Eeeee... chegámos ao último dia de 2020!
31.12.20
BEST NINE OF 2020 ❤
15.12.20
Sopa de rúcula
14.12.20
Carta ao Pai Natal 2020
❤ Querido Pai Natal,
que ano de merda. Se mandasses nisto estávamos mais felizes. Está um mundo inteiro a depositar todas as esperanças em 2021, vê se colocas as tuas influências do bem nisso!
No início de dezembro estava no WC - um sítio tão bom para pensar como outro qualquer - e perguntei-me: "o que é que eu quero neste Natal?". "Quero que não me chateiem", foi o que o pensamento me auto-respondeu imediatamente. Isto pode parecer negativo, mas se calhar até nem é. Será que a idade nos torna mais honestos ou mais rezingões? Fica a dúvida.
Só te escrevo pela graça e também para não deixares de ter notícias minhas (estas missivas são já um clássico desta página). No fundo não sinto que precise de presentes, abdico sem tristeza nenhuma, tenho a sorte de poder comprar quase todas as coisas que quero e o ano passado acabei com isto dos presentes de Natal. Não leves a mal. Dou à Carminho, aos sobrinhos e é só. Nem mãe, nem marido, nem mais alminha nenhuma.
E esta decisão do ano passado foi boa, desculpa desiludir-te. Não andei em correrias de compras e não fosse a minha filha sugar-me a energia, tinha sido um Natal de encomenda! Resuma-se o Natal ao que interessa: comida, boa bebida, umas piadas e... ia dizer convívio, mas este ano vai ser uma coisa tão reduzida, nada das 60 pessoas que costumam ocupar espaço em casa da minha mãe, espero que não se torne uma coisa deprimente e triste de tão diferente do que a vida me tem habituado.
E é isto, envelhecer é um cocó. Este ano o Natal é parco de presentes, cheio de comida, despido de pessoas, mas olha, vou arranjar-me como se fosse para um desfile!
No fundo, esta lista é mais de aniversário (1 de Janeiro, amor!) do que de Natal, mas não há obrigações que eu não vou acordar no dia de aniversário a pensar em presentes, mas sim em ter um dia sossegado, hopelly com sol para ir dar um passeio. E comida, que eu gosto é de comida.
Leva então estas ideias:
(1) Difusor de aromas (armado em candeeiro de luz ambiente) da Muji, 65€, aqui.
(2) Pijama azul da Oysho (L na camisa e M nas calças), 49€, aqui.
(3) Casaco azul cinza da Massimo Dutti, S, 199€, aqui. O que eu tenho procurado este casaco!
(4) Relógio dourado Daniel Wellington, 209€ (há códigos com 15% de desconto em mil influencers), aqui.
(5) Anel Cartier, Trinity Classic, 1.330€, aqui. Na verdade gosto mais da versão com diamantes, de 12.300€, aqui, mas já te estou a ver a agarrar a carteira como se te fossem roubar...
E pronto, estão listados, apenas cinco presentes que eu gostava muito de receber. Não tão em conta quanto gostarias, mas eu sou mulher de alta manutenção, isso não vai mudar. Se pensares bem, com cerca de 1800€ fazes a minha festa de bens materiais. E o que é isso para ti?
Beijinhos, Pai Natal! Abraço às renas! ❤
PS: não quero ser pessoa de influência, mas também não dá para ficar em silêncio. Não leves presentes ao Covid-19, esse filho de um vírus só trouxe desgraça, não merece o ar que respira!
5.12.20
Séries: The Undoing
25.11.20
EGG x ROS Lisbon
A EGG Electronics produz estações personalizadas para empresas (ideia de Natal).
20.11.20
Go green: sabonetes!
Há umas semanas recebi champô sólido (não estes) que me deixaram a pensar no que seria feito dos sabonetes sólidos.
Eram de alto consumo quando eu era criança, havia em todas as casas e praticamente desapareceram para dar lugar às embalagens de plástico e ao formato líquido. E pensei também: e se todos deixássemos as embalagens de plástico para trás? Ou, não tão radical, e se alternássemos uma embalagem de sabonete líquido por uma de sabonete sólido? Tenho a certeza que faria diferença no impacto ambiental.
Movida pela saudade de sabonetes bonitos, encomendei os da Nesti Dante (na foto) que têm os padrões mais bonitos de sempre. A sério, eu colocaria todos aqueles padrões nos bikinis da minha marca. Mesmo de embalagem fechada, emanam um cheirinho suave, maravilhoso, a limpo. Os meus preferidos são os de citrinos.
Sim, os padrões são lindos, os olhos também comem, mas só pelo cheirinho gosto de deixar sabonetes nas gavetas de roupa interior e despertar os sentidos quando lá vou buscar alguma coisa. Além disso, é um presente de Natal bem giro, fica a ideia.
Agora ando em busca de uma saboneteira com design, uma que me dê vontade de usar e assim se ajuda o planeta mais um bocadinho.
17.11.20
15.11.20
11.11.20
Pincéis de maquilhagem a bom preço
Há dias fiz um curso de maquilhagem e levei uma caixa com tudo o que tenho, o que incluiu uns pincéis de maquilhagem que encomendei recentemente na Notino. Alguns dos pincéis que tenho estavam a precisar de uma reforma, mas não sendo profissional da coisa, nunca me apeteceu comprar pincéis de gama alta. Por outro lado, não gosto nada de pincéis de maquilhagem de fraca qualidade. Não fazem o trabalho.
7.11.20
Documentário: A sabedoria do polvo
A sabedoria do polvo ou My octopus teacher é com alta probabilidade o documentário pessoa-Natureza mais bonito que já vi. É de uma beleza memorável e de uma riqueza de aprendizagem que nos dá que pensar. Tem uma pontuação de 8,4 no IMDB, o que para um documentário é extraordinário.
É da Netflix, tem cerca de 1h30 de duração, a qualidade das imagens debaixo de água é excepcional, as cores, a definição, eu quase conseguia sentir o frio e o silêncio, não há palavras. Nem imagino ver este documentário numa daquelas TV que mais parecem realidade alternativa, deve ser de outro mundo.
Eu não sou pessoa de animais. Ainda assim, a história tocou-me imenso, deixou-me de nó na garganta e olhos para disfarçar. Já o vi há semanas e continuo a pensar no documentário. O sentimento humano, da depressão de tristeza ao sentimento de perda de quem toca no coração, quem diria que aquela improvável amizade teria tanto para ensinar.
A sério, é tocante, uma chapada de beleza, uma lição de resiliência, das coisas mais bonitas que podem ver na TV. A não perder!
27.10.20
Sopa de abóbora
20.10.20
Business brainstorming #1
Vamos experimentar aqui um formato de discussão de ideias para quem tem negócios (ou para quem é consumidor e também tem algo a acrescentar) onde todos podem contribuir com os seus pontos de vista. Espero que daqui saia sumo!
Como sabem, tenho a minha marca de calçado e swimwear, a ROS Lisbon.
A marca, de venda online, tem como meios de pagamento a Refª Multibanco e muito em breve encontrarão o MBWay e o cartão de crédito (está nos últimos testes de funcionamento). Sempre tive disponível o Paypal, mas só aparece como possibilidade de pagamento para envio para outros países, compras internacionais.
E por que motivo não tive estas modalidades de pagamento desde o início? Porque os prestadores destes serviços de pagamento são uns chulos.
Já tive o sistema Ifthenpay, tenho agora o sistema EasyPay (e terei a seguir o que menos me for ao bolso) e o Paypal Empresas para encomendas de fora.
Na refª Multibanco, por cada transacção na minha loja online - até meados de Março 2020 - tinha de pagar 0,69€ + IVA, independentemente do valor total cobrado ao consumidor. O Paypal sempre foi um chulo (por isso é que é são ricos), as taxas estão aqui, é um roubo e por isso não dei como hipótese nacional.
Mas no fim de Março (o mês em que a pandemia estalou em Portugal e se deu o confinamento) tudo mudou e todas as empresas que prestam este tipo de serviços de pagamento duplicaram (ou quintiplicaram) o valor das taxas que agora varia em função do total, independentemente se for através de MBWay, Refª Multibanco ou cartão de crédito.
Em Portugal, os empresários com vendas online são reféns destes conluios. Negócios à parte, sempre achei um absurdo o que os bancos cobram a um cliente pelas transferências: 1€ por cada uma??! Em 2018 fiz contas à minha conta pessoal (nem cheguei à do negócio) e em comissões, taxas e taxinhas, levaram 120€. A isto acrescentem as taxas e taxinhas que cada negócio paga de cada vez que eu uso o meu cartão enquanto consumidora. É sempre a dar.
Como é óbvio, não espero que os bancos trabalhem de graça, mas isto a multiplicar pelos empresários e utilizadores de um país, é obsceno. Para quem se interessa pelo tema, vale a pena ler esta entrevista de 2019, mas ainda muito actual.
Vamos a exemplos práticos para uns botins de 130€ vendidos na minha loja online.
Antes da mudança, o custo da transacção era de 0,69€ + IVA. Este era o valor calculado e integrado no meu business plan anual.
Com a mudança, o valor passou de 0,69€ + IVA para uma taxa de 1,50% + 0,25€ + IVA, ou seja, para os mesmos botins de 130€, literalmente de um dia para o outro, os custos da minha empresa para vender o mesmo par de sapatos de 130€ é de 2,20€ + IVA.
Para um número redondo, multipliquem isto por 5.000 transacções num ano e estamos a falar de taxas na ordem dos 11.000€ + IVA que antes eram de 3.450€ + IVA. É obsceno.
Têm noção do impacto que isto tem para uma pequena empresa?
Mas não fica por aqui! Com a EasyPay, se o cartão com que o cliente faz o pagamento não pertencer ao espaço SEPA, acresce 2%. E se o cartão do cliente for Business, acresce mais 1%!
Ou seja, para os mesmos botins de 130€, aplica-se 0,25€ de taxa fixa + 1,50% de taxa variável + 2% por se tratar de uma cartão fora do espaço SEPA + 1% por ser um cartão Business. A comissão que a ROS Lisbon tem de pagar ao banco por uma transacção com estes critérios, é de 6,10€.
Se toda a gente fizesse pagamentos assim, numa realidade anual de 5.000 transacções, as taxas que a marca teria de entregar ao serviço de pagamentos somaria um total de 30.500€ ao ano. É o chamado "trabalhar para aquecer".
E quando um cliente faz uma devolução, a taxa é devolvida à empresa? Não, os bancos ganham sempre.
E o que fizeram as empresas perante este aumento brutal? Nada.
Nada porque não existe um voz de força e isto passa de fininho. O consumidor comum desconhece estas questões, só quem anda com a mão na massa é que fica aflito, pois, em palavras simples, os bancos estão a levar uma boa fatia dos lucros, valor dos quais os empresários vivem. Valores com os quais vão ao supermercado e pagam contas da casa. Para quem tem loja online, isto não foi um ligeiro aumento, foi um tijolo atirado para cima da mesa.
Qual seria a forma mais barata para as empresas? A transferência bancária em que, a existir custos, seriam do cliente e da sua relação com o banco. Mas essa é uma opção que nem coloco porque não tendo o custo das taxas, como marca tenho custos de imagem e de tempo. As encomendas só poderiam ser enviadas após boa cobrança, o cliente teria de esperar mais tempo em vez de receber em 24h, teria de ter o pessoal a ver se o pagamento entrou na conta, poderiam enganar-se nessa lista de confirmações (e Mãe Maria, quantas vezes se enganam os funcionários), tudo isto custa horas de trabalho. Há demasiados contras. Talvez funcione para negócios mesmo pequeninos ou do tipo "fabrico após encomenda", aí existe uma espera com que o cliente está a contar e mais um ou dois dias para verificar a boa cobrança não causa mossa.
Na altura, em Março, lancei a colecção primavera-verão e não aumentei preços para cobrir estes custos. Pelo contrário, assumi os custos e ainda ofereci portes gratuitos para Portugal em compras acima dos 75€, o que significa 5€vezes o exemplo de 5.000 compras, mais 25.000€ + IVA para a transportadora além das taxas.
E para um negócio de margens pequenas (a produção em Portugal é muito cara), por melhor que as vendas estejam a correr (que estão e estou muito grata por isso), os custos são desmotivadores, o lucro é cada vez menor, o consumidor quer preços cada vez mais baixos, materiais cada vez melhores e por isso as marcas vão produzir com materiais baratos para a China.
A produção portuguesa lá se vai aguentando, nas ruas da amargura.
No âmbito do calçado e depois de retirados os incentivos à massiva presença portuguesa nas feiras internacionais, o cenário de centenas de stands portugueses deu lugar a um deserto. Portugal estava ali taco a taco com a produção espanhola e italiana, mas vai claramente descer no ranking às cambalhotas e em pouco tempo. A brincar a brincar, a presença de uma marca numa MICAM pode facilmente rondar os 30 mil a 50 mil € num stand singelo.
Com a pandemia, a produção no norte, não está famosa. Há quem vá mudar de área, há quem use as poupanças para se ir mantendo à tona e até deve haver quem faça danças ao sol por melhores tempos económicos.
Ter um negócio é isto. Já tinham pensado nestas coisas? É preciso vender MUITO para se tirar alguma coisa simpática, já nem digo maravilhosa.
E por aí, empresários?
1. Como reagiram ao aumento das taxas das transacções de lojas online?
2. O que fizeram ou planeiam fazer?
3. Procuraram outros meios de pagamento que não fossem um assalto? E encontraram?
4. Enquanto consumidores, o que deveriam fazer os empresários?
Gosto muito da quote que ilustra este texto. E é mesmo verdade, cada venda é uma conquista, os pequenos negócios não trabalham com vendas em massa. Cada agradecimento/elogio que recebo é motivação para continuar. Saber que tenho um produto de muito boa qualidade é a minha consciencialização e manter é o caminho. Cada oferta a influencers é sofrida (e tem um custo financeiro maior do que julgam), é ficar a pensar se é bom investimento/aposta e se vão fazer um bom trabalho de divulgação. Cada colecção traz ansiedade a pensar se se fez uma boa escolha, existem tantos factores e tudo depende tanto de nós que não há empresário que não trabalhe todos os dias do ano, nem que seja numa folga a pensar num assunto qualquer.
"A cada venda uma dança" é giro, mas é caso para dizer dizer que eu faço uma festa, mas os bancos fazem um banquete com o meu esforço de trabalho cobrando uma taxa altamente inflaccionada para o custo real que eles têm.
***
O próximo Business Brainstorming #2 já tem tema e é sobre consumidores que não fazem o pagamento das encomendas online (formalizadas e com dados de pagamentos atribuídos), prendendo artigos no carrinho, o que significa impedindo a sua venda no prazo de pagamento estabelecido.
Juntos podemos aprender ❤ Eu com a troca de ideias, vocês enquanto consumidores a aprender factos que desconheciam e também pode ganhar conhecimento quem quer ter um negócio mas não tem experiência. Lancem os vossos temas/ideias e eu fico a matutar neles para novos textos.
29.9.20
De magrinha a chubby, a magrinha outra vez - a dieta LEV
Para quem quer perceber o meu contexto, os ganhos e perdas de peso, a minha decisão pela dieta LEV, recomendo a leitura do texto relativo ao meu processo de mentalização, aqui.
[A propósito de uma almoçarada a que faltei a meio da dieta]: não sente uma certa infelicidade em ter que se distanciar para conseguir cumprir a dieta?
24.9.20
Séries: Normal People
Normal People. Gostei TANTO desta série!
Estreou em agosto na HBO, vi uma semana depois da estreia, 12 episódios em menos de uma semana. Acabou e queria mais. Nem me apetecia mudar de série. Curiosamente, o PAM não gostou como eu, encolhia os ombros, revirava os olhos às questões do amor, é um gajo das cavernas, este segmento não é do interesse dele.
A mim tocou-me imenso, revi-me em tantas situações. E acho que é exactamente esse o sucesso da série, todos nós já nos vimos nas teias dos amores e desamores, já nos envolvemos em erros de comunicação, já deixámos de falar por falta de coragem, já fomos comidos de ansiedade sem saber o que iria acontecer dali a uns dias, já vimos alguém de quem gostamos com outra pessoa ou quisemos mostrar que já não tínhamos sentimentos, dar ares de indiferença no lugar de mostrar ferida aberta. Todos nós já fomos ele ou ela em algum momento da vida.
Às tantas já estava no sofá a torcer-me de sorriso (agora posso rir, na altura só chorava) e dizia kill me now! Não é uma série daquelas boas para passar o tempo. Episódio atrás de episódio obriga-nos a reflectir e a sentir. A ir buscar memórias ao baú.
Adorei. Admito que não seja o tipo de série para homens pouco românticos, mas a mim deixou-me num estado meio saudosista - não porque tenha saudades -, mas dava um dedo para viajar no tempo, voltar atrás e fazer as coisas de forma diferente.
Sim, tenho pena de não ter feito muita coisa diferente. Saber aos vintes o que sei hoje tinha sido completamente diferente e provavelmente mais feliz. É uma pena que a maturidade e a segurança não seja aproveitada enquanto mais novos e só venha depois.
A série ainda só conta com uma temporada e conta a história de Marianne Sheridan e Connell Waldron, colegas de escola, no fim da adolescência e nos primeiros anos da vida adulta, a relação que começa em segredo, os desgostos, os encontros e desencontros que se seguem.
São os dois inteligentes e os diálogos são maravilhosos, dá vontade de beber do que dizem. É evidente que a ligação deles é muito mais que uma atracção física, é do coração e é um encontro de almas, de pensamentos.
O desempenho deles enquanto actores é sublime, notável mesmo, nem sei como me são desconhecidos dos ecrãs de cinema ou das séries. Aquilo não é fácil de fazer, há muita nudez, dele ou dela. Nas cenas íntimas parece que estamos lá, que fazemos parte daquilo. Ou que somos ou fomos um deles.
Para mim a série é mesmo muito, muito, boa. Conta com uma pontuação de 8,6 no IMDB, o que é incrível. A não perder.
23.9.20
22.9.20
De magrinha a chubby, a magrinha outra vez - o meu processo e mentalização
Genética ou alimentação adequada, nunca tive um IMC fora do normal (nem mesmo quando fiz a dieta LEV). Tive no entanto oscilações de peso ao longo da minha vida, quase todas depois dos 30.
Em pequena era magra demais, nem enchia a roupa. Era leve, praticante de ginástica rítmica e patinagem artística. Apaixonada por estas modalidades, de tal forma que se não estava a treinar no ginásio, treinava muitas vezes em casa. Pelos 17 anos os interesses começaram a mudar, comecei a namorar, abandonei os treinos aos poucos e passei a fazer o exercício que a escola me obrigava. Odiava, coisa mais sem graça isso do atletismo. Faltava as vezes que podia. Nesta altura não me lembro de engordar ou se engordei, foi insignificante e nem dei por isso. Era bastante magra naturalmente.
Os anos passaram, entrei nos vintes, estava no ensino superior, aumentei alguma coisa de peso. Lembro-me bem de um regresso às aulas em que depois do verão umas jeans tinham deixado de me servir. Estavam muito desconfortáveis! De tal ordem que as vesti, mas já na rua voltei a casa para mudar de roupa. É a primeira memória que tenho de "alguma coisa mudou". Mas como era tão magrinha, nem me ficava mal e não constituiu nenhuma preocupação ou tentativa de recuperar o que era.
A década dos meus vintes foi pautada por alguns desgostos (desamores) que são o melhor dietético de sempre. Várias vezes ficava bastante magra e ia recuperando. Também nesta altura, isto era apenas um facto, nunca foi uma preocupação para mim.
Até que entraram os trintas, comecei a namorar com o PAM e engordei sem saber como. Como eu costumo dizer, o amor engorda. Ou a estabilidade emocional. Não comi mais ou menos do que fazia antes, mas o meu metabolismo passou a funcionar de outra forma. Já não andava nos 55-58 Kg, andava ali nos 60-63Kg (tenho 1,69cm). E OK, aceitei, é a vida.
O exercício continuava completamente de parte e à medida que os anos de vida profissional sedentária de escritório passavam, mais eu sentia gordurinhas. Não necessariamente traduzidas em aumento de peso significativo, pois a gordura é leve, o que mais pesa é o músculo. Mas eu que tive tanto, não tinha quase nada.
Até que fiz uma curta dieta de redução calórica com a minha amiga nutricionista Mariana Abecasis, que adorei, resultou lindamente e durou. Foi a primeira vez na vida que fiz uma dieta, acho que foi em 2012 ou 2013. Mas para uma pessoa que toda a vida comeu o que quis sem engordar, a mudança de hábitos e o controle não é uma constante. Com o tempo acabei por regressar ao ponto onde estava que, não sendo gorda, era algo a que não me habituava.
Em 2014 fiz um plano de aceleração do metabolismo e treino muscular com um amigo meu (que já não trabalha na área). A ideia de perder peso era atraente e queria, claro que sim, mas eu estava muito interessada na mudança de composição corporal. Até ali tinha andado a brincar no ginásio (mais a pagar que a treinar) e não percebia nada daquilo. Também os planos que os PT faziam não me convenciam nada.
Este plano que fiz foi absolutamente revolucionário, ensinou-me imensas coisas para a vida, ganhei uma massa muscular incrível, comia como uma leoa (um plano alimentar específico de compras de supermercado normais) e fiquei seca de gordura como já não me lembrava. Há fotos dessa altura em que até estranho a minha cara de tão magra que estou.
Foi espectacular, levou-me exactamente onde queria. Mantive durante imenso tempo o peso e a composição corporal até que fui relaxando. Já estava "como antigamente", como se fosse uma coisa sem necessidade de manutenção e o ginásio passou a ser uma miragem.
Entretanto engravidei, tinha 63Kg. Tinha tanto medo de ficar gorda que controlei bastante as asneiras que fazia e das poucas vezes que me davam fomes comia sopa (mesmo que me apetecesse pão). Tentei fazer ginásio, mas tive de desistir porque me faltava o ar e começava a ver clarões. Depois de estar tanto tempo parada não dava para me tornar desportista aos primeiros meses de gravidez!
Parei o ginásio, tomei alguns cuidados com o que comia - agradeço os enjoos - e aumentei 11kg em toda a gravidez. Três semanas depois do parto só tinha 1kg a mais do que tinha quando engravidei, pesava 64kg. Uau! Estava contente, parecia que já não engordava outra vez e relaxei. Tinha bebé, estava contente, comia em modo de celebração enquanto lambia a cria.
Ao fim de uns meses já não eram 64kg, eram 65kg. Regressou o medo de aumentar, voltei a ter cuidado, fui oscilando entre perdas e ganhos pequenos, equilibrado, mas sem grande motivação para fazer uma coisa a sério.
A minha filha nasceu em Março de 2017 e esse ano nunca fui à praia. Tinha um bebé muito pequeno, nem me apetecia. Mas a verdade é que não me sentia confortável.
2018, idem. Não fui, não me sentia bem.
2019, idem. A história repetia-se.
Fui algumas vezes à praia com o PAM numas idas ao Brasil e não mais que isso. Também sem me sentir bem e sempre a pensar "estou gorda". Era como me ver ao espelho e não me reconhecer, não era o meu corpo que conhecia da vida inteira. Não me dava as mesmas respostas da forma que o conhecia.
Tinha vontade de emagrecer, mas empenho zero. Arrastei-me.
Odiava quase todas as fotografias e praticamente não tirei fotos com a minha filha nos seus primeiros três anos de vida. E isso é uma tristeza.
Até que no início de 2020 pensei "é este ano!". Finalmente comecei a motivar-me, a mentalizar-me e parte disso encontrei online com duas pessoas que fizeram a dieta LEV. Aquilo começou a despertar-me curiosidade e fui lendo sobre o assunto. Falei com pessoas, li testemunhos. Decidi-me e marquei consulta para meados de março.
Dá-se a pandemia. Tudo fechado em casa. Consulta adiada para data desconhecida.
Entre a preocupação da situação, havia ali alguma oportunidade de tempo para agarrar e gozar. Para estar em casa, ócio, boa comida, ver séries e fazer trabalho de escritório. Trabalhei imenso, mas também parecia que nos tínhamos dado liberdades de compensação emocional à situação e comi de forma alarve. O PAM estava louco, era pizzas e hamburguers em série. Eu, essas pizzas e hamburguers, mais chocolates a toda a hora. Às tantas era uma tablete por dia. E muito pão. Sempre tranquila porque dali a um tempo iria dar início à dieta, não havia de ser nada.
Mas o confinamento nunca mais acabava. Ao fim de dois meses em casa neste registo e à espera que as calorias não se transformassem em gordura por milagre, já não eram os loucos 65kg. Eram 68kg.
Meu Deus, nunca estive ali sem ser grávida. Estava reduzida a três pares de calças. Não me conseguia vestir. A minha cara parecia uma bolacha. Era uma situação nova na minha vida. Sentia-me horrível. Deprimida. Triste. Sim, eu mantinha-me dentro do IMC normal (quase a sair), mas sentia-me um ogre.
Como é que cheguei aqui? Por quê? - eram perguntas que me fazia.
Este estado emocional não foi uma coisa que partilhasse ao longo do tempo. Acho que pouco ou nada falei do assunto com o PAM e talvez ele só vá saber da verdadeira dimensão das minhas emoções na altura em que ler este texto. Na verdade, olhando para trás, acho tenho agora melhor noção do mal que me sentia do que percebia no momento.
Entretanto, o país abriu as portas em maio, fui à LEV (de minha iniciativa) e em dois meses regressei ao peso que tinha há 11 anos. Voltei a encontrar motivação para ir ao ginásio, a ter ganas de ganhar músculo, mentalizei-me que sem ginásio não consigo comer as coisas boas que me apetece mantendo o peso que quero, recuperei roupa que não vestia há anos e anos.
Surpreendente: voltei à praia, até fiz férias no Algarve, vesti bikinis à frente de toda a gente sem sentir que não era eu. Claro que não estou igual, estou mais velha e tudo bem. Mas já não me sinto estranha e já não me lembro do desconforto. É um assunto que não paira constantemente na minha cabeça. Já tiro fotos (selfies ao espelho!). Comprei roupa nos saldos com gosto. Aqueles três pares de calças que eram a única roupa que conseguia vestir, estão-me grandes. E vivo, também comi bolas de berlim na praia e fui jantar pizzas com os amigos.
Eu não tive cabeça para fazer isto há três anos, mas olho para trás e sei que só perdi tempo. Mais do que tempo, eu perdi momentos em família e deitei fora um tempo que não volta.
Estou hoje num lugar completamente diferente. Como chocolates e pizzas, mas com outra lógica de compensação calórica. Aprendi a "conduzir" o meu corpo. Não deixo de viver - nem pensar, eu gosto muito de comida! - mas faço de outra maneira.
Se há alguém que se sente como eu me sentia: sinto-me tão diferente e tão melhor! Portanto também é possível para outras pessoas. É certo que fiz a dieta LEV e adorei, mas isto não tem que ver com a LEV, muito menos este texto foi encomendado. Eles nem me contactaram, fui eu que os procurei. Podia ser outra dieta qualquer, há várias formas de perder peso, só temos de encontrar o que funciona melhor para nós.
Estou feliz, sinto-me bem, com energia e vontade de dizer a toda a gente que é possível. Tenho o corpo que é resultado do empenho e compromisso que assumo comigo mesma diariamente. Uns dias com comidas mais calóricas, outros com saladas e mais cuidado, outros a gastar no ginásio, outros sem sair da cadeira e daí nasce o resultado. Dá para tudo, chocolates incluídos, mas é preciso fazer um caminho de consciencialização ❤
19.8.20
Algarve 2020
Já não ia ao Algarve... ui, nem sei! Uns 15 anos? É possível, até porque da última vez que fui encontrei o PAM num bar e eu estava com um antigo namorado, por isso foi mesmo há uma vida e meia.
E o motivo para nunca mais ter rumado ao Algarve é simples: aproveitei para fazer outras viagens.
Entretanto, a vida mudou, chegou a Carminho e nunca mais fizemos férias de verão. Onde estão os filhos pequenos para mim não são férias, mas pode ser um bom tempo passado em família. As viagens a dois têm sido escassas, foram rareando à medida que ela ia tendo capacidade de notar a nossa falta. Agora ando sem coragem de me afastar. E este ano, com COVID-19, sendo a família habituée do Algarve a cada verão, cerca de uma semana antes de rumar a sul pensámos: e se fôssemos também?
Procurei, procurei, procurei, mas em cima da hora só encontrava preços obscenos ou buracos. E eu não consigo ir de férias para uma casa hedionda, com decoração de mau gosto ou espaços a precisar de obras. Feng shui, riquezas. Faz parte das férias habitar espaços agradáveis e bonitos.
Já estava prestes a desistir a minha investigação online quando encontrei o Cardeal Suites & Apartments. Paguei como qualquer cliente, isto não é publicidade, mas é tão bom que merece a minha divulgação. E pode ser que vocês também andem à procura.
Uma breve pesquisa explicou por que motivo encontrei disponibilidade neste sítio tão giro. O espaço foi inaugurado há cerca de dois meses, num ano em que o país está deserto de turistas. Lucky me, mas isto é péssimo para os negócios e como empresária sei o que custa.
O Cardeal Suites & Apartments é exactamente como aparece nas fotos, um quarteirão/condomínio composto por nove casinhas, decorado com bom gosto e ares de revista, óptimos acabamentos de obra (que o PAM gosta destas coisas e esteve a ver aquilo a olho), tudo novo e até as facas estão com umas lâminas que cuidado, ah, ah! Até o site é bonito!
Fica em Faro, nunca tinha ficado na cidade, mas é numa zona muito sossegada, com distância a pé dos barcos que vão para as ilhas de Faro (ilha Deserta, ilha do Farol, ilha de Culatra) e para nós que íamos andar de um lado para o outro, sempre com programas, amigos e praias diferentes todos os dias, era indiferente ficar na cidade. Supermercados, shoppings, tudo por perto.
Foi a Cláudia que nos recebeu, uma simpatia, dona do espaço e ninguém põe melhor a mão na massa do que a pessoa que mais se importa com o negócio. Os terrenos eram da família do marido há décadas, ali estavam armazéns parados no tempo, tiveram a ideia de arrasar tudo e construir de raiz o Cardeal Suites & Apartments, recorrendo aos materiais da zona e ajudando a economia local.
É um espaço moderno, pensado para agradar hóspedes que têm exigências de rigor e bom gosto como nós temos, não para turismo de massas, mas para uma coisa tranquila de poucos hóspedes. Maravilha das maravilhas, o -1 tem uma garagem para os carros, as portas e portões funcionam com códigos (não há chaves para ninguém), há painéis solares para poupança de energia, o AC da casa funciona impecável, os lençóis são bons, há almofadas com fartura, as zonas de duche no WC são enormes... só tenho elogios a dar a este espaço.
Ficámos na casa Buganvília, mas de uma próxima vez gostaria de ficar na Oliveira, a casa maior, gosto de espaço! Não foi possível porque estava ocupada uma parte dos dias, mas ficou-me debaixo de olho.
Se procuram um lugar bonito para poder ficar no Algarve a preços que não sejam um assalto, têm aqui uma excelente opção que encontram directo no site do Cardeal Suites & Apartments, no Booking aqui ou no Airbnb aqui, ambos com poucos comentários, mas os que existem deixam perceber que todos os elogios que faço são verdadeiros e a pontuação é excelente.
Boa sorte, Cláudia! Ficamos a torcer pelo sucesso do seu negócio! ❤
#nãoépublicidade
28.7.20
Protecção solar que uso na Carminho
27.7.20
Frango com tomate e queijo
6.7.20
Quanto valem uns bolsos?
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