13.8.14

Papilas: restaurante Book


Chegámos tarde ao Porto, estava esfomeada, não fazia ideia onde ia jantar. Como era tarde, 22h, ficámo-nos pelo restaurante do Hotel Infante Sagres, o Book. Para mim era completamente desconhecido, mas o PAM agarrou logo a sugestão. Apesar de ele não conhecer, há tempos tinha-lhe sido recomendado por um amigo e não teve oportunidade de experimentar. E dadas as horas, aceitei, apesar de não ser fã de restaurantes de hotéis. Não sei dizer o motivo, não me lembro de uma má experiência (o Sushi Design foi das melhores experiências que tive e descrevi aqui), mas é uma forma de pensar que claramente vou ter de mudar. E como as recomendações de amigos com bom paladar são de confiar, ali fomos.

Invejo-vos, habitantes do Porto. Que bem que comi!



Imediatamente gostei do espaço e do conceito. O restaurante fica na Baixa do Porto, onde em tempos terá funcionado uma livraria, ao que parece (conheço mal a cidade) muito conhecida. E apesar da mudança o espaço não se estragou. Parece que apenas arrumaram mesas e cadeiras e tudo se manteve como estava, parado no tempo, com candeeiros e abat-jours dos anos 60. A decoração e a loiça fundem-se num bom gosto daqueles que nos faz sentir confortáveis num restaurante.

Mesmo ao meu lado, na parede, estava um mapa daqueles tinham lugar na parede de muitas escolas no tempo do Estado Novo. Mapas das antigas colónias portuguesas, tal e qual a minha mãe os descreve. A luz do espaço é óptima, romântica, mas foi ingrata para fotografar o bem que comi, pelo que vou usar as fotos da página de FB do Book.


O menu é servido entalado em livros antigos onde as pessoas deixam os seus elogios ao espaço, logo aí algo invulgar. E olhando para o menu, o difícil é escolher!

Foram-nos trazidos patés que eu nem sei bem o que eram, mas isso não interessa nada. Um de salmão e outro de ervas, que coisa divinal. Não fosse o avançado da hora e eu ia querer provar a sopa de sapateira, mas seguimos para um polvo com grelos e batata doce. Minha nossa senhora, o melhor de Portugal num pequeno tachinho. Tão bom, tão português que me deu ideias para cozinhar batata doce em casa com casca, coisa que nunca tinha comido (para quem não sabe, a variedade desta batata costuma estar impregnada de terra, não sei como fizeram). 

Seguiu-se um naco de vitela com grelos, ervas, especiarias e sementes de mostarda. Divinal, só faltava estar um bocadinho menos passado, que acompanhamento mágico.

E mastiguei, mastiguei. Foi daquelas refeições que uma pessoa quer fazer demorar o sabor na boca, mastiga mais vezes que o habitual, daquelas que apetece fechar os olhos e nem falar com que nos faz companhia para saborear cada garfada.





E no fim dividimos uma sobremesa. Por norma não pediria um remate final, o PAM menos ainda que não aprecia doces, mas a carta falava no "melhor pão-de-ló do Universo" e quando estamos num restaurante que se gaba disso, temos de provar. Havia o tradicional e o de chocolate, na indecisão, trouxeram um pouco dos dois para provar.

Não estavam a mentir. Celestial. Conventual. É mesmo dos melhores que já tive oportunidade de provar. O PAM que não tem queda nenhuma para doces, a quem não podia ser mais indiferente, perdeu-se. Nas palavras do empregado o de chocolate era o melhor. Mas não, para mim nada como o tradicional. O de chocolate era bom, claro que sim, mas se tivesse de levar um inteiro para casa, era o tradicional que escolhia.

Este é daqueles restaurante que se fosse em Lisboa eu não descansava até provar os pratos todos. Iria uma e outra vez, seria cliente da casa, haviam de me conhecer pelo nome.

Ao chegar a casa fui amigar-me da página de FB do restaurante e percebi que uma vez por mês têm brunchs a 20€/pessoa e ao almoço têm menus que parecem rondar os 12€/pessoa. Ah, sortudos, estava lá batida na próxima oportunidade!

Tudo o que vi passar tinha um aspecto divinal, foi dos melhores restaurantes onde já comi e o PAM partilha da mesma opinião. Para lá da refeição tem aquilo que eu gosto num bom restaurante: é uma experiência para as papilas gustativas, comem-se coisas novas, daquelas que parecem impossíveis de cozinhar em casa.

O preço do jantar com vinho a copo foi de 60€, uma média de 30€/pessoa.

Recomendadíssimo!


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© A Maçã de Eva

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