26.4.17
Comida: fome emocional
Já foram mais que muitas as vezes que me perguntei se tenho algum mini-transtorno alimentar, não quanto a défice de comida, mas completamente o oposto. Ou então está tudo bem comigo e sou apenas bom garfo. Por mim estava sempre a comer e fazia grandes e gulosas refeições quase todos os dias. Acho mesmo que seria assim se fosse magra por natureza como já fui, em que podia comer o que me apetecesse e o peso era sempre o mesmo, o que mudou com a entrada nos 30.
Ainda assim o meu metabolismo não é o pior que podia desejar. Bem posso agradecer à genética, tenho hoje mais 1Kg do que quando engravidei, a Carmencita tem 7 semanas e desde que nasceu eu não tenho feito outra coisa senão comer porcarias, umas atrás das outras. Ando completamente obcecada por chocolate e já perdi a conta aos açúcares que ingeri. É indescritível, acho que nunca tive uma fase tão devoradora e tão prolongada de ansiedade por chocolates e derivados.
Tenho deixado andar, tenho oferecido às papilas todas as porcarias que me tem apetecido, mas com um deadline: em Maio (dois meses após o parto) recomeço o ginásio, não tenho vontade nenhuma, mas quero de volta o corpinho que tinha antes para gostar de me ver nos meus bikinis e me sentir bem este verão. Não acho o meu corpo diferente depois da gravidez, apenas o acho mole e a precisar de ser trabalhado. Não faço ginásio como deve ser há mais de 6 meses, muita massa muscular foi pelo cano, pelo que na verdade tenho mais gordura do que 1Kg que parece ser o aumento que a balança mostra. Já todos sabemos, a massa muscular pesa mais do que a gordura.
O meu problema não é fome, claro que não. Mas não devo estar sozinha. Sentem dificuldade em controlar aquilo que comem ou a quantidade que do que comem, sobretudo quando a comida está à vista? Quando é um jantar ou uma festa em que tradicionalmente há comida com fartura, o meu registo é começar e não saber quando parar. Quer dizer, saber sei, só não me apetece parar. E depois arrependo-me, desce o peso de consciência em mim e tento equilibrar com as refeições seguintes.
Mas há um workshop para pessoas parecidas a mim:
1. Pessoas com forte apetência por alimentos mais calóricos, ricos em açúcar e gordura.
2. Pessoas que não conseguem parar de comer, às vezes num modo automático em que mal se saboreiam os alimentos, mesmo quando o estômago já se sente confortável de quantidade.
3. Pessoas que sentem tristeza, arrependimento e/ou fracasso depois refeições em que não conseguiram controlar-se.
Se se identificam com alguma parte desta descrição, o workshop "Fome física ou fome emocional" é um whorkshop prático de desenvolvimento pessoal que junta a nutrição à psicologia. O objectivo é ganhar estratégias que ajudem a reconhecer, acalmar e evitar os ataques de fome emocional.
O workshop acontece no dia 9 de Maio às 18H30, em Lisboa, com a duração de 1H30. O preço é de 40€ por pessoa e conta com a nutricionista Mariana Abecasis e a psicóloga Filipa Jardim da Silva.
Para mais informações, contactem a Mariana Abecasis através do endereço mariana_abecasis@hotmail.com
25.4.17
24.4.17
A mala do bebé para sair à rua
Ter um blogue ensinou-me que há leitoras que reparam em coisas que nunca me passaria pela cabeça que reparassem. Perdi a conta às mensagem que recebi perguntando o que era e onde se adquiria a peça onde penduro a mala no carrinho.
Ora, a peça é um mosquetão, usa-se para fazer escalada e encontram na Decathlon muita variedade. O preço ronda os 5€.
Já a mala é da Bioderma e recomendo. Tem bom tamanho, é a mala que uso para abastecer com tudo o que é preciso quando saímos de casa, está cheia de divisórias, é gira, prática, só boas razões para comprar. Vende-se nas farmácias, parafarmácias e semelhantes, custa cerca de 40€ e vem já com com cinco produtos de bebé:
ABCDerm Gel Moussant
ABCDerm Leite Hidratante
ABCDerm Cold-Cream (creme de rosto)
ABCDerm H2O (limpo a cara da herdeira com esta água micelar todas as manhãs)
ABCDerm Change Intensif (o creme de rabos mais fácil de espalhar)
Tenho usado os produtos da Bioderma, gosto do cheiro, zero alergias a reportar, estou satisfeita!
Caril de frango e cogumelos
A foto não é minha, mas o caril desta receita fica com este aspecto.
Existem mil maneiras de cozinhar um caril, eu própria tenho várias versões, esta é uma delas.
Adoro caril, seja de frango, de gambas, vegetariano ou outras versões, podem escolher e servir.
3 peitinhos de frango
8 pernas de frango
2 embalagens de cogumelos inteiros
2 cebolas
2 dentes de alho
2 maçãs golden
2 pacotinhos de leite de côco
leite magro ou iogurte natural
vinho branco
azeite
sal, caril, gengibre, açafrão das índias, coentros moídos, sumo de limão
1. Tirar gorduras dos peitinhos e cortar em cubos bem grandes.
2. Tirar a pele das pernas de frango (colocar os dedos debaixo da pele, fazer deslizar e cortar junto ao osso).
3. Temperar as pernas e os peitinhos em tigelas separadas com sal, sumo de limão, caril, gengibre, açafrão das índias e coentros moídos. Deixar a absorver temperos por duas horas. Se tiverem uma tigela de metal ou de vidro, melhor, pois caril tende a manchar os plásticos.
4. Picar as cebolas e o alho, descascar as maçãs, cortar aos cubos e refogar.
5. Juntar os peitinhos e as pernas de frango e fritar no refogado. Quando tiverem boa cor, deite um golpe generoso de vinho branco e deixe cozinhar mais um pouco.
6. Quando o frango estiver cozinhado, retire da panela para uma tigela.
7. Adicionar à panela o leite de côco, deixar ferver 3 minutos, desligar o lume e bater tudo com a varinha mágica até fazer um creme bem suave.
8. Deitar na panela o frango e os cogumelos lavados e cortados em quartos. Acrescentar um pouco de sal mais uma colher de chá de pó de caril e deixar ferver em lume brando, com a panela meia tapada, durante 30 minutos.
9. Se o molho ficar muito espesso acrescente leite magro; se estiver muito líquido pode optar por iogurte natural.
Acompanhe com arroz basmati e uma salada de tomate e pepino cortada em cubos pequenos para ir cortando os sabores mais fortes. Há quem sirva também com banana em rodelas. É divinal!
19.4.17
Ignorância assassina
Nota antes do apedrejamento: o meu texto não é dirigido aos pais da adolescente que infelizmente deu notícia (o que explico mas nem todos sabem ler). É dirigido aos grupos antivacinas em geral. Escrevi no post "partindo do princípio que a notícia esta correcta". Parecia que adivinhava, aparentemente a adolescente não podia ser vacinada, mas no limite ela veio a falecer porque alguém que podia ser vacinado não o foi. Se quem puder ser vacinado receber a vacinação prevista, os que não podem ser vacinados estarão mais a salvo. Não completamente, mas mais a salvo. Sim, o texto é bruto. É e propósito, para mexer com as pessoas.
Talvez possa parecer insensível da minha parte, pois a rapariga de 17 anos contagiada com sarampo ainda hoje morreu e a sua mãe antivacinas estará a passar por um desgosto inenarrável, mas quando sei destes casos fatais (que cada vez mais vezes dão notícia nos últimos anos e partindo do princípio que esta notícia está correcta), sinto que existiria em mim um macabro e obsceno prazer em perguntar aos pais destes filhos acabados de morrer: «então? Se pudesses voltar atrás no tempo, vacinavas ou não? Se ontem te dissessem "se não vacinares hoje, amanhã está morta", vacinavas ou não?». Não há nada como um choque de realidade cruel para fazer repensar as opções.
Caramba, não se morria de sarampo em Portugal há 23 anos. Era preciso uma criatura antivacinas impor a sua ignorância para inverter esta tendência de erradicação da doença, fazer custar uma vida e conseguir uma proeza destas.
Assumo, odeio pessoas antivacinas. Confesso que me dão calores nas costas e vontade de lhes ir à tromba. Há liberdades que não consigo respeitar e esta é uma delas. Nunca conheci uma pessoa capaz de não respeitar o plano nacional de vacinação, mas quase existe em mim um desejo de encontrar uma pessoa destas num jantar, numa festa, ouvi-los pavonearem-se na sua ignorância para poder publicamente de chamá-los de estúpidos.
Uma das coisas que mais me irrita neste grupo de ignorantes é a forma como se penduram nos outros. Aquele argumento de que os filhos nunca ficaram doentes ou que não conhecem nenhuma criança que tenha adquirido esta ou aquela doença, isso acontece porque a maior parte da população está vacinada. Ou seja, os filhos destes ignorantes muitas vezes estão a salvo porque a minha filha está vacinada e, de ignorantes que são, não se lembram disso.
Historicamente, façamos uma viagem no tempo: a peste negra. Aquilo era cada tiro, cada melro. Covas a serem preenchidas, umas atrás das outras. Se em Portugal as doenças estivessem sujeitas a enorme taxa de contágio e de mortalidade como neste tempo (em que não havia vacinas), estas criaturas optariam por vacinar? Eu acredito profundamente que o à vontade com que não o fazem está ligado (talvez no subconsciente) ao facto de a maioria estar vacinada. E isso é de um egoísmo e de uma ousadia para a qual me faltam as palavras.
Se a teoria de que "as vacinas fazem mal" já é irritante, a teoria da conspiração contra as farmacêuticas por serem máquinas de fazerem dinheiro, entra no domínio do "eu vou-te à tromba". A mim não me interessa se uma vacina custa 100€ e dou a ganhar dinheiro a um gigante da farmácia, se isso salvar a vida da minha filha. Aliás, peguem nesses 100€, façam investigação e encontrem mais curas para doenças ainda incuráveis, pois a última coisa que me incomoda é que alguém faça muito dinheiro. Não penso nisso.
A semana passada levei a herdeira ao médico que dedicou parte da consulta para falar de vacinas. Ele ainda não tinha começado a dar a informação do que havia e não havia, do que fazia parte e não fazia parte do plano de vacinação nacional e eu já pensava para mim mesma: "quero tudo". Perguntou-nos se a Carmencita ia para um infantário, quando respondi que ia ficar em casa pelo menos até aos dois anos o médico quase deu urros de contentamento e repetia: "isso é óptimo, isso é óptimo!".
Mas também não atribuo todas as culpas aos tontos "as vacinas fazem mal", é preciso que o Ministério da Saúde tenha capacidade de resposta. Quando estava grávida desunhei-me para encontrar a vacina da tosse convulsa. Não existia em lado nenhum! Era uma recomendação da minha médica obstetra e da Direcção Geral de Saúde (por serem cada vez mais os casos nos últimos meses) sugestão que acatei de imediato. A tosse convulsa num bebé recém-nascido pode facilmente matar. Mais impressionada fiquei quando a Catarina Beato, autora do blogue Dias de uma Princesa, teve de ver a filha de meses internada no hospital exactamente por tosse convulsa. Aquela coisa de pensar que só acontece aos outros, afinal viu-se próxima de todos nós.
Estive em lista de espera para a vacina da tosse convulsa em contra-relógio por apenas poder recebê-la até às 36 semanas de gravidez. Tinha o meu nome no Centro de Saúde e em cinco farmácias diferentes. De cada vez que passava por uma farmácia, encostava o carro (às vezes em segunda fila), entrava a correr e perguntava se tinham a vacina disponível. Estive perto de dois meses nisto quando num dia consegui a vacina ao tentar a minha sorte numa farmácia ao calhas. No dia seguinte, ironia do destino, o Centro de Saúde já tinha a vacina disponível para mim. Por essa altura tinha sido contactada por uma leitora também grávida e desesperada à procura da vacina. Combinámos numa bomba de gasolina, dei-lhe a vacina que tinha conseguido comprar e recebi a minha no Centro de Saúde.
Há dois dias uma amiga escreveu no facebook que tinha ido ao Centro de Saúde com a filha de seis meses para receber duas vacinas e saiu de lá só com uma. A enfermeira respondeu que não tinham, sugeriu que a mãe fosse consultando as notícias ou ligando, pois não havia previsão de chegada. Se existe um plano nacional de vacinação, ele deve ser cumprido. Vá, aceito que digam "não temos hoje, venha amanhã", mas é inaceitável que não exista sequer previsão e o tempo vá passando.
Morrer de sarampo em 2017 e num país ocidental é uma coisa absolutamente ridícula. E perdoem-me a dureza das minhas palavras: a culpa é dos pais que não vacinam os filhos. Com esta ideia brilhante de uns, pagam outros. Eu atribuo sem sombra de dúvida a culpa aos pais que optam pela não vacinação e morro de pena pelas vidas interrompidas e do sofrimento a que foram sujeitas as crianças que tão má sorte tiveram nos pais que lhes tocaram. Esta miúda morreu de uma cadeia longa de contágio porque houve quem não vacinasse.
No meu tempo quando ia para a escola tinha de mostrar o boletim de vacinas. O plano nacional de vacinação devia ser obrigatório, a rejeição devia ser punível por lei, e cada criança que não mostrasse um boletim de vacinas impecável e cumprido a rigor deveria ter a entrada na escola suspensa e a denúncia a uma entidade de saúde qualquer capaz de fazer o policiamento destes casos.
Estou-me nas tintas para os pais antivacinas. Não, não lhes dou liberdade de acreditarem no que entenderem quanto a esta matéria. A ignorância destes pais é o risco da minha filha e isso para mim não é negociável. Em alternativa podem ir viver para uma ilha, isolados do mundo num modo natura que tanto apreciam.
Despeço-me de todos os ignorantes antivacinas com votos de um bom funeral e um bom enterro para os vossos filhos, esperando que nunca se cruzem com as pessoas de quem gosto.
Talvez possa parecer insensível da minha parte, pois a rapariga de 17 anos contagiada com sarampo ainda hoje morreu e a sua mãe antivacinas estará a passar por um desgosto inenarrável, mas quando sei destes casos fatais (que cada vez mais vezes dão notícia nos últimos anos e partindo do princípio que esta notícia está correcta), sinto que existiria em mim um macabro e obsceno prazer em perguntar aos pais destes filhos acabados de morrer: «então? Se pudesses voltar atrás no tempo, vacinavas ou não? Se ontem te dissessem "se não vacinares hoje, amanhã está morta", vacinavas ou não?». Não há nada como um choque de realidade cruel para fazer repensar as opções.
Caramba, não se morria de sarampo em Portugal há 23 anos. Era preciso uma criatura antivacinas impor a sua ignorância para inverter esta tendência de erradicação da doença, fazer custar uma vida e conseguir uma proeza destas.
Assumo, odeio pessoas antivacinas. Confesso que me dão calores nas costas e vontade de lhes ir à tromba. Há liberdades que não consigo respeitar e esta é uma delas. Nunca conheci uma pessoa capaz de não respeitar o plano nacional de vacinação, mas quase existe em mim um desejo de encontrar uma pessoa destas num jantar, numa festa, ouvi-los pavonearem-se na sua ignorância para poder publicamente de chamá-los de estúpidos.
Uma das coisas que mais me irrita neste grupo de ignorantes é a forma como se penduram nos outros. Aquele argumento de que os filhos nunca ficaram doentes ou que não conhecem nenhuma criança que tenha adquirido esta ou aquela doença, isso acontece porque a maior parte da população está vacinada. Ou seja, os filhos destes ignorantes muitas vezes estão a salvo porque a minha filha está vacinada e, de ignorantes que são, não se lembram disso.
Historicamente, façamos uma viagem no tempo: a peste negra. Aquilo era cada tiro, cada melro. Covas a serem preenchidas, umas atrás das outras. Se em Portugal as doenças estivessem sujeitas a enorme taxa de contágio e de mortalidade como neste tempo (em que não havia vacinas), estas criaturas optariam por vacinar? Eu acredito profundamente que o à vontade com que não o fazem está ligado (talvez no subconsciente) ao facto de a maioria estar vacinada. E isso é de um egoísmo e de uma ousadia para a qual me faltam as palavras.
Se a teoria de que "as vacinas fazem mal" já é irritante, a teoria da conspiração contra as farmacêuticas por serem máquinas de fazerem dinheiro, entra no domínio do "eu vou-te à tromba". A mim não me interessa se uma vacina custa 100€ e dou a ganhar dinheiro a um gigante da farmácia, se isso salvar a vida da minha filha. Aliás, peguem nesses 100€, façam investigação e encontrem mais curas para doenças ainda incuráveis, pois a última coisa que me incomoda é que alguém faça muito dinheiro. Não penso nisso.
A semana passada levei a herdeira ao médico que dedicou parte da consulta para falar de vacinas. Ele ainda não tinha começado a dar a informação do que havia e não havia, do que fazia parte e não fazia parte do plano de vacinação nacional e eu já pensava para mim mesma: "quero tudo". Perguntou-nos se a Carmencita ia para um infantário, quando respondi que ia ficar em casa pelo menos até aos dois anos o médico quase deu urros de contentamento e repetia: "isso é óptimo, isso é óptimo!".
Mas também não atribuo todas as culpas aos tontos "as vacinas fazem mal", é preciso que o Ministério da Saúde tenha capacidade de resposta. Quando estava grávida desunhei-me para encontrar a vacina da tosse convulsa. Não existia em lado nenhum! Era uma recomendação da minha médica obstetra e da Direcção Geral de Saúde (por serem cada vez mais os casos nos últimos meses) sugestão que acatei de imediato. A tosse convulsa num bebé recém-nascido pode facilmente matar. Mais impressionada fiquei quando a Catarina Beato, autora do blogue Dias de uma Princesa, teve de ver a filha de meses internada no hospital exactamente por tosse convulsa. Aquela coisa de pensar que só acontece aos outros, afinal viu-se próxima de todos nós.
Estive em lista de espera para a vacina da tosse convulsa em contra-relógio por apenas poder recebê-la até às 36 semanas de gravidez. Tinha o meu nome no Centro de Saúde e em cinco farmácias diferentes. De cada vez que passava por uma farmácia, encostava o carro (às vezes em segunda fila), entrava a correr e perguntava se tinham a vacina disponível. Estive perto de dois meses nisto quando num dia consegui a vacina ao tentar a minha sorte numa farmácia ao calhas. No dia seguinte, ironia do destino, o Centro de Saúde já tinha a vacina disponível para mim. Por essa altura tinha sido contactada por uma leitora também grávida e desesperada à procura da vacina. Combinámos numa bomba de gasolina, dei-lhe a vacina que tinha conseguido comprar e recebi a minha no Centro de Saúde.
Há dois dias uma amiga escreveu no facebook que tinha ido ao Centro de Saúde com a filha de seis meses para receber duas vacinas e saiu de lá só com uma. A enfermeira respondeu que não tinham, sugeriu que a mãe fosse consultando as notícias ou ligando, pois não havia previsão de chegada. Se existe um plano nacional de vacinação, ele deve ser cumprido. Vá, aceito que digam "não temos hoje, venha amanhã", mas é inaceitável que não exista sequer previsão e o tempo vá passando.
Morrer de sarampo em 2017 e num país ocidental é uma coisa absolutamente ridícula. E perdoem-me a dureza das minhas palavras: a culpa é dos pais que não vacinam os filhos. Com esta ideia brilhante de uns, pagam outros. Eu atribuo sem sombra de dúvida a culpa aos pais que optam pela não vacinação e morro de pena pelas vidas interrompidas e do sofrimento a que foram sujeitas as crianças que tão má sorte tiveram nos pais que lhes tocaram. Esta miúda morreu de uma cadeia longa de contágio porque houve quem não vacinasse.
No meu tempo quando ia para a escola tinha de mostrar o boletim de vacinas. O plano nacional de vacinação devia ser obrigatório, a rejeição devia ser punível por lei, e cada criança que não mostrasse um boletim de vacinas impecável e cumprido a rigor deveria ter a entrada na escola suspensa e a denúncia a uma entidade de saúde qualquer capaz de fazer o policiamento destes casos.
Estou-me nas tintas para os pais antivacinas. Não, não lhes dou liberdade de acreditarem no que entenderem quanto a esta matéria. A ignorância destes pais é o risco da minha filha e isso para mim não é negociável. Em alternativa podem ir viver para uma ilha, isolados do mundo num modo natura que tanto apreciam.
Despeço-me de todos os ignorantes antivacinas com votos de um bom funeral e um bom enterro para os vossos filhos, esperando que nunca se cruzem com as pessoas de quem gosto.
17.4.17
Gravidez: a decisão de contar aos outros
Salvo excepções, geralmente quando uma mulher sabe que está grávida tem pouco mais de um ou dois meses de gestação. Infelizmente muita coisa pode acontecer, as 12 semanas marcam a passagem para um período de maior segurança, mas são muitas as gravidezes que ficam pelo caminho. Os abortos espontâneos no primeiro trimestre são mais comuns do que se imagina.
Por este motivo muitos casais hesitam: anunciar a boa nova a amigos e família ou guardar segredo até passar a “barreira de segurança”? Ou ainda, anunciar apenas às pessoas mais próximas?
Comigo foi muito simples: de teste de gravidez positivo na mão, ameacei logo o pai da criança. Nada como deixar bem claro e sem margem para enganos qual era a minha vontade (e quem manda é a grávida). Por ele, bem sei, corria-se imediatamente o mundo com a boa nova e eu tinha apenas um mês de gravidez. Mas para mim nem pensar, estava fora de questão, embora no meu caso nada tivesse a ver com receios de que algo pudesse correr mal. Na verdade, nunca me senti melindrada que alguma coisa pudesse correr mal, estive sempre confiante e com um espírito muito positivo, esses medos nunca ocuparam espaço na minha cabeça.
O meu problema eram as pessoas que, por melhores intenções que tenham, não conseguem aguentar. Dizem sempre a A ou a B “mas não digas nada que te contei e não contes que eles não querem que se saiba!”. E assim vai de boca em boca e todo o mundo sabe. Esqueçam, não há capacidade para segredos! Quando souber a primeira pessoa é muito provável que se alastre. São notícias boas, deixam as pessoas contentes (a maioria das vezes) e é mais forte do que elas, não conseguem guardar.
E qual é o problema de se saber? São os palpites e conselhos que se multiplicam que, acreditem em mim (até estou a revirar os olhos), é esgotante, desnecessário e sobretudo, muito, mas muito chato. As pessoas em geral ainda não compreenderam que se uma grávida quiser conselhos, ela pede. Se não pedir é porque não quer.
Além de querer poupar a minha paciência, quis viver esta fase a dois o máximo que pudesse esticar no tempo. A gravidez era nossa, o bebé era só nosso e de mais ninguém. Apenas a médica obstetra sabia. Aos três meses de gravidez andava na praia com a minha mãe e as minhas irmãs, nunca repararam em nada. Felizmente demorei a ter barriga o que me permitiu guardar o segredo por mais tempo.
Só aos quatro meses revelei a novidade, mais porque queria contar a algumas pessoas e começar a escrever sobre o assunto. Então, se era para contar a uns, mais valia espalhar a notícia, era certo que não ia ficar em segredo muito tempo, sobretudo quando a grávida era eu, coisa que ninguém no mundo conseguia acreditar que algum dia viesse a acontecer dado o meu gosto por crianças.
E claro, assim que se fez o anúncio ao mundo, logo brotaram listas do que tinha de fazer e o que tinha de tomar. Há um mundo de portugueses com espírito médico e receituário na mão prontos a ditar que vitaminas deve tomar uma grávida. E eu não tenho paciência, desculpem. Eu sei que a intenção é boa, mas as pessoas não colaboram.
A somar aos conselhos, surgiram chamadas e SMS de pessoas a quem não comunicámos a boa nova. Em menos de 24H a novidade já estava fora do país. Eu não digo que as pessoas não aguentam?
Crónica publicada na página Universo do Bebé by Continente, aqui.
Por este motivo muitos casais hesitam: anunciar a boa nova a amigos e família ou guardar segredo até passar a “barreira de segurança”? Ou ainda, anunciar apenas às pessoas mais próximas?
Comigo foi muito simples: de teste de gravidez positivo na mão, ameacei logo o pai da criança. Nada como deixar bem claro e sem margem para enganos qual era a minha vontade (e quem manda é a grávida). Por ele, bem sei, corria-se imediatamente o mundo com a boa nova e eu tinha apenas um mês de gravidez. Mas para mim nem pensar, estava fora de questão, embora no meu caso nada tivesse a ver com receios de que algo pudesse correr mal. Na verdade, nunca me senti melindrada que alguma coisa pudesse correr mal, estive sempre confiante e com um espírito muito positivo, esses medos nunca ocuparam espaço na minha cabeça.
O meu problema eram as pessoas que, por melhores intenções que tenham, não conseguem aguentar. Dizem sempre a A ou a B “mas não digas nada que te contei e não contes que eles não querem que se saiba!”. E assim vai de boca em boca e todo o mundo sabe. Esqueçam, não há capacidade para segredos! Quando souber a primeira pessoa é muito provável que se alastre. São notícias boas, deixam as pessoas contentes (a maioria das vezes) e é mais forte do que elas, não conseguem guardar.
E qual é o problema de se saber? São os palpites e conselhos que se multiplicam que, acreditem em mim (até estou a revirar os olhos), é esgotante, desnecessário e sobretudo, muito, mas muito chato. As pessoas em geral ainda não compreenderam que se uma grávida quiser conselhos, ela pede. Se não pedir é porque não quer.
Além de querer poupar a minha paciência, quis viver esta fase a dois o máximo que pudesse esticar no tempo. A gravidez era nossa, o bebé era só nosso e de mais ninguém. Apenas a médica obstetra sabia. Aos três meses de gravidez andava na praia com a minha mãe e as minhas irmãs, nunca repararam em nada. Felizmente demorei a ter barriga o que me permitiu guardar o segredo por mais tempo.
Só aos quatro meses revelei a novidade, mais porque queria contar a algumas pessoas e começar a escrever sobre o assunto. Então, se era para contar a uns, mais valia espalhar a notícia, era certo que não ia ficar em segredo muito tempo, sobretudo quando a grávida era eu, coisa que ninguém no mundo conseguia acreditar que algum dia viesse a acontecer dado o meu gosto por crianças.
E claro, assim que se fez o anúncio ao mundo, logo brotaram listas do que tinha de fazer e o que tinha de tomar. Há um mundo de portugueses com espírito médico e receituário na mão prontos a ditar que vitaminas deve tomar uma grávida. E eu não tenho paciência, desculpem. Eu sei que a intenção é boa, mas as pessoas não colaboram.
A somar aos conselhos, surgiram chamadas e SMS de pessoas a quem não comunicámos a boa nova. Em menos de 24H a novidade já estava fora do país. Eu não digo que as pessoas não aguentam?
Crónica publicada na página Universo do Bebé by Continente, aqui.
13.4.17
Gostei e comprei #42
T-shirt cinza com folhos, H&M
Calças cor-de-rosa, ZARA, refª 2084003
Mala, ROS LISBON
Ténis cor-de-rosa, ROS LISBON
Jeans, ZARA (antigos)
Ténis cobra, ROS LISBON
Capa de telemóvel, MANGO (antiga)
Estive tanto tempo sem fazer compras (e apetecia-me tanto!) que agora ando em modo doida, tenho de me controlar.
Mas não resisti a esta t-shirt que encontrei na H&M e imediatamente me fez pensar: isto tem a minha cara! Aqueles folhinhos nas mangas são um xuxu, tinha o nice price de 14,90€, o algodão é simpático e comprei um tamanho S. Infelizmente não encontro o modelito online para poder deixar um link.
Outra aquisição foram as calças cor-de-rosa da ZARA, curtas e largueironas, têm elástico na cintura e ainda um laço. O tecido também é muito agradável, o preço de 20€ maravilhoso, existe em várias cores (da qual só me lembro do cinzento) e comprei um M. Também não encontro na loja online para poder deixar o link.
Os ténis PAM da ROS LISBON, quer a versão Pitonato em cor-de-rosa, quer os Snake, não têm saído dos meus pés. Gosto tanto deles que podia dormir calçada!
12.4.17
Um dia mato este gajo #86
No seguimento deste texto em que referi as redundâncias masculinas capazes de retirar a paciência a uma grávida, verifiquei esta madrugada que o problema continua pós-gravidez.
Eram 4H da matina, tinha acabado de alimentar a cria, o candeeiro da minha mesa de cabeceira estava na luz mínima, eu endireitava algumas fraldas ao lado da cama quando o homem desceu da estratosfera do sono e perguntou:
- O que estás a limpar?
Santa paciência, eu não estava a limpar nada. Mas alinhei na ironia.
- Vidros. Estou a limpar vidros!
- A esta hora...??!
Ai, mãe...
10.4.17
Gravidez: saber o sexo logo às oito semanas
Quando escrevi no blogue que para saber se ia ter um rapaz ou uma rapariga fiz um teste de sangue, percebi que muitas mulheres não sabiam que tal existia. Não existe há muitos anos, é verdade, mas o teste chama-se "teste de determinação de sexo fetal", é feito em vários laboratórios, mas aviso que ronda os 100€.
Para fazer este teste é preciso ter oito semanas ecográficas, o que pode não corresponder às nossas contas. Portanto, temos de nos guiar pelo que o médico dita a partir da ecografia e não as contas pessoais. A partir das oito semanas ecográficas o teste dá uma taxa de certeza de 99%, mais ou menos como nos testes de ADN.
Mas não funciona para todas as mulheres. O teste não deve ser feito por quem possa ter recebido em algum momento da vida uma transfusão de sangue ou um transplante que, na eventualidade de ter sido um dador masculino, o teste vai dar um resultado errado.
Este exame funciona por exclusão de partes. A mulher grávida de um rapaz tem cromossomas Y a circular no sangue (que desaparecem algumas horas após o parto). Por exclusão de partes, a mulher grávida que não tem cromossomas Y, estará então grávida de uma rapariga. No entanto, quando são gémeos, a presença do cromossoma Y indica que pelo menos um deles será rapaz (embora possam ser ambos) e a total ausência do cromossoma Y indica que são duas raparigas. Pode parecer complicado, mas é simples!
Eu não estava disposta a esperar por ecografias, dava-me uma coisa! Aliás, quando fiz o teste de gravidez se pudesse ia a correr saber o sexo. Aqueles cenários em que aos três meses ainda não sabe o sexo ou não se tem a certeza, saltitando entre um palpite e outro, essa indecisão não dava para mim.
Queria tanto uma rapariga que me convenci que não ia acontecer, não ia ter sorte. Achava altamente improvável, eram desejos a mais. Desde o teste de gravidez procurei mentalizar-me que iria ter um rapaz.
Concluídas as oito semanas ecográficas, uns cinco dias depois de ter tirado sangue para o efeito, ligaram-me do laboratório e o meu coração disparou. Estava por segundos de saber o sexo do bebé! Feita a introdução da chamada e todas as explicações, suspirei, fechei os olhos e pedi então que me dissessem o resultado.
Estava mentalizada para um rapaz, mas ouvi: «o resultado é "sexo feminino", uma menina».
Abri os olhos como se me tivessem beliscado. Teria ouvido mal? Pedi para repetir e a senhora confirmou. Eu devia ter a voz mais feliz do mundo, tapei a boca com a mão tal era a surpresa. E eu que até ali não tinha sentido qualquer alteração emocional provocada pela gravidez, chorei de tão feliz que fiquei. Morro de vergonha de admitir isto, logo eu sempre tão fria e rija, mas aconteceu.
Ainda não tinha chegado aos três meses de gravidez e eu já sabia o sexo do meu bebé. Umas semanas depois, em ecografia, por curiosidade perguntei à médica se conseguia ver o sexo. Sem certezas, a médica deu um palpite para rapaz. Já me enganava se não tivesse feito o teste! Ainda bem que o fiz, para mim foi dinheiro bem gasto.
Crónica publicada na página Universo do Bebé by Continente, aqui.
Para fazer este teste é preciso ter oito semanas ecográficas, o que pode não corresponder às nossas contas. Portanto, temos de nos guiar pelo que o médico dita a partir da ecografia e não as contas pessoais. A partir das oito semanas ecográficas o teste dá uma taxa de certeza de 99%, mais ou menos como nos testes de ADN.
Mas não funciona para todas as mulheres. O teste não deve ser feito por quem possa ter recebido em algum momento da vida uma transfusão de sangue ou um transplante que, na eventualidade de ter sido um dador masculino, o teste vai dar um resultado errado.
Este exame funciona por exclusão de partes. A mulher grávida de um rapaz tem cromossomas Y a circular no sangue (que desaparecem algumas horas após o parto). Por exclusão de partes, a mulher grávida que não tem cromossomas Y, estará então grávida de uma rapariga. No entanto, quando são gémeos, a presença do cromossoma Y indica que pelo menos um deles será rapaz (embora possam ser ambos) e a total ausência do cromossoma Y indica que são duas raparigas. Pode parecer complicado, mas é simples!
Eu não estava disposta a esperar por ecografias, dava-me uma coisa! Aliás, quando fiz o teste de gravidez se pudesse ia a correr saber o sexo. Aqueles cenários em que aos três meses ainda não sabe o sexo ou não se tem a certeza, saltitando entre um palpite e outro, essa indecisão não dava para mim.
Queria tanto uma rapariga que me convenci que não ia acontecer, não ia ter sorte. Achava altamente improvável, eram desejos a mais. Desde o teste de gravidez procurei mentalizar-me que iria ter um rapaz.
Concluídas as oito semanas ecográficas, uns cinco dias depois de ter tirado sangue para o efeito, ligaram-me do laboratório e o meu coração disparou. Estava por segundos de saber o sexo do bebé! Feita a introdução da chamada e todas as explicações, suspirei, fechei os olhos e pedi então que me dissessem o resultado.
Estava mentalizada para um rapaz, mas ouvi: «o resultado é "sexo feminino", uma menina».
Abri os olhos como se me tivessem beliscado. Teria ouvido mal? Pedi para repetir e a senhora confirmou. Eu devia ter a voz mais feliz do mundo, tapei a boca com a mão tal era a surpresa. E eu que até ali não tinha sentido qualquer alteração emocional provocada pela gravidez, chorei de tão feliz que fiquei. Morro de vergonha de admitir isto, logo eu sempre tão fria e rija, mas aconteceu.
Ainda não tinha chegado aos três meses de gravidez e eu já sabia o sexo do meu bebé. Umas semanas depois, em ecografia, por curiosidade perguntei à médica se conseguia ver o sexo. Sem certezas, a médica deu um palpite para rapaz. Já me enganava se não tivesse feito o teste! Ainda bem que o fiz, para mim foi dinheiro bem gasto.
Crónica publicada na página Universo do Bebé by Continente, aqui.
7.4.17
Amélia
Uma das coisas que muda depois de ter filhos é a forma como vemos o sofrimento de crianças de outras realidades longe da nossa. Não é que antes não sentisse, mas agora é diferente, é o sentimento de pensar "podia ser a minha filha" e nada poder fazer.
Os vídeos do ataque com gás sarin na Síria, o homem agarrado aos filhos gémeos mortos num cruel ataque que lhe matou a mulher, os irmãos, os sobrinhos, basicamente a família inteira, tem-me perseguido nas redes sociais. Passei de ver e lamentar para "eu não consigo ver isto" depois de ter filhos. Parte-me ao meio, não percebo como estas coisas são possíveis nos dias que correm, não percebo que com tanta informação ainda existam lugares onde se vive na idade média.
Vou ainda mais longe, provavelmente numa inocência estúpida e numa utopia inalcançável, não compreendo sequer como é que nos dias que correm ainda se fabricam armas, ainda existem guerras por causa de espaço e outros motivos parvos, quanto mais ataques químicos.
Mas não é só de guerras que vive este sentimento de tristeza, é também de vidas desafortunadas, tão diferentes das nossas sentados no conforto de uma sala, com um computador ou smartphone que custou uma pequena fortuna, a pensar qual é a próxima compra que vamos fazer, enquanto numa realidade diferente da nossa há quem faça uma viagem de oito horas, descalços, num terreno pantanoso (apenas para começar a viagem), tudo para levar ao hospital um filho com cancro.
Deste lado, apenas 16,50€/mês permitem que esta e outras crianças com cancro consigam transporte para o hospital e receber tratamento durante UM ANO!
O Projeto Amélia é uma ONG portuguesa que está a trabalhar no Myanmar com a missão de conseguir transportar as cerca de 500 crianças com cancro que ali habitam para o único hospital que as pode salvar.
Eu já contribuí. Desse lado, vamos ficar-nos apenas por sentir pena destas vidas?
Eu já contribuí. Desse lado, vamos ficar-nos apenas por sentir pena destas vidas?
Espreite a história da Myo aqui.
6.4.17
4.4.17
Um dia mato este gajo #85
O PAM é um homem de muita actividade física: ele é musculação, ele é treinos com personal trainer, ele é jogos e torneios de padel com os amiguinhos, todo ele é muito exercício físico.
No fundo tenho inveja de tanta força de vontade que o leva a ser magrinho, a comer tudo o que lhe apetece e a ser alvo de gozação por parte da minha família, em que alguns dizem que não pode carregar a Carmencita ao colo sob risco de se partir ao meio.
Mas regressemos ao padel. Há dias participou de um torneio que durou umas seis horas e chegou a casa com uns prémios simbólicos que devem ter sido fruto de patrocínios: barras de cereais, chocolates, gel de banho e outros artigos de higiene pessoal, nos quais se incluía um elixir oral de chá verde.
No dia seguinte, o homem fala comigo e eu sou projectada para trás.
- Cheiras a quê, por Toutatis??!
- Como assim?
- Cheiras a desinfectante!
- Ah, é o elixir que me deram ontem.
- É HORRÍVEL!
Pedi-lhe por favor, por todos os santinhos, que deixasse de usar aquilo, mas ele recusa-se com o argumento de que foi oferecido e agora tem de acabar a embalagem. E a embalagem ainda agora começou, camaradas!
O meu homem cheira a desinfectante vaginal para casos bicudos. Da boca.
Nem sou capaz de lhe dar um beijo e assim se estragam as relações, com a mania das poupanças. Para salvar esta relação cabe-me a mim o trabalho de fazer algo pelo nosso amor, deitando elixir no lavatório aos poucos, dia após dia, como se o frasco se gastasse rapidamente.
De certeza que ainda me desentope os canos e queima os cabelos que lá estiverem presos. Ao menos não se perde tudo.
3.4.17
Ver um teste de gravidez positivo
Da mesma forma que vou para sempre estranhar as mulheres que engravidam sem querer (nunca engravidei por acidente e não tomo a pílula há anos), também estranharei aquelas que levam três meses para descobrir que estão grávidas. É evidente que todas as gravidezes são diferentes, todas as mulheres são diferentes, a sua percepção do corpo não é sempre igual e quando uso o termo “estranheza”, faço-o no sentido de achar uma realidade completamente diferente da minha.
Creio que duas semanas após a concepção comecei a desconfiar que estava grávida, o que se foi intensificando nos dias seguintes. É evidente que ajudou muito o facto de saber que estava a fazer por isso, mas não queria fazer testes de gravidez em vão pelo risco de ser cedo demais e poder resultar num falso negativo.
Acho os testes caros para serem largados à curiosidade no caixote de lixo e ainda ficar a pensar “será mesmo negativo ou ainda não existem hormonas suficientes para o teste de gravidez fazer a leitura?”. Já ouvi falar de mulheres que repetiram não sei quantos testes positivos, esqueçam isso! Se não têm uma condição de saúde particular nem estão a tomar nenhum medicamento que possa “enganar “ o teste de gravidez, não existem falsos positivos.
Na ansiedade da dúvida, para ter a certeza esperei pelo menos até ao dia em que deveria menstruar, ainda que no meu caso não fosse fiável por ser muito irregular.
Estava fora de Lisboa, cheia de dores nas maminhas. Nos últimos dias para virar-me na cama parecia que tinha vidros no peito. Nesse dia estava enjoada como uma pescada. Seria do calor de 40ºC ou mais qualquer coisa?
Ele insistiu e insistiu, estava em pulgas, parámos numa farmácia e comprei um teste, hesitante. De regresso ao hotel, segui as instruções, olhei para o mostrador que dizia para aguardar cinco minutos, mas ao fim de 30 segundos eu já estava a ver um positivo a aparecer. Que nervos! Seria dos meus olhos?
Larguei o teste na bancada do WC, fui para o quarto e aguardámos cinco minutos a fazer conversa de parvos. Concluído o tempo, voltei ao teste e lá estava um evidente positivo. Estava grávida!
Há quem se emocione e largue a chorar (de felicidade ou medo, não sei). Não tivemos nada disso e muito menos fomos invadidos por um sentimento de amor ao bebé, era demasiado cedo para isso. Sorrimos, claro que sim, era uma gravidez planeada, mas o sinal “+” no teste de gravidez funcionou para nós mais como que um aviso, como se nos tivessem dito “organizem as coisas que vem aí um bebé”, não houve nenhuma emoção em particular no que respeita a sentimentos.
Escusado será dizer que uma mulher grávida, depois de fazer o teste não pensa noutra coisa. É um minuto-a-minuto com o cérebro a lembrar "estás grávida!” e mil perguntas a bater na cabeça. Nos dias seguintes, a lembrança de que estamos a guardar um bebé na barriga assalta-nos constantemente.
Crónica publicada na página Universo do Bebé by Continente, aqui.
Creio que duas semanas após a concepção comecei a desconfiar que estava grávida, o que se foi intensificando nos dias seguintes. É evidente que ajudou muito o facto de saber que estava a fazer por isso, mas não queria fazer testes de gravidez em vão pelo risco de ser cedo demais e poder resultar num falso negativo.
Acho os testes caros para serem largados à curiosidade no caixote de lixo e ainda ficar a pensar “será mesmo negativo ou ainda não existem hormonas suficientes para o teste de gravidez fazer a leitura?”. Já ouvi falar de mulheres que repetiram não sei quantos testes positivos, esqueçam isso! Se não têm uma condição de saúde particular nem estão a tomar nenhum medicamento que possa “enganar “ o teste de gravidez, não existem falsos positivos.
Na ansiedade da dúvida, para ter a certeza esperei pelo menos até ao dia em que deveria menstruar, ainda que no meu caso não fosse fiável por ser muito irregular.
Estava fora de Lisboa, cheia de dores nas maminhas. Nos últimos dias para virar-me na cama parecia que tinha vidros no peito. Nesse dia estava enjoada como uma pescada. Seria do calor de 40ºC ou mais qualquer coisa?
Ele insistiu e insistiu, estava em pulgas, parámos numa farmácia e comprei um teste, hesitante. De regresso ao hotel, segui as instruções, olhei para o mostrador que dizia para aguardar cinco minutos, mas ao fim de 30 segundos eu já estava a ver um positivo a aparecer. Que nervos! Seria dos meus olhos?
Larguei o teste na bancada do WC, fui para o quarto e aguardámos cinco minutos a fazer conversa de parvos. Concluído o tempo, voltei ao teste e lá estava um evidente positivo. Estava grávida!
Há quem se emocione e largue a chorar (de felicidade ou medo, não sei). Não tivemos nada disso e muito menos fomos invadidos por um sentimento de amor ao bebé, era demasiado cedo para isso. Sorrimos, claro que sim, era uma gravidez planeada, mas o sinal “+” no teste de gravidez funcionou para nós mais como que um aviso, como se nos tivessem dito “organizem as coisas que vem aí um bebé”, não houve nenhuma emoção em particular no que respeita a sentimentos.
Escusado será dizer que uma mulher grávida, depois de fazer o teste não pensa noutra coisa. É um minuto-a-minuto com o cérebro a lembrar "estás grávida!” e mil perguntas a bater na cabeça. Nos dias seguintes, a lembrança de que estamos a guardar um bebé na barriga assalta-nos constantemente.
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2.4.17
1 mês de herdeira
Tinha planeado uma foto com um vestido cor-de-rosa, mas achei um docinho a forma como esta manhã adormeceu na nossa cama. Ficou assim o registo do primeiro mês cumprido.
Algumas mães chegando a esta fase dirão "já?". Eu sou mais o registo "ufa, finalmente!".
Noto melhorias evidentes da primeira quinzena para esta última semana, está menos criatura das cavernas e um bebé mais sociável. Qualquer dia até pode ir connosco a um restaurante!
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A Maçã de Eva
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