24.10.16

Gravidez: toda a verdade #5




Hoje foi, sem sombra de dúvida, o pior dia da gravidez.

Para quem acha que estar grávida deve ser a coisa mais gira do mundo, esqueçam isso. Tem coisas giras, claro que sim, mas a partir do 5º mês (para mim), o corpinho começa a não responder da forma como sempre o conhecemos para dormir, para agachamentos, para nos encostarmos a um balcão, as insónias parvas aparecem, mil análises e exames, há de facto uma parte muito, muito, chata. Não é por nada que todas dizem que o 3º trimestre é o pior.

Hoje tenho a sensação de não ter dormido. Voltas e voltas na cama, não houve posição possível toda a noite e nem quero imaginar as noites quando estiver de barriga grande. De manhã, quando estava perto de encontrar algum conforto, toca o despertador, é dia de ecografia.

Entre as coisas chatas da gravidez, umas delas é que não vão conseguir estar deitadas de barriga para cima, nem para ler um livro ou ver TV. Ah, esqueçam isso, até dá vontade de rir! O peso do útero comprime a veia cava, devemos ficar sem pinga de sangue e começamos a sentir falta de ar e um mal-estar do demo. Basicamente parece que vamos morrer sem ar e indispostas. Mudando para uma posição lateral (de preferência sob o lado esquerdo), esperam um bocadinho e a coisa regressa à normalidade.

Apesar disso, até aqui consegui fazer todas as ecografias de barriga para cima.
Mas hoje, xuxus, hoje ia-me finando.

Deitei-me, estava bem disposta apesar do sono, o PAM estava sentado numa cadeira ao lado e nem dois minutos depois de estar deitada começo a pensar sem conseguir falar "o que se passa comigo?". A médica, não sei como (eu estava em silêncio absoluto), percebeu que eu não estava bem e parou.

Nisto custa-me respirar. Sinto que vou vomitar, trazem-me um saquinho. Estar deitada provocava-me uma tremenda agonia, tentei levantar-me, quase caí da marquesa, três pessoas agarraram-me.

Fiquei branca como um frigorífico.
Comecei a ver clarões.
Comecei a ouvir zumbidos.

Estava mesmo a ver que não ia conseguir aguentar-me de olhos abertos, sacaram do medidor de tensão. Deu 80/40, estava a finar-me. Eu acho que nunca tive tensão igual.

Comecei a sentir ondas de calor no corpo, como se estivessem 40ºC na sala, a enfermeira a abanar um tecido para me dar o vento fresco possível.

Aproveitaram para me medir a glicémia, tudo OK.

Uma água e vários minutos depois recuperei, continuámos a ecografia, mas ainda demorei mais de uma hora para ficar como nova. Em casa ainda continuei deitada, com nervos à mistura porque tinha de ir trabalhar e estava a perder tempo.

Isto para dizer, é ou não é giro um filme destes só de ficar dois minutos de barriga para cima? Nunca vos contaram nada disto de deitar de barriga para cima, aposto.

Riqueza de sua mãe está óptima mas está de castigo, para aprender a não fazer fitas.


Nota: as gravidezes não são todas iguais, o que eu sinto pode não ser sentido por outra grávida. 

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© A Maçã de Eva

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