12.8.14

Experiências: Hotel Infante Sagres, Porto



"Mama always said life was like a box of chocolates. You never know what you're gonna get". Esta é uma frase do intemporal filme Forrest Gump e foi isso que senti ao conhecer o Hotel Infante Sagres, no Porto: olhando para a fachada, ninguém, mas ninguém, imagina o que vai lá dentro.

No coração do Porto, o hotel não é novo, foi construído nos anos 50 e tem a reputação de ser um dos melhores hotéis desta cidade. Este hotel é daqueles que nos faz sentir orgulhosos como portugueses pela sua arquitectura divinal. É que é bonito, bonito, incansavelmente bonito. Encontrei-lhe muitos traços que fazem lembrar o Teatro Nacional de São Carlos, passear nos corredores é como entrar num livro de época e viver no Portugal daquele tempo. E o hotel é tão reputado que já hospedou o Dalai Lama, realeza europeia, Bob Dylan, Catherine Deneuve, o John Malkovich (esse mais parece viver cá) e até os U2.



E quando me convidam para conhecer um hotel destes, uma pessoa não vira a cara! Aproveitei uma viagem de trabalho ao Porto e não podia ter gostado mais da experiência.

A fachada não faz justiça ao seu interior, a arquitectura dos anos 50, o elevador antigo com porta de ferro trabalhada, a porta que já não deve dar para uma sala de contabilidade mas que ali manteve o nome do local de trabalho, a escadaria imponente com os seus vitrais coloridos, os tectos trabalhados, os lustres, traços que fazem as minhas delícias de viagens imaginárias no tempo e que devem apaixonar os estrangeiros. Que não fiquem dúvidas, este é um hotel histórico muito conseguido, que não se deixou esquecer no tempo e que soube genialmente adaptar-se aos novos tempos juntando às características de época uma decoração moderna.







À chegada tinha reservada um dos mais recentes quartos a sofrer uma redecoração. Ao ler a porta do quarto, "Suite Boca do Lobo", sabia que lá dentro teria de encontrar algo fantástico. Questões polémicas à parte com o grupo, a Boca do Lobo é uma marca pautada por um design moderno, invulgar e as peças são de não gostar de todo ou de apaixonar.

Ame-se ou odeie-se, a cómoda que tinha no quarto foi menina para me fazer suspirar muitas vezes, para a querer levar debaixo do braço, eu arranjava-lhe lugar e estaria disposta a mudar a decoração de uma divisão só por causa dela.

O quarto manteve até os interruptores de época, daqueles que se giram. Conta com um ambiente de meia-luz e uma cama enorme onde até os lençóis são diferentes, de um material macio que não soube identificar. Luxo! 

A suite conta com dois WC e também ali mantiveram a traça original, as paredes de mármore português e uma loiça sanitária tão anos 60 que dá vontade de sorrir. Na banheira está um duche que me fez sentir como boi a olhar para palácio: como raio ponho a água a correr? Ao fim de uns minutos a avariar entre jactos frios e quentes lá me entendi e tomei daqueles duches revigorantes, com jacto a sério que limpam a pele e nos fazem sentir como novos. Não gosto nada de duches com água mole, um bom hotel tem de ter um duche como deve ser.





E no caminho desta experiência, sem saberem deram-me a conhecer a Real Saboaria. Como é possível que eu não conhecesse? O cheiro a citrinos destes produtos deixaram-me fã. Eu que não sou destas coisas, tive de trazer os restinhos dos produtos que ficaram nestas embalagens. Gentes do norte, têm de me apresentar estas coisas!

A primeira vez que fui ao Porto, de passagem, não gostei. Achei uma cidade escura. Com o tempo e a experiência, tenho vindo a aprender a gostar. As suas gentes são diferentes de Lisboa, mais descontraídas, arrisco dizer menos desconfiadas, fazendo deste um país tão rico e que nos deve orgulhar a todos. O Porto precisa de dinheiro e de um Presidente da Câmara que recupere a cidade, acabe com tantos prédios devolutos, de alguém que lhe devolva a luz que um dia deve ter tido sem se deixar ficar apenas pelas zonas turísticas.

Ainda tenho muito para conhecer, mas perco-me pelas antiguidades, namoro as tradições, rendo-me às filigranas. Tenho aprendido e lido, estas viagens - embora de trabalho - têm-me enriquecido culturalmente e também o paladar. Come-se bem, caramba, come-se muito bem! No próximo post, um dos melhores restaurantes onde já comi.

O Hotel Infante Sagres é um hotel recomendado pelo grupo ARTEH Hotels, que apenas recomenda hotéis reconhecidos pela riqueza histórica, beleza, arquitectura, decoração, conforto e serviço de excelência. 

Procurando um hotel na página do grupo ARTEH é uma forma de ter a certeza que não arrisca uma má experiência na escolha de um hotel. São só os bons.

Obrigada pelo convite para esta experiência. Adorei!

 

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© A Maçã de Eva

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