4.2.13

Clearwater, Naples e o Everglades National Park

1º texto da Florida Road Trip - Miami Beach
4º texto da Florida Road Trip - Universal's Island of Adventure, Orlando
5º texto da Florida Road Trip - Busch Gardens

Clearwater e Naples


Sempre que fazemos estas road trip nos EUA e nos instalamos numa cidade, na hora de jantar, o Poisoned Apple Pam procura saber de imediato qual é o melhor sushi da cidade. Arrisco dizer que é onde gastamos mais dinheiro: viagens e sushi. Lá se descobriu um bom restaurante em Tampa e para lá nos dirigimos depois de um dia inteiro no parque Busch Gardens e de banho tomado. Decidimos ficar no balcão do restaurante, a ver o sushi man a trabalhar, uma forma de não perder a oportunidade de dizer "um prato daqueles, SFF!". E sempre, acontece sempre, há um americano que mete conversa. Por cá seria uma invasão de espaço, por lá é a coisa mais natural do mundo.


Os americanos têm esta característica de falar com qualquer pessoa como se fosse conhecida de vista. E logo procuram saber de onde somos, para onde vamos, dão sugestões, e eu gosto sempre de falar com eles. Desta vez foi uma mulher que ao saber que íamos no dia seguinte para Clearwater, comentou que íamos adorar a água e a areia. Eu tinha uma grande curiosidade com as águas do Golfo do México, mas no dia seguinte desiludi-me.

Rumámos a Clearwater de manhã e chegámos em pouco mais de uma hora. Fomos para a praia e eu não queria acreditar: tinha a areia mais branca que já vi na vida. Aquilo com o sol a pique, até fazia impressão nos olhos. Era mesmo branca, branca, as imagens falam por si. Dizem os livros que a areia é tão branca que há muito anos, no tempo dos piratas, trocavam sacos de «açúcar» por ouro. Afinal, o açúcar não passava de areia desta praia.

Fui direita à água, achava que ia sentir uma água ainda mais quente que Miami, coisa que nunca tinha experimentado, e afinal era mais fria. Desilusão! Não sei se apanhei correntes frias, se era da época do ano, mas não era mais quente.

Uma das coisas que vão encontrar nas praias da Florida, são umas criaturas muito pacientes, a andar de um lado para o outro com detectores de metais. De cada vez que há tempestades, parece que as águas trazem presentes de ouro, moeditas e tal. Naquela terra, quem encontrar fica com o que encontrou. Acho que está obrigado a registar para questões históricas e o Estado tem direito de preferência para comprar, mas é seu por inteiro. Por cá é do Estado. Escondam.

O meu guia tem um mapa da Florida com dezenas de barcos antigos desenhados nas água que banham o estado: a encarnado os que já foram explorados e de lá retirado tudo e mais alguma coisa, e a verde os que estão por explorar. E não estão bem a ver a quantidades de barcos por explorar!

Além de Clearwater, fomos ainda a uma praia em Naples que diziam ser uma das praias mais bonitas da Florida. Foram dias dedicados ao sol!


A minha mãe até pediu para levar uma amostra da areia, mas só vi o pedido depois.



Baywatch

Vista do pier

Areia branca, mas branca!

Eu e o PAM temos um ritual de verão: se ele não quer areia no carro, tem de limpar os meus pés!

As ruas à beira da praia cheia de casas maravilhosas.




Presentes que fui deixando na toalha do PAM




Everglades National Park

O Everglades National Park é um parque gigante no sul Florida, com vegetação tropical, muito conhecido pela sua quantidade de pássaros de alto porte, os crocodilos e os jacarés (alligators). Cobre uma área de cerca de 6.000 km² e recebe mais de um milhão de visitas todos os anos. A cidade mais próxima do parque é Homestead e foi lá que nos instalámos.

O parque fica a menos de duas horas de Miami, por isso, mesmo que não vá dar grandes voltas pela Florida, dá para reservar meio dia para fazer esta visita que vale mesmo a pena. Se não tem carro, há mil locais que organizam esta visitas, pode ir de shuttle ou autocarro.

Na altura de escolher um dos parques desta zona, deparei-me com mil opções. Qual delas seria a melhor? E lembrei-me de ter visto há muito tempo uma reportagem da SIC em que os jornalistas tinham feito esta excursão. Procurei, encontrei e decidi-me pelo Everglades Alligator Farm, que pode ver aqui. Nunca mais me esqueço de ver esta reportagem com os airboat a grande velocidade no meio dos alligators, a jornalista a perguntar se havia registo de acidentes, ao que o homem respondeu com uma gargalhada, "we don't talk about the past, we only talk about the future!". É claro que fiquei em pânico com a ideia de ficar sem uma perninha, pesquisei por acidentes e não vi nada de especial. Agora, depois de eu ter ido, podem ir sem receios, estão à vontade.

Ir ao Everglades Alligator Farm é ver cobras venenosas, ver MILHARES de alligators, ver como se comportam, como comem, ver o espectáculo de cobras, mexer nelas (adorei!), ter nas mãos um alligator bebé (adorei!), e é também assistir ao espectáculo dos alligators, cheia de nervos, com medo que o homem se magoasse, mas com o tempo o nervoso passa. É navegar nos pântanos da Florida a bordo dos airboat, aqueles barcos com uma ventoinha enorme na parte de trás que costumamos ver no CSI Miami.

Na manhã que rumámos a Homestead para visitar o parque dos alligators, tive um fanico a olhar bela janela. Parecia que o céu ia cair. Acalentei a esperança de que por lá, a cerca de uma hora de caminho, o sol estivesse radiante e tudo preparado para nos divertimos. No caminho, chovia e chovia, tivemos momentos de não se ver nada na estrada, nem com as escovas a trabalhar no máximo, estava tudo inundado. Quando chegámos, já tinha parado de chover, mas as ruas não estavam famosas. Arriscámos, fizemo-nos à estrada, passamos por umas plantações maravilhosas de fruta (e por uma prisão-mete-respeito), chegámos ao parque e disseram para voltar no dia seguinte, tal como prevíamos. Assim, adiámos o nosso regresso a Miami Beach, sem nada para fazer em Homestead, tivemos de ficar no quarto a ouvir chover, deitados na cama a ver TV o dia inteiro. Seca do catano! Odeio dias de férias desperdiçados. Ir aos EUA para ficar a ver TV.

No dia seguinte, acordei e voei para a janela do quarto. Tudo alagado, mas sol! Tomámos o pequeno-almoço, fomos para o parque e aí sim, já estavam a aceitar visitas. Quando compramos os bilhetes, 24$USA/cada, dão-nos um mapa com os horários dos barcos e dos espectáculos. Fizemos contas à vida e foi possível fazer tudo de seguida sem ter de ficar à espera de novos horários para aproveitar tudo.

Assim que cheguei fomos ver as vistas. Mesmo à minha frente estava um alligator enorme e comentei: "olha que giro! Puseram aqui um bicho de plástico a imitar um alligator!". Saquei uma foto. O Poisoned Apple Man perguntou se eu era maluca, afirmava que o bicho era verdadeiro. "não é possível, está quase em cima de nós! E nem sequer respira, olha lá! Não mexe, nada!". Eu estava convicta. E no meio dos meus argumentos, de repente, num ápice, o alligator desapareceu para dentro de água à velocidade da luz. Nem o vi, só ouvi. Quando voltei a olhar não estava lá nada. Isto durou um milésimo de segundo. Convicta que aquilo é era de plástico, dei um enorme grito de susto, o PAM desatou-se a rir, recuperei, não sujei as cuecas, ri também, passou um funcionário com um balde na mão, olhamos e vemos que o outro braço era apenas meio braço, e deixámos de rir. Não tem graça. Onde nos tínhamos ido meter? Mais tarde na excursão olhei bem e achei que o braço não tinha sido fruto de um acidente, mas de uma malformação.

O espectáculo de cobras e alligators é giro, achei que ia ser uma seca mas gostei. Mas gostei mais das cobras, porque quando chegou à parte dos bichos grandes, aquilo fez-me um nervoso descomunal, estava sempre com medo de acabar por assistir a uma tragédia, mas lá me acalmei e fiquei a saber imensas coisas sobre estes bichos, nomeadamente, só têm força na mandíbula superior, aguentam 8 meses sem comer e não gostam de carne humana, mas se tiverem de se defender, não hesitam numa trinca. Mais tarde, no espectáculo em que dão de comer aos bichos e começam a atirar ratinhos brancos pelo ar, meus amigos, nunca mais esquecem o som daquelas dentadas. Os alligators são criaturas calmas, parece que são bichos que não se chateiam com nada, em estado zen, mas o melhor é não arriscar.

No fim de um dos espectáculos podemos tirar fotos com algumas cobras, que adorei pegar, achava que iam ser desagradáveis ao toque, mas nada disso. O PAM saiu de lá com ideias de que "queria tanto uma cobra" e é uma questão muito simples: "queres uma cobra ou manter os tomates?". Eu sou uma mulher que gosta de facilitar as decisões ao seu homem.

A seguir às cobras lá vem o baby alligator, colocam uma fitacola à volta da mandíbula, ainda babies e já tem dentes, e podemos brincar com o bicho. Dão mil recados para não deixar cair a bicharada, quem tem medo o melhor é não mexer, magoar os bichos não vale a pena. É claro que na altura de tirar fotos junta-se uma avalanche de gente, temos de aguardar pela nossa vez, não é rápido, mas mais uma vez fui num dia com pouca gente, não desesperei e pude tirar foto com as bichos que queria.

O airboat é exactamente como vemos no CSI Miami. Só não imaginava aquele barulho absolutamente ensurdecedor. Ao entrar para o barco, dão-nos uma espécie de auscultadores para proteger os ouvidos, dão à chave e andam devagarinho por um corredor de água e vegetação, vemos os alligators mesmo ali a passar ao lado, a roçar o barco (não ponham as mãos na água!), vemos as tartarugas com a cabeça de fora que nos cumprimentam, flores espectaculares, aves maravilhosas a sobrevoar, até que arrancámos para um cenário mais aberto onde dão largas ao airboat. Aí sim, o barulho é impressionante! Experimentei levantar os auscultadores e o ouvido interno até vibra, faz uma impressão horrível! Para falar, é aos gritos em plenos pulmões e mesmo assim mal se ouve. Desistimos de gritar, só falávamos nas paragens.

Honestamente, não sei como os airboats são permitidos no meio daquela natureza em estado bruto. O cenário é fabuloso, alta velocidade, voltas de 360º, o tempo estava fantástico, acabou por ficar um calor dos diabos, cheio de sol, a quantidade de águias que passava era impressionante, apesar de ter adorado, não sei mesmo como permitem os barcos no meio da natureza, mas calculo que seja apenas uma área aquela onde é permitido. Este passeio de airboat durou cerca de 30 minutos.

Se for a Miami, não perca esta excursão, é uma experiência fantástica, não é caro e vale mesmo a pena!

Podem ficar com uma ideia do parque neste vídeo.

(continua)
Eu disse que era mesmo mau tempo.





Não provei!


Pesada, a menina, heim?


O tal que achava ser de plástico!


Baby alligators

Teenager alligators

Almost adult alligators

Mapa do parque e horários dos espectáculos


Os nervos que isto me deu, não conseguia ficar sentada e quieta, parecia que tinha pulgas no rabo.

Leve, leve, parece um boneco, nem se mexe.


O nosso condutor, um homem do interior dos EUA que fazia músculo a quem apontasse a câmara.


Olá, bebé!

Tudo à espera da hora da papa.

SHARE:
© A Maçã de Eva

This site uses cookies from Google to deliver its services - Click here for information.

Blogger Template Created by pipdig