Tenho recebido muitas, mas mesmo muitas mensagens em que me perguntam que plano de exercícios ando a fazer, qual é a minha nova alimentação, quem é o meu treinador, etc. A ver se consigo juntar tudo neste texto.
Os primeiros dias deste novo modo de vida não foram a coisa mais fácil, como escrevi aqui. Mas dessa semana ficam as memórias: já não tenho as dores musculares que tinha, o pessoal de ginásio e os clientes que lá estão já não me fazem correcções aos exercícios em termos de postura e utilização das máquinas, tenho vindo a aumentar os pesos que de repente me começaram a parecer muito leves (tenho exercícios de pernas que aumentei 10Kg!), consegui passar a beber muito mais água do que bebia (e acreditem que isto para mim não é fácil), a Patrícia (massagista) continua a notar diferenças no meu corpo de semana para semana, pequei algumas vezes, mas os chocolates oferecidos continuam guardados à espera de melhores dias. Neste espaço de um mês, o meu peso não se alterou grande coisa (o que deixa uma mulher algo triste), mas é certo que já perdi 2cm de cintura (entre outros).
Eu não estou obesa, nunca fui obesa, já estive chubby há uns anos, e também já fui muito mais magra em tempos idos. Sabe-se lá o que me aconteceu, depois dos 30 deixei de ser o tipo de pessoa que come o que quer, mantendo sempre o peso. Começou a acumular-se gorduras em zonas específicas, o aspecto da pele piorou, talvez tenha entrado em negação ou tenha pensado "isto já melhora", mas a verdade é que um espírito jovem não acompanha a idade do corpo. Encarei a verdade, isto não ia passar por milagre, se queria recuperar para ter o corpo que tinha, tinha de o passar a trabalhar. E assim comecei este novo modo de vida que inclui uma alimentação mais saudável, passei a fazer musculação, com o objectivo de me sentir bem, gostar de me ver e perder massa gorda.
Há quem pergunte: "e depois como mantens isso?", como se fosse um cubo de Rubik. Isso é o mais fácil, depois de feita a aprendizagem, depois de compreender o meu corpo e as sua necessidades, o caminho faz-se bem. Sempre que eu não me importar com o meu corpo, com o que como, estarei a optar por outro caminho e a voltar ao que era. Como disse, isto é um modo de vida, mas não significa que nunca mais na vida vou poder comer um gelado ou um chocolate, porque eu sei bem que isso também não seria vida para mim! Conheço os meus pontos fortes, mas também conheço as minhas fraquezas. E entre elas estão gostar muito de comer porcarias o que, em vez de passar a ser quase diário, passa a ser de vez em quando.
O meu plano alimentar não é um plano de redução calórica, é um plano de aceleração do metabolismo para queimar gordura do meu corpo e aumentar massa muscular. É um plano de educação alimentar, de aprender a dar ao meu corpo aquilo que ele precisa. E depois disto, passamos a olhar de outra forma para as embalagens, como há dias reparei que há bebidas que têm o equivalente a oito (OITO!) pacotes de açúcar numa latinha. Felizmente nunca fui de refrigerantes. Hoje olho para alguns carrinhos de compras e pergunto-me como levam para casa alguns alimentos ou como são capazes de dar às crianças aqueles iogurtes de miúdos cheios de cores atraentes, mas carregados de gordura e açúcar.
Aos pedidos para revelar os meus planos de refeições e treinos, já várias vezes expliquei que não posso. Quanto pedi este acompanhamento e me propus a aprender tudo o que precisava de saber sobre o funcionamento do meu corpo, assinei uma declaração em como mantinha confidencialidade na informação.
Mas ainda que o pudesse revelar, de nada serviria. Cada um tem rotinas diferentes, historial de saúde diferente, diferentes necessidades, objectivos diferentes, etc., e cada plano é individual. O que foi traçado para mim não serve a outra pessoa.
Esta dieta é desenhada por Miguel Kennedy, um Functional Diagnostic Nutritionist & Functional Medicine Practitioner, Biosignature Modulation Practitioner and Sports Nutrition Consultant (dou rebuçados a quem disser isto tudo sem se engasgar). Aquilo que o Miguel faz não tem nada a ver com os tradicionais nutricionistas fazem, em que reduzem o número de calorias, enquanto o Miguel desenha um plano para aumentar a velocidade a que o corpo queima as calorias.
Os contactos encontram aqui, em Calories Junkies, e para os curiosos, é o próprio Miguel que está na foto da página.
Há anos, mil anos que conheço o Miguel. Há anos que ele tem este culto de cuidar o corpo, há anos que treina atletas, há que tempos que vejo imagens de transformações dos pacientes, há que tempos que me dizia a mim mesma "um dia faço isto" e 2014 foi o meu ano de mudança.
Não vou mentir, isto não é barato, mas é muito mais barato do que fazer cirurgias. Estamos a fazer um bem pelo corpo, custa, mas estamos a caminho de um objectivo que só não atinge quem se deixar falhar, e pagamos por uma aprendizagem que fica para sempre. Honestamente, acho que vale mesmo o preço que custa (que é variável conforme as situações e os pacotes que se prefere).
Desde que comecei não perdi muito peso na balança, mas sem dúvida que perdi gordura. Num mês já se foram 2cm de cintura, recuperei roupa na qual me sentia desconfortável, tenho mais força, mais energia, deixei de ter dores nas costas, durmo lindamente, nunca tenho fome. Não vou mentir, às vezes não me apetece nada ir para o ginásio, mas é mais insuportável a ideia de falhar do que a ideia de ir ao ginásio. E verdade seja dita, nunca saí do ginásio a pensar "estou arrependida de ter ido". Isso não acontece com ninguém!
Já tinha frequentado o ginásio antes, mas nunca vi grandes resultados, depois ficava temporadas sem ir, depois desistia, nunca tive grande confiança no plano que me tinha sido traçado pelos colaboradores do ginásio e, foi-se a ver, era uma tragédia de um plano. Achamos que somos instruídos, andámos na escola, sabemos alguma coisa, mas eu sempre desconfiei que nestas coisas devíamos procurar quem sabe, quem estudou para isto, quem domina e não quem leu umas coisas. E contra factos não há argumentos, o que aprendi com o Miguel num mês bate aos pontos a informação que li aqui e acolá e os planos traçados por
pessoal de ginásio que tem muito boa vontade, mas temos de reconhecer que muitos poucos dominam.E para terminar o texto, eu vou dizer-vos que encontrei a solução para a celulite. Eu nunca fui de ter muita celulite como aquelas pessoas que até através das calças se vê a ondulação e os buraquinhos na pele. Mas, se contraísse os músculos do rabo, aí a pele acusava, não tinha como fugir. Há 15 dias achei que estava melhor, mas podia ser sugestão psicológica, não liguei nem comentei isto com o Miguel. Mas esta semana fui contrair os músculos em frente ao espelho e é incrível como a minha pele está praticamente lisa. Mas é que não tem comparação! Nunca pensei que isto fosse possível, sobretudo em tão pouco tempo.
No fim de contas, somos mesmo aquilo que comemos e temos o corpo proporcional ao esforço com que o trabalhamos. Eu, a mais preguiçosa de todas as mulheres, sou prova disso. Daqui a dois meses espero ter atingido o objectivo e começar a aprender sobre a manutenção.
Não é fácil, exige esforço, vontade, disciplina, leva tempo, custa dinheiro, mas resulta. Resulta mesmo e não podia recomendar mais.
Segundo o Miguel me enviou no relatório de hoje (os relatórios são semanais) e tendo lido o que vou escrevendo no blogue e no FB, não tenho perdido muito peso porque estou a aumentar de massa muscular ao mesmo tempo que estou a perder gordura. E a massa muscular é muito mais pesada que a gordura. Trata-se de um plano de mudança de composição corporal, ou seja, mais músculo, menos gordura, cada centímetro que perco de cintura equivale a cerca de 1kg de gordura queimada. Ou seja, já devem ter ido à vida 2Kg de gordura, claro que tinha de notar na roupa.
E notícias boas! A fase de manutenção vai incluir gelados, chocolates, etc.. TODOS os dias... claro com moderação, mas vou poder comer todos os dias uma coisinha boa e isso faz de mim um burro à frente da cenoura desejosa de atingir o objectivo e chegar a essa fase. Para o Miguel, o plano de manutenção deve ser sustentável o resto da vida e para isso ensina a incluir qualquer alimento "junk" no plano alimentar sem afectar resultados. Neste momento não é incluído para que eu aprenda a comer bem, para ter noção de como cada alimento afecta o meu corpo, e para descer a inflamação provocada por níveis de açúcar excessivos (o que eu noto os flancos mais magrinhos depois de cortar os açúcares!).
Muitas vezes me perguntam quanto peso. Isso não interessa nada. Perder peso NÃO significa perder gordura. Muitas vezes as dietas convencionais fazem perder muito peso, mas 80 ou 90% desse peso perdido pode ser apenas massa muscular, que é o que menos interessa perder. O meu conselho: se estiverem determinados a mudar de vida, procurem um especialista que domine, que saiba o que está a fazer, se não é uma frustração, dão-se as desistências, vai-se a motivação, etc.