai dar. Mas não gostaria de nos 9 meses de uma gravidez ficar outra pessoa totalmente diferente, sentir-me irreconhecível ao espelho, sentir que não há como voltar atrás, derrotada e infeliz. Para mim a ideia sempre foi cuidar-me e não passar do oito para o oitenta que depois pudesse vir a lamentar.

Há dias, uma leitora comentou no FB, na parte I deste texto para dizer que "não é tão linear quanto querer ou não querer", verdade, mas um esforço maior para quem (como eu) procura traçar limites, pode ser compensatório. Eu pelo menos, agora na recta final, sinto que tem valido a pena.

Anti-estrias, Velastisa da ISDIN
Anti-manchas, linha CAUDALIE e linha BIODERMA
Nutricionista Mariana Abecasis e contactos aqui  
Patrícia, massagista para grávidas e não grávidas, 927 352 820



8 meses, mais dias menos dias, com um aumento de 8Kg.

Estou de bikini, não dramatizem. A ideia desta publicação é dividir a experiência e, quem sabe, chegar a outras mulheres que se sentem ou vão sentir como eu. 

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© A Maçã de Eva

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