Vocês sabem lá para o que este homem me guardou.
Há umas semanas fomos jantar fora. Um belíssimo jantar de sushi, voltámos a casa satisfeitos, bem-dispostos, de bem com a vida.
Ao chegar a casa, abri a porta da sala (que tem de estar sempre fechada porque existe um gato em casa e os animais são o melhor do mundo que nos obrigam a viver sem a liberdade de ter portas abertas) e sentimos os dois, imediatamente, um intenso cheiro a a xixi de gato.
Era inconfundível, mas a pergunta era como podia ser possível. A porta estava fechada, o gato tinha ficado de fora, havia ali algum mistério para além do pivete. A única possibilidade era o gato ter atirado um xixi ao ar exactamente no segundo em que o mandámos sair da sala antes de ir jantar fora, mas nem isso alguma vez aconteceu. Ah, o que eu gosto de animais de estimação!
E foi ver dois adultos a percorrer 50 metros quadrados de gatas em busca da mija perdida. O PAM a apalpar os tapetes a ver se sentia as mãos molhadas, eu com a luz do telefone em busca do brilho de um xixi algures no chão, debaixo dos sofás, nada. Nada.
Os nossos narizes a criar habituação ao cheiro nauseabundo, algo que passava de cada vez que saía da sala e voltava a entrar para me subirem aqueles vapores pelas narinas.
Tivemos de desistir, nada foi encontrado, a porta da sala fechada. No dia seguinte de manhã, não cheirava a absolutamente nada. Muito estranho.
Dias depois, a mesma cena, mas não cheirava tão mal como da primeira vez. Não descobri nada.
Outros dias depois, o mesmo cheiro. Eu estava quase a mudar de casa!
E então lá descobri que o PAM comprou uma planta que à noite abre as flores que cheiram a mijo de gato!
Plantas, também gosto muito de plantas. Seres vivos em geral.
- Tens de deitar fora a planta.
- É nova!
- A planta cheira a xixi de gato à noite, não me interessa se é nova.
- É nova, não vou deitar fora.
Rego aquela maravilha olfactiva com uma medida de vinagre e duas de água ou medidas de água e vinagre em partes iguais? Definhará em quanto tempo?