25.2.19

Séries: Peaky Blinders



Trailer aqui

O Peaky Blinders foi sugestão de uma leitora ao mesmo tempo que o PAM leu boas críticas, mas eu não estava para ali virada. O homem insistiu e uma relação é feita de cedências e, pronto, lá experimentei dar uma oportunidade. Ao fim do terceiro episódio era ele quem estava pronto a desistir, mas a mim já me aguçava a curiosidade. Ao quinto episódio estávamos os dois rendidos e devorámos as quatro temporadas que existem em pouco tempo.

O mal desta série está apenas nos primeiros episódios que não são muito interessantes, embora percebo que sejam introdutórios e necessários. E só isso justifica que não ande o mundo inteiro a falar desta série porque é absolutamente sublime. E o trailer, se fosse pelo trailer não via a série, é de facto muito fraco, não lhe faz justiça, quase nem tenho vontade de o publicar junto ao texto.

Não há, não existe, nunca vi uma série com uma fotografia destas. É absolutamente genial, apetece dizer palavrões para reforçar a admiração, é indiscutivelmente de prémio. Em casa temos uma TV gigante de tecnologia moderna (para compensar o cinema que perdemos depois de a Carminho nascer) e tenho a certeza que ver num ecrã destes ou numa TV pequena e mais antiga, fará toda a diferença. Numa TV realmente grande é possível poder apreciar todos os pormenores, os movimentos, os fumos, os nevoeiros, as sombras... É sublime, é genial, não me poupo a elogios, não sei se já disse que é genial. É de tal forma bom que várias vezes ao longo das temporadas suspirámos a falar alto: "olha-me esta fotografia...!". Quem viu não me deixará mentir.

A série é inglesa e os Peaky Blinders são uma família de gangsters que vivem num bairro manhoso de Birmingham, onde semeiam o respeito na base do medo e gerem um negócio ilegal de apostas. São conhecidos por transportar lâminas entaladas na dobra dos chapeús e acho que o nome blinder vem daí, pois nas lutas davam com os chapeús nos olhos dos inimigos. Mas não posso jurar e sei que o gang de facto existiu. É uma série com violência, mas não é o registo de termos de virar a cara, de fazer demasiada impressão. Está tão bem feito que a impressão que nos fizer passa também pela nossa imaginação.

O actor principal veste a pele de Thomas Shelby (notável e ganhou um prémio pela interpretação), é o líder da família, quem toma decisões e dá ordens, mas logo após a Primeira Guerra Mundial, regressa a casa com um stress pós-traumático que esconde da família. Eles são cinco irmãos, não têm mãe, foram abandonados pelo pai, e a única figura familiar mais velha é uma tia machona com pulso de aço. Todos a viver num miserável e poluído bairro inglês, nos anos 20, Thomas tem uma vontade desmedida de ser mais do que um bandido, sabe que é inteligente mas teve pouca sorte no meio que nasceu e então vê na ilegalidade, nos esquemas e na corrupção, o único meio para a ascensão social que tanto deseja.

A primeira temporada começa pelos anos 20 e eu posso jurar: fazer esta série custou uma fortuna! Está tudo conforme a época, ao pormenor, e à medida que que as temporadas avançam com as décadas, todos aqueles cenários se transformam, os carros, as roupas, as mobílias, o requinte, é delicioso!

Não menos impressionante é a música. Brutal! Arctic Monkeys, PJ Harvey, Radiohead, David Bowie, Leonard Cohen, criaram umas interpretações maravilhosas que encaixam nas cenas como uma luva. Na perfeição, diria mesmo. E, claro, além de uma boa TV, um bom sistema de som também valoriza a forma como entramos dentro desta série!

E pronto, está aqui uma pessoa sedenta à espera de mais.

Mais sobre a série da Netflix, aqui.




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© A Maçã de Eva

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