17.3.20

Diário COVID-19 #3 - Afinal, o que é que este vírus faz ao nosso corpo?




Afinal, o que é que o COVID-19 faz ao nosso corpo?

Estudos mostram que 80% dos casos desenvolve doença sem sintomas ou sintomas ligeiros, como os de uma gripe comum que tantos temos a cada inverno. Mas há 20% dos infectados que desenvolve doença severa e, desses, 10% podem precisar de ajuda para respirar, de um ventilador. Não fosse isso e diria que tínhamos muito menos motivos para nos preocuparmos com este vírus.

E, se infectado, ninguém sabe se vamos fazer parte dos 80% ou dos 20%

As contas são simples: somos cerca de 10 milhões de portugueses. Se 1% do país for infectado (numa perspectiva para lá de optimista), estamos a falar de 100 mil doentes. Destes, 80 mil ficam porreiros, mas 20 mil vão ter doença severa e, desses, metade pode precisar de ventilador.

Não existem 10 mil ventiladores em Portugal, nem nenhum país tem ventiladores que chegue para toda a gente. E isto não se trata de "Portugal é uma merda", é assim em qualquer país.

E o que está a acontecer em Itália, com o número de mortes a galope é isso mesmo, não há ventiladores, nem pessoal médico (já exausto) e por isso têm de deixar morrer. Há inclusivamente directivas para não ocupar estas máquinas em maiores de 60 anos ou com outras doenças que não lhes permitirá muito mais tempo de vida. O cenário é de terror. E isto não é uma expressão, é mesmo de terror.

No entanto, o Ministério da Saúde declarou ontem que Portugal tem cerca de 1.200 ventiladores. E se ficarmos doentes aos poucos em vez de ir de avalanche como se passa em Itália ou começa a acontecer em Espanha, as probabilidades de sobrevivência aumentam para todos nós. Daí a importância do isolamento social. A probabilidade de todos ficarmos doentes é enorme e a nossa possibilidade de salvação é ficar doentes, mas poucos de casa vez. Isolamento social é a nossa melhor arma conta esta guerra invisível.

O que o COVID-19 faz ao nosso corpo está explicado neste vídeo, com bonecos e tudo, explicado para leigos. A bibliografia médica está também indicada no vídeo.



Uma década da minha vida profissional passei-a no ramo da saúde, como assessora de imprensa, com os pés em comunicação de crise, passando pelo INEM e outros organismos do Ministério da Saúde. Toda a informação que tenho disponibilizado é científica, parte da leitura de fontes credíveis e dos meus contactos de quem está no terreno. Não faço afirmações que não possam ser confirmadas. Não invento factos, procuro combater a desinformação e os mitos. A minha preocupação é real.

Pessoas, optem pelo isolamento voluntário. Empresas, permitam o isolamento. Dêem o exemplo.

Ponham-se a salvo 



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© A Maçã de Eva

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