28.11.13

Como foi a minha lipoaspiração abdominal


Eu sei, eu sei, estão para aqui leitoras desejosas que saia esta promoção vai para mais de um mês!

Esta não foi uma estreia para mim, já tinha feito uma lipoaspiração ao meu duplo queixo (texto aqui) e num mês foi assim uma diferença da noite para o dia. Nem sei contar a quantidade de pessoas que me disseram “estás mais magra!”. Não, não estava mais magra, apenas já não tinha papada e cara de lua cheia, passei a ter um maxilar definido, não me mudou as feições em nada, mas fiquei outra, como quem emagrece. E verdade seja dita, fiquei muito melhor! Gosto mais de me ver ao espelho agora do que gostava mais nova, com cara de bolacha Maria.

Fazer a lipoaspiração da papada foi um processo que não custou nada, a recuperação foi muito mais fácil do que poderia ter imaginado – várias leitoras que aproveitaram a promoção podem afirmar o mesmo – e acho que não tomei mais do que dois analgésicos para prevenir dores. Esta lipoaspiração tão simples fez muito pela minha auto-estima. Repetia tudo outra vez num piscar de olhos e a única coisa que tenho pena é não ter feito isto há 10 anos.

Depois de recuperada da lipoaspiração ao duplo queixo, ficou a sensação “isto é tão fácil, na barriga é que era!”. Eu não tinha uma grande barriga, não tenho excesso de peso, não sou magra nem gorda, mas tinha alguma gordura localizada na barriga, abaixo do umbigo, que eu sei que ou virava atleta ou vivia com aquilo para sempre. Era aquela saliência redonda como quem vai no primeiro trimestre de gravidez.

Nunca tive uma barriga lisa e acho que é algo que todas gostaríamos de ter. Estudei o assunto, falei nisso, o Poisoned Apple Man respondeu qualquer coisa como “não precisas, não acho normal, mas nem vale a pena falar porque já sei que vais fazer”. Na verdade não tinha ainda tomado uma decisão. Mas depois de tomar a decisão e de fazer a lipoaspiração, o PAM ficou de tal forma invejoso que foi lá bater à porta para fazer duas lipoaspirações. Para quem era contra estas coisas, nada mau. Mudou de um “isso não é normal” para um “também quero”. 

No dia a seguir a cirurgia, apesar de estar inchada, quando retirei os pensos parecia uma tábua. O homem que até ali só me chateava com “não é normal” e “vê lá se precisavas disso!”, quando me viu exclamou “também quero!”. Como pode uma pessoa mudar de ideias. E desde então não descansou enquanto não marcou consulta e se viu livre das gorduras que nunca conseguiu abater no ginásio.

Acho que apenas uma amiga me disse “vai em frente que eu também queria!”, de resto todos olhavam para mim com estranheza. Constato mesmo que a cirurgia plástica, lipoaspirações e afins, infelizmente ainda são um tabu, algo que é motivo de vergonha. E quem faz esconde. Não compreendo, se a ciência nos disponibiliza métodos para melhorar, porque não? Eu sou a primeira a contar tudo, como foi o processo, como foi a recuperação, como me sinto. As pessoas terão vergonha de assumir que queriam sentir-se melhor do que se sentiam? A meu ver, se alguém puder beneficiar dos relatos e das experiências alheias, melhor. Na mesma altura que eu, duas outras leitoras também embarcaram na mesma lipoaspiração, mais tarde foi o PAM que fez duas (cintura e abdómen) e estão uma série de amigos dele à espera da promoção.

Estou e sinto-me melhor nos trintas do que sentia nos vintes e as duas lipoaspirações que fiz fazem parte desse aumento de auto-estima. Para ser perfeito, só precisava de uma rinoplastia.

Uma das coisas que (estupidamente) me disseram quando ponderei a segunda lipoaspiração foi “ai, agora estás viciada!”. Não há pachorra. A lipoaspiração não é viciante. A questão é que (quando feita como deve ser), ficamos tão contentes com o resultado que queremos fazer também noutras áreas que nos deixam descontentes. Aqui a questão é ter consciência: a barriga era algo que eu já tinha suspirado “uma lipo é que ia bem”? Era, mas mal eu sabia que um dia acabaria por fazer uma, quanto mais duas. O nariz era algo que eu gostava de corrigir já há muito tempo? É, há que tempos, mas custa dinheiro. Ou seja, depois de feita uma experiência, nada destes desejos são novidade, apenas ficamos com a certeza de que melhorar é possível e está à distância de um bom profissional e de dinheiro, só isso. É como se se tornasse uma realidade possível que antes pensávamos impossível. E aí queremos mais outras coisas. Depois há a sensatez e a insensatez, como querer ter o nariz de uma actriz, usar a lipoaspiração como forma de retocar o corpo inteiro das orelhas aos tornozelos, etc.

Devo deixar a nota de que as lipoaspirações não servem para perder peso em casos de obesidade. As lipoaspirações são ideais para casos como eu ou o PAM, que temos um peso normal e saudável, mas com gorduras que se depositam geneticamente em alguns locais. Veja-se o caso do PAM, que é um homem magro, magro, se ele vestir as minhas calças servem. No entanto, a única gordura que tinha era uma pequena boia à volta da cintura e da barriga.

Atenção que a lipoaspiração não traz firmeza nem músculos tonificados, pelo que se quer uma barriga fit, depois tem de fazer alguma coisa por isso. Mas a barriga deixa de ser a zona que se ressente assim que engorda 2 ou 3 Kg, como acontecia comigo. Pequenas oscilações de peso não vão fazer diferença.

Atenção aos homens barrigudos que fazem lipoaspirações (como contou uma leitora que tem um irmão que assim fez) e que ao fim de um ano estão iguais ou parecidos. Fazer uma lipoaspiração e beber 10 cervejas por dia, com 10 bolos ao pequeno almoço e 10 pacotes de batatas fritas ao lanche, claro que a barriga deixa de ser a mesma.

No que toca às grávidas, falei com algumas que fizeram lipoaspiração antes de ter filhos e voltaram ao que eram. Tal como fora de uma gravidez, o importante é levar hábitos de vida saudáveis, o que eu já levava antes de fazer a lipoaspiração. Depois, a questão da pele, é outra conversa. Há barrigas que ficam destruídas após uma gravidez, com excesso de pele e estrias (casos para abdominosplatia e não lipoaspiração) e há peles que voltam ao que eram. Se a qualidade da pele for má, isso nada tem a ver com a lipoaspiração.


Vamos ao que interessa, como foi todo o procedimento da cirurgia? 

A minha lipoaspiração durou cerca de 3h30. Não é que a lipoaspiração demore a fazer, que até é o mais rápido de tudo (levou cerca de 1h), mas anestesiar é que demora bastante tempo por ser uma área tão extensa. O que fiz foi uma hidrolipo, exactamente como fiz a papada, com anestesia local, acordada e perfeitamente consciente.

Estas são as lipoaspirações mais seguras. Muitas vezes se ouve falar de situações que correram mal, de perfurações, e quando se está acordado não é assim. No caso de algo correr mal, o corpo avisa. Se nos sentirmos mal, podemos avisar. Com anestesia local o corpo não está como morto, os músculos estão duros e se a cânula passar perto do músculo, não há dúvidas que se percebe, evitando-se assim riscos de perfurações. Quando se sente, não se preocupem que não dói, apenas se percebe. Quando pesquisei sobre o assunto, li num site de cirurgia plástica do Brasil que este é o melhor método de lipoaspiração, sem mortes associadas.

Como disse, a lipoaspiração tumescente (hidrolipo) é indicada para retirar a gordura localizada. A enfermeira deu-me umas pequenas picadas para dar início à introdução da solução (uma espécie de água com anestesia e outras propriedades que diminuem o sangramento e facilitam a retirada da gordura), que doem o mesmo do que quando nos picamos numa agulha. As primeiras picadas, depois as últimas já nem se sentem. Neste processo a barriga incha e incha de líquido, ficamos enormes, sente-se a pele a esticar, pesada. Ao fim de um par de horas perguntaram-me se aguentava fazer a cirurgia sem ir ao WC. Não! Eu imagino que a introdução daquele líquido todo não ajude à vontade de urinar. Redonda como uma grávida, fui ao WC, regressei e, aí sim, o cirurgião começou o trabalho que me levou até ali. Nunca tive dores, fomos sempre conversando sobre viagens e coisas triviais. Na televisão à minha frente passava A Guerra das Estrelas.

Durante a lipoaspiração temos a sensação que aquilo é feito com uma brutalidade horrível, qual talho, que nos vai furar um órgão, que vamos ficar todas negras. Tranquilas. Eu não fiquei nem com uma nódoa negra para contar a história. Há quem tenho ficado com alguma coisa que desapareceu em dois ou três dias, mas isso também tem a ver com a qualidade da pele.

Acabado o processo, o médico tratou de me colocar uns pensos, colocou a cinta, levantei-me, senti os joelhos muito moles (não pensem que podem regressar a casa sozinhos a conduzir), vesti a minha roupa (recomendo roupa de ginásio ou roupa que não se importem de estragar), segui para o gabinete onde me foram relembrados os cuidados a ter em casa, fiquei com o telefone para contactar em caso de necessidade a qualquer hora do dia ou da noite, ganhei uma receita para um antibiótico e um analgésico e fui para casa. Assim simples!

Apesar de ter sido espremida ainda no bloco, a maior parte das pessoas continua a largar líquido. O líquido sai como uma água tingida de encarnado, mas não dramatizem, não é sangue! O sangue é opaco, aquilo é uma aguadilha com cor. Eu comecei a largar água só em casa, imenso, imenso, a minha roupa dava para espremer. O PAM quase não largou água em nenhuma das duas vezes. Uma das leitoras nem chegou à porta da clínica e já estava a voltar para trás de tanta água que largou. Isto depende de cada um, mas recomendo toalhas no carro para no regresso a casa não sujar os bancos e recomendo várias toalhas dobradas na cama na hora de ir dormir.

Na primeira noite nunca mexi nos pensos apesar de ensopados, fui apenas absorvendo água da cinta com uma toalha. Apesar de achar que ia ser desconfortável, dormi bem, de lado ou de barriga para cima, fazia movimentos lentos de quem está dorida, mas nada de especial.

No dia a seguir achei que ia ser o meu fim! Imaginem a pior aula de abdominais de sempre. Imaginem que por cima dessa aula têm de fazer outra aula dessas. É de cair para o lado!

Não desesperem, o dia seguinte é o pior, mas eu achei que ia ficar assim dias e dias. Não ficam. Ninguém tem dores com vontade de chorar, são dores semelhante às de ginásio, mas em grande. Não queremos rir, tossir, mexer, nada! É aquela coisa de olhar para a cara-metade e dizer “se me fazes rir, mato-te”.

O mais chato de tudo é no dia seguinte, no duche, ter de pressionar a barriga para tentar tirar a maior quantidade de líquido que possa ter ficado. Tinha sete furinhos na barriga, espremia e saía líquido de um deles, tipo jacto. O mal é que a saída de líquido provoca uma queda de tensão e pode deixar-nos enjoados. Eu acabei por vomitar, tive de voltar a sair do banho, enrolar-me numa toalha e deitar-me. Passou rápido. O PAM nunca ficou maldisposto, fez tudo na maior. Mais uma vez, depende de cada um.

Eu fiz a lipo a uma sexta e recomendo que fiquem os dois primeiros dias em casa a ver filmes e a ser servida por escravos. Eu não. Eu fui almoçar fora (demorei 5 minutos a entrar no carro), fiz uma caminhada lenta no paredão, fui a casa de amigos, fui a um velório, enfim, não quinei, mas tinha ficado melhor se tivesse estado em casa. Ou seja, em nenhum momento achei que não dava para sair e tinha de ficar de cama, mas não me tinha feito mal.

Paniquei a achar que se demorava 5 minutos a entrar no carro para me dobrar, como ia a conduzir até ao trabalho? De facto o dia seguinte é mau, como se tivéssemos as piores dores de ginásio de sempre, mas ao segundo dia estava completamente diferente e já conduzi (no Domingo). A partir daí, foi sempre a melhorar a olhos vistos.

É um processo de recuperação normal, fiz várias massagens com ultrassons por recomendação do médico e com a minha massagista Patrícia (quem quiser contacto, é pedir), que são um alívio e fazem muito pela diminuição do inchaço, massajei-me a mim própria com creme, fiz alongamentos para ir esticando a pele e tive de usar a cinta durante 10 dias inteiros e 10 noites. Na verdade, usei mais tempo. É que com a lipo a pele arranja um novo sítio para se instalar e o roçar da roupa às vezes faz impressão. Com a cinta justa não sentia essa impressão.

E pronto, fiquei com uma barriga espectacular. Apenas tomei analgésicos dois ou três dias, já o PAM parecia um drogado com medo de vir a ter dores, mesmo à homem, acha logo que vai meter um pé na cova. Durante uma semana não contem com actividades sexuais porque têm os músculos como quem fez a pior aula de ginásio de sempre, mas não é pior que isso.

Para ficar como estou, fazia tudo outra vez sem hesitar. O PAM nem acredita que se viu livre da boia que toda a vida o deixou complexado. Tinham de o ver a namorar-se ao espelho. Antes não permitia que se mostrasse uma foto em que aparecesse de barriga à mostra, agora mostra a quem quiser ver.

Bom, bom era fazer agora o nariz e ficava impecável!

Deixo-vos duas fotos, uns meses depois da lipoaspiração. Uma pessoa parece logo mais magra sem barriga! Mais uma vez, repetia tudo sem hesitar e o PAM também. Quando se olha para trás uma pessoa só pensa “eu devia era ter feito isto há mais tempo”.

Clicar nas fotos para aumentar.





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© A Maçã de Eva

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