28.2.19

Um dia mato este gajo #93


Em casa, eu e o PAM dividimos o escritório. O que algumas vezes é uma maçada, ele faz muito barulho, pensa em voz alta e aquilo encanita os meus nervos.

Mas há dias o homem estava ao telefone com os seus business e eu ouvi a conversa. Era inevitável ouvir, procurei interrompê-lo para mandar a minha posta de pescada, mas o homem baixou o telefone e respondeu irritado:

- O que é que queres?! Que chata! O que é que queres saber? Estou a tratar de tudo, já tenho o Manel das Couves que vai tratar do contrato e disto e daquilo, está tudo controlado!

- Eu quero ajudar: isso não pode ser facturado assim, senão as finanças entendem que esse bolo é todo teu quando não é. Tens de separar assim e assado para pagares menos impostos, senão vais pagar uma percentagem em imposto sobre um valor que não é teu.

PAM fica a pensar em retiro espiritual. Olha para mim pensativo... faz contas no telefone... as sobrancelhas sobem e descem acompanhando o novo raciocínio... números para aqui e para acolá, prensa os lábios e assume:

- Pois...

Contas feitas, fiz o homem ganhar mais mil euros por ano.

Eu nem quero ser daquelas pessoas "não eras ninguém sem mim na tua vida" ou "toda a gente quer uma maçadora destas na sua vida", mas isto é óbvio. Qualquer contribuinte quer uma Maçã na sua vida!

Quando for a época deixo-lhe um melão na secretária.

Assina,

A Chata.




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© A Maçã de Eva

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