26.2.19

As minhas cirurgias plásticas - Perguntas & Respostas II



As minhas cirurgias plásticas - Perguntas & Respostas I, ler aqui

Lembro-me bem que nas consultas, em conversa sobre cirurgias várias, o Dr. João Bastos Martins me perguntou opinião: por que motivo as cirurgias plásticas são um tabu, ao ponto de se esconder em sociedade? E eu não sei se tenho uma opinião formada sobre isto porque não me consigo colocar na pele de quem toma a opção de esconder.

Por um lado acho que só alguém muito fraco de carácter é que nega cirurgias plásticas que fez, em alguns casos evidentes. Até admito que uma pessoa possa responder "não falo sobre isso", o que é parvo na mesma, mas ao menos não nega a verdade e poupa-se a passar por mentiroso/a. Por outro lado, apenas uma tremenda insegurança sobre um aspecto que se pretendeu melhorar é que impede que uma pessoa fale num assunto destes. Afinal, qual e o mal de querer melhorar? Não queremos todos tratar dos dentes e ter dentes bonitos? Por que não aplicar o mesmo raciocínio a umas mamas?

Nunca fiz segredo das minhas cirurgias plásticas e até faço piadas. Há dias numa festa, um grupo de amigos comparava narizes e heranças genéticas no formato. Nesse grupo estava uma pessoa que eu tinha acabado de conhecer virou os olhos para mim e respondi: "não vale a pena olhar para mim, este nariz foi comprado!".

As minhas cirurgias deram que falar no blogue, mas também noutras páginas (que, claro, outras pessoas me avisaram). Estes comentários que publico abaixo não foram deixados na minha página e as autoras escreveram num registo de fofoca, cheias de preconceitos.

Quando li estes comentários percebi que é exactamente por estes gestos que algumas pessoas escondem as suas cirurgias plásticas: não estão para se submeter ao escrutínio da sociedade. O que é uma pena, porque honestamente, o que se lê abaixo não passa de um exercício de tontas desocupadas.

"Confesso que também me faz alguma confusão, tanta plástica numa pessoa só e ainda tão nova. À primeira vista, parece-me “apenas” uma pessoa muito insegura, com algumas coisas do passado para resolver (...) se calhar é só uma forma de dizer que tem dinheiro e talvez por isso, tanta exposição".

"Não me faz confusão a exposição das cirurgias, mas sim a necessidade de as fazer. A jovem em causa no blog aparenta ser tão segura de si, auto-estima em grande e no entanto esta necessidade em fazer cirurgias transparece uma certa insegurança. Faço figas para que fique tão gira como a doña Letizia do Montijo".

"É verdade que são coisas da vida dela, mas a exposição online dá nisto. Todos queremos opinar. E sim, parece também querer mostrar a si própria que o dinheiro lhe resolve alguns problemas. Em termos de personalidade parece que não bate a bota com a perdigota. Revela insegurança e ao mesmo tempo muita futilidade naquela cabeça".

Eu leio isto, procuro construir uma linha de raciocínio, mas honestamente fico bloqueada. O que responder a este tipo de comentários? É daquelas coisas que por um lado mais vale ficar quieta, não é que eu vá ensinar alguma coisa a pessoas convictas da verdade sobre mim, mas por outro lado é preciso combater o preconceito. E além disso, eu posso afirmar que NAAAAAADA no mundo vindo de gente desta estirpe abala a satisfação de termos realizado a cirurgia que tanto queríamos.


Idade vs. Cirurgia Plástica
Existe uma relação? Eu não sei bem qual foi o raciocínio de quem escreveu este comentário, mas eu reduzi as maminhas porque as tinha grandes, há uma idade para isso? Conheço quem o tenho feito aos 18 anos! Orelhas de abano, se podemos fazer uma correcção em criança, para quê esperar pela idade adulta sem gostarmos de nos ver ao espelho uma vida inteira? No entanto, se uma miúda de 18 anos quer fazer um lifting ao rosto, estamos a entrar no campo de percepção física alterada, de facto não seria normal. Esse seria um caso sem indicação de cirurgia, mas não serve de exemplo para nenhuma das cirurgias que eu fiz.

Insegurança vs. Cirurgia Plástica
As pessoas verdadeiramente inseguras não fazem cirurgias plásticas, são dominadas pelo medo.
Já as que têm algum receio mas não se deixam dominar e procuram muito um resultado, a vontade prevalece. E por sua vez as pessoas que escondem e negam, essas sim são as inseguras. A insegurança é isso mesmo, uma incapacidade de falar abertamente no assunto.

A cirurgia plástica pode corrigir situações físicas que provoquem insegurança, mas não corrige as questões psicológicas. De resto, diante de uma faixa da sociedade como a representada nestes comentários, só alguém seguro de si assume que faz cirurgias plásticas para melhorar certos aspectos do seu corpo. A mim parece-me perfeitamente normal, nem todas gostamos disto ou daquilo em nós. Volto a dar o exemplo dos dentes: também coloquei aparelho e faço branqueamentos, e aí ninguém comenta que "não é normal". E coloquei aparelho nos dentes aos 30 anos. Os meus dentes eram feios, eu queria tê-los bonitos, corrigi, assumi. E hoje em dia adoro os meus dentes.

Futilidade vs. Cirurgia Plástica
"Todos queremos opinar (...) em termos de personalidade parece que não bate a bota com a perdigota (...) revela insegurança e ao mesmo tempo muita futilidade naquela cabeça". Pessoa escreve este comentário e eu sou a fútil. I rest my case.

Dinheiro vs. Cirurgia Plástica
"É só uma forma de dizer que tem dinheiro". Exacto, fui fazer cirurgias plásticas que nem tinha vontade, mas pronto, assim uma pessoa sempre mostra que tem guito para fazer cirurgias plásticas que depois da cirurgia... gasta! Excelente raciocínio.


Há mais perguntas por aí? Fico contente de poder ajudar. Adorei os meus resultados e a qualidade de vida de ter umas maminhas mais pequenas... é tão boa que nem sei descrever!

Podem saber mais sobre o trabalho do Dr. João Bastos Martins aqui ou aqui.




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© A Maçã de Eva

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