8.9.16

Ah, nem apresentei a criança, perdoai!



Eis a criança, já treinando o aceno real!


Eu e o PAM agradecemos todos os comentários, sois uns xuxus! Lemos um por um 

Foi engraçado ver como as pessoas reagiram à novidade. Verdade seja dita, não facilitámos. Em casa da minha mãe, com as minhas irmãs, calei-me, levei a minha sobrinha para uma sala à parte, mostrei a foto da ecografia, disse que tinha um bebé na barriga e pedi-lhe para ir contar a todos que estavam na sala. Pôs-se a andar e disse: "a tia Nana tem um bebé na barriga!".

Gritos. Silêncio interrompido pelas nossas gargalhadas. Seria verdade?

Vindo de mim era altamente improvável, mas por outro lado a miúda não inventa coisas destas. E pior, uns dias antes o PAM tinha "confessado" à minha mãe que tínhamos finalmente decidido não ter filhos, o que levou ao discurso "pronto, não têm obrigação, o que é preciso é que sejam felizes".

No dia a seguir a minha mãe ainda ligava dizendo "não sei se acredito...". Quanta falta de fé em mim!

A mais tocante reacção foi do padrasto do PAM que desatou a chorar, soluçando sem conseguir falar, o que nos deixou realmente comovidos e atrapalhados. Teve de desligar e mais tarde voltou ao contacto mais composto, "já consigo falar!".

Os meus primos (e somos muitos) foram explosivos de felicidade, nunca pensei. Enviei para o nosso grupo de WhatsApp um vídeo da minha sobrinha a contar a novidade, foi uma sensação! Mas muitos, grande parte, também duvidaram, pegaram no telefone e perguntaram "é mesmo verdade??!". E foi aí que percebi que ninguém tinha fé em mim há décadas.

Ontem publicámos nas páginas de facebook pessoais. A mesma história dos mais próximos: "isto é verdade?". Quanta descrença!

Nunca escrevi que não queria ter filhos (houve alguns comentários nesse sentido). Escrevi que não adoro crianças, o que mantenho (mas estou a contar gostar da minha criança) e escrevi que não sabia se algum dia quereria ter filhos (o que não é a mesma coisa que afirmar "nunca vou ter filhos").

E não me enganei, nunca soube se queria efectivamente ter bebés, não tive nenhum chamamento, nenhum instinto maternal súbito, não aconteceu nada. Eu sei que seria perfeitamente feliz sem filhos, ainda que me suscitasse a dúvida "e se um dia me arrependo e é tarde demais?". No entanto, o PAM não seria feliz sem filhos, eu sabia isso.

Mas mais do que por mim, mais do que uma vontade pessoal, no meu coração isto foi planeado sobretudo para realização dele e, espero, acabará por ser uma realização também minha.

De resto, o blogue não vai virar creche, sou um género anti-cristo da maternidade. Não virei "extremosa", mas nunca se sabe se me tolda o cérebro. Continuo a não gostar de crianças em restaurantes que não são apropriados para crianças, a preferir hotéis sem crianças, não me babo à passagem de carrinhos com bebés, nem me debrucei em quartos e roupas e listas de coisas que é preciso (na verdade não tenho uma única coisa tratada, não consultei um livro nem tenho ansiedade para tratar dessas coisas), não me comovo com histórias de nascimentos e faço planos apenas a dois para quando a criança já tiver pelo menos meio ano, conforme seja um bebé fácil ou difícil, tudo depende do que me vai sair na rifa.

Mas confesso que saber o sexo (que vou manter em segredo mais uns dias) trouxe uma nova realidade à coisa. Foi como se o bebé se tornasse mais concreto, mais gente, até faço festinhas na barriga.


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© A Maçã de Eva

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