30.12.19

Best Nine of 2019 ❤



Eis-nos chegados aos últimos dias de 2019!

É um ano que estou desejosa que acabe para fazer um reset à vida. 
Ou tentar uma espécie de recomeço, vá. 
Quero mudar tanta coisa!

2019 é um ano que não me vai deixar saudades, em que as coisas foram muito difíceis para mim em termos de trabalho, um ano cheio de exemplos que explicariam bem por que motivo I'm not a people person.

Andei o último ano a desejar coisas contrárias às que tinha. Às tantas perguntei-me o que queria levar desta vida. E às vezes, para mudar, é preciso "matar" para renascer. E se mudei de vida profissional uma vez, serei capaz de o fazer novamente. É por isso que as lojas ROS vão fechar*, mas sobre este limite a que cheguei falarei noutro post.

Recebo 2020 cheia de expectativa e vontade de mudança, com vontade de me dedicar ao que gosto, a fazer as coisas de outra maneira. Não vai mudar tudo em 2020, mas espero a meio de 2021 estar como quero (o tempo dirá).

À parte dos dilemas que a vida nos coloca, esta coisa gira do Best Nine mostra em nove quadradinhos o que verdadeiramente importa e o resto vai-se fazendo, com mais ou menos percalços.

Bom Ano Novo, riquezas! ❤


* Lojas ROS Lisbon: Atrium Saldanha encerra a 31 DEZ e Amoreiras Shopping Center a 7JAN.
Loja online decorre com normalidade.

Nova loja em Lisboa a ser ponderada para Março.




SHARE:

29.12.19

Going to the movies: The Two Popes



The Two Popes, soberbo!

Nem sabia que este filme estava para chegar, mostrou-me o PAM poucos dias depois da estreia,. Ele já tinha lido alguma coisa sobre o filme, mas eu estava completamente num registo "o que vamos ver hoje?", alheia a tudo. Foi uma completa surpresa!

Podia escrever neste post o nome Anthony Hopkins e pronto, não precisava de escrever mais nada, ficava assim feita a recomendação e resumido o assunto. É evidente que o talento deste actor dispensa apresentações, mas mais uma vez vem provar o bom que é, caso alguém se estivesse a esquecer disso. Que interpretação de Papa Bento XVI (Ratzinger) maravilhosa! E até a caracterização, chega a fazer impressão na semelhança e no envelhecimento que lhe deram.

Jonathan Pryce, na pele de cardeal Bergoglio e Papa Francisco, é delicioso. Aquela boa disposição argentina num actor que é inglês é muito curiosa. Também nele a caracterização é sublime e a interpretação faz-nos sentir que o conhecemos de perto.

Há um artigo do DN que diz que ver este filme é como espreitar pelo buraco da fechadura da Igreja Católica. E é uma excelente descrição, mas não de uma forma de católica, este filme não tem a ver com religião.

Talvez seja importante dizer que sou dura critica da Igreja, acho uma hipocrisia, uma podridão, todos os rituais me parecem uma seca imensa, aos meus olhos não há nada de atraente na Igreja. O que é diferente de ter fé, de sentir fé, e aí abstenho-me de dar opiniões, são questões pessoais da forma como cada um vive a religião. Em suma, acredito que todas as religiões têm bons princípios, mas depois vêm as pessoas e estraga-se tudo.

O filme não é sobre religião, é sobre mudança, sobre uma amizade improvável, sobre os vários olhares que podemos ter sobre um mesmo assunto, é sobre diálogo, comunicação, capacidade para ouvir, sobre o sentido da vida, sobre todos sermos pessoas independentemente do cargo ou da posição, é sobre os efeitos do carisma, é sobre muita coisa, mas a religião parece que está apenas de passagem. Os diálogos são tão, mas tão bons, que o filme podia ser um podcast e seria maravilhoso de ouvir na mesma.

Creio que não será surpresa para ninguém se disser que Ratzinger não inspirou as pessoas em geral. Foi um Papa carrancudo, demasiado conservador, alemão (serve para descrever muitas características pessoais, como frieza). O realizador Fernando Meirelles (o mesmo realizador do filme Cidade de Deus), ele próprio confirma que o retrato de Bento XVI terá saído favorecido no filme, pela interpretação, desculpando-o: "Anthony Hopkins não pode evitar, é encantador", e isto tem muita graça.

Por sua vez, o argentino Bergoglio revelou-se uma inspiração ao mundo, até para os não católicos, pela sua boa disposição, pela sua simplicidade, por não se mostrar distante e intocável, pelo contrário, por se mostrar com os pés assentes ao lado de qualquer um. É um homem que apetece convidar para jantar lá em casa e isso marcou diferença em relação a todos os Papas que conhecemos.

The Two Popes é Oscar material, não percam! Eu estou capaz de ver outra vez só pela delícia de poder ouvir novamente aqueles diálogos. MAS, isto é um filme para quem gosta de pensar e reflectir, para quem aprecia a diferença de contribuições no diálogo, é um filme para ficar a pensar nele.

Para ler depois do filme, este artigo do DN separa alguma realidade da ficção. É que depois de um filme destes uma pessoa queria ser mosca para ter lá estado e saber o que é verdade e o que é filme.




SHARE:

20.12.19

Carta ao Pai Natal 2019




Pai Natal,

estive quase para não te escrever este ano, foram as leitoras que perguntaram pela carta de Natal, querem ler a nossa correspondência privada (o que me surpreendeu). E não é que eu esteja zangada, que não estou. Mas este foi o ano que disse para mim mesma: "não quero presentes". E não quero mesmo, não é uma falsa vontade. Ando a arrastar isto há anos, este foi o ano.

Já há meses, no grupo de WhatsApp de família, tentei demover os familiares aos presentes. Não fui bem sucedida. No entanto, pedi que me retirassem a mim, ao PAM e à Carminho das listas de presentes de Natal. Não me faz sentido! Presentes de obrigação, rumar às lojas sem vontade e porque tem de ser, pensar no que se vai comprar porque temos de comprar, embrulhos, plásticos, papéis, mais coisas em casa, para quê? Felizmente temos tudo o que precisamos e receber mais presentes são caprichos, puro consumismo e eu não ando para aí virada. 

Mas nem toda a minha vontade foi mal aceite. Entre amigas consegui acabar com os presentes. E em casa não haverá presentes de mim para o PAM, do PAM para mim, temos apenas para a Carminho um brinquedo e um puzzle. E não chega?

Estou a resumir o Natal ao que me interessa: convívio, jantaradas, boa comida, calorias em barda, espaços aquecidos, boa disposição, gargalhadas e conversas interessantes, regadas a qualquer coisa boa de beber.

E é isto! Não sei se "cresci", se estou é velha a dar para o insuportável, se é egoísmo, se é o mundo que está a ficar minimalista e me leva de arrasto, mas a verdade é que tratei dos presentes da Carminho, de uns Pais Natais de chocolate para algumas crianças e é só. Não andei a queimar maços de notas, não andei nos stresses das lojas, do inferno de procurar estacionamento, arrgh!

No entanto, não há bela sem senão. Não penses que te liberto assim e pronto. Para esta folga que te dou tenho outras exigências: nos dias de Natal quero o pudim Abade de Priscos da tia Gorda, os sonhos e o pudim de café da mamãe, aquele doce de castanhas, natas e ovos moles da tia do PAM, e o fidalgo da sogríssima, tudo sem engordar! És capaz disso? Cumpres ou não cumpres desejos?

Portanto, estás de férias. Pega nas renas, marca um destino tropical, larga o stress dos presentes e dá uns mergulhos numas águas quentes. Se pudesse ia lá ter contigo e bebíamos um mojito.

Tanta conversa sobre um Natal sem presentes, faço anos a 1 de Janeiro e a minha mãe está numa ralação: "ao menos faz uma lista para o aniversário!". Isto a juntar à exigência das leitoras em ler a nossa carta, levou-me a criar esta singela lista que é de aniversário e não de Natal.

Mas, again, não há obrigações que eu não vou acordar no dia de aniversário a pensar em presentes.

(1) Uma mala de cintura em pele, camel, da Massimo Dutti, em promoção a cerca de 35€. Isto vai dar-me um jeito danado para os dias em que não me apetece andar de mala ao ombro.

(2) Este deve ser o artigo mais desejado e que ando a namorar há uns tempos. Um anel de cobra, da Maria Avillez Jewellry, custa 99€. Mas tem de ser bem pequenino, pois eu quero usá-lo no mindinho.

(3) Da Rituals, Ritual of Ayuverda, hair and body mist, cerca de 18€.

(4) Estas botas da Massimo Dutti, tamanho 38, cerca de 90€, mas nota que só lhe pus os olhos na loja online, nunca as tive na mão. São botas para inverno rigoroso e tenho a esperança de fazer alguns passeios de frio pela Europa gelada com o PAM (se bem que é um filme convencê-lo a isso). 

(5) Estes óculos de sol da Massimo Dutti que eu sou incapaz de andar sem óculos de sol e dou-lhes muito uso. Está em promoção a cerca de 40€.

(6) Queijos! Podem vir, aceito queijos em barda!

(7) Da Rituals, Ritual of Ayuverda, creme de corpo, cerca de 18€.

(8) Chocolates nunca são demais! Mas de qualidade, por favor.

(9) Um PT durante 3 meses que me pegue no lombo e me transforme o físico mole.

(10) Esta camisola da Massimo Dutti, camel, tamanho S, cerca de 50€, que é das poucas com que gosto de me ver.


Boas férias, Pai Natal! Diz às renas que mandei beijos!





SHARE:

10.12.19

Séries: Conta-me como foi




Isto é tão bom que dei por mim a falar desta série a toda a gente, de sorriso na cara, saudosista. Está tão bem feito, gera-se um sentimento de pertença tão grande que não há forma de ficar indiferente. Há momentos em que é quase comovente.

A série Conta-me como foi não será estranha a muitas pessoas, exibiu-se há uns anos para contar como era a vida em Portugal numa época pré 25 de Abril, num tempo que conheço apenas de ouvir falar, dos meus pais e das pessoas mais velhas. A primeira série foi um enorme sucesso para a RTP1. E descobri esta semana que a série regressou em grande no último sábado. Descobri timidamente e  apenas porque uma pessoa fez uma partilha no FB e calhou que eu visse, senão permanecia na ignorância.

Nesta nova temporada do Conta-me como foi já lá vai o 25 de Abril, os filhos da família Lopes cresceram, têm outras vidas e voltamos a vê-los no último dia do ano de 1983.

Quando digo que a série regressou em grande, é porque há um enorme investimento, cada episódio custou à estação portuguesa entre 80 e 100 mil euros e são 52 episódios. Auch! Mas já no primeiro episódio vê-se que o dinheiro foi gasto num absoluto rigor: as mobílias de época (hediondas), as roupas, os cabelos (as permanentes!), as cassetes VHS, a TV, o que passa na TV quase como um pormenor de fundo mas que nos diz tanto, todos e quaisquer detalhes da cozinha, os maços de tabaco SG, o fumar em todo o lado, as mentalidades, a relação entre pais e filhos, é tudo tão anos 80, tudo tão coisas que eu vi e vivi que se torna delicioso. Caramba, até os candeeiros de vidro das escadas do prédio - que aparecem ao fundo e mal se vêem - gritam anos 80. E também conseguiram reproduzir uma redacção de um jornal da época.

Tenho a confessar que detesto novelas portuguesas. Não suporto, tudo soa a falso, é de revirar os olhos, não sei como há quem veja nem como gastam um tostão nessas produções. Simplesmente não vejo e em tempos idos devorava as novelas da Globo. Nos anos 80! Mas o Conta-me como foi não é uma novela.

Conta-me como foi é uma série muitíssimo bem feita e que conta com actores geniais que são a Rita Blanco e o Miguel Guilherme. São tão bons que tudo parece real, parece que eles são assim de verdade, nada soa a falso, o improvisado cai que nem uma luva, os diálogos e as preocupações são tão portugueses e da época... A sério, é tão maravilhoso que não há elogios que cheguem e eu tinha mesmo de partilhar esta nova temporada que dá todos os sábados à noite, pelas 21h, na RTP. Quem viveu nos anos 80 vai deliciar-se com isto. Claro que depois há actores satélites que não têm jeitinho nenhum para aquilo, como as crianças, mas não estragam aquilo que importa e que é bom.

Mais de 100 profissionais estiveram envolvidos neste projecto e é engraçado como o guião (óptimo!) levou a que algumas pessoas estivessem meses mergulhadas em jornais dos anos 80, alheando-se completamente ao que acontecia em 2019, como conta aqui o Observador.

Vejam e recomendem a série a outras pessoas! A produção é portuguesa e boa, vamos espalhar o que é bom. Ao menos que o investimento seja amortizado. Eu pelo menos estou ansiosa pelos próximos episódios, não quero perder nem um! Quem não viu pode recuar na box lá de casa ou pode ver aqui online.

Quem já viu? Os detalhes não são bons demais? Estes episódios são uma viagem a um tempo que recordo com muito carinho, ando há dias a pensar nisto. Depois digam-me se gostaram que é para eu não parecer a única a morrer de amores pelo que vi no primeiro episódio.




SHARE:

8.11.19

Os brigadeiros da Sirly



Eu sei, toda a gente quer a receita dos brigadeiros da Sirly, mas não é tão simples como dar a receita e já está. Um bom brigadeiro requer técnica, tempo de calor, temperatura, ponto de retirada do lume, toda uma série de condicionantes que a Sirly faz a olho e que não dá para explicar com muito rigor.

No entanto, posso garantir que os brigadeiros são maravilhosos, macios e que levo para casa de amigos em jantaradas com muita regularidade. Quem comeu diz que nunca comeu brigadeiros tão bons. Mas lá está, o segredo não está só nos ingredientes, ainda que também seja importante.

Uma coisa que eu faço e a Sirly aprendeu comigo (a Sirly também aprende coisas comigo, 'tá?), é colocar os brigadeiros no congelador depois de enrolados. O leite condensado nunca congela ao ponto de ficar pedra como um cubo de gelo, por exemplo. Ele fica um duro-mole, não sei explicar melhor, têm de experimentar. O certo é que podem fazer brigadeiros em quantidade e ter no congelador para visitas inesperadas, jantares inesperados, etc. Bastam 5 minutos fora do congelador e estão prontos a comer. E o que eu gosto de brigadeiros gelados, ai! Prefiro comê-los a sair do congelador do que à temperatura ambiente.

1 lata de leite condensado
2 colheres de sopa de cacau de qualidade
1 colher de sobremesa de manteiga
Granulado de chocolate belga ou cacau em pó

Importante saber:

- Uso leite condensado da Nestlé.
- Uso cacau Lindt. E é cacau, não é chocolate em pó ou Nesquick, que altera completamente o sabor de um brigadeiro para pior (opinião das minhas papilas gustativas).
- Não se ponham com granulados baratos que aquilo é só gordura com corante e um nadinha de cacau. Um granulado como deve ser é mais caro que os granulados manhosos, não há milagres. Mas o sabor também é outra coisa.
- Em alternativa aos granulados pode optar-se por envolver em cacau, a minha mãe faz muitas vezes.

Num tacho, juntar o leite condensado, o cacau e a manteiga. Misturar bem e levar ao lume médio-baixo. Mexer sempre (sempre!) com uma colher de culinária até chegar ao ponto. E é aqui que a porca torce o rabo!

O ponto é quando a mistura está macia e ao passar a colher no fundo do tacho, deixa um rasto que demora a juntar-se. Cerca de 1,5 segundos depois, o ponto passou!

Pois, e temos um brigadeiro que fica áspero, com grão, significa que o leite condensado açucarou. Consta que juntar natas (de pacote, não podem ser frescas) a um brigadeiro que açucarou e voltar ao lume baixo é a forma de voltar a ter a textura macia, mas nunca fiz o teste. 

Chegado ao ponto de brigadeiro que nos interessa, retiramos do lume e deitamos a massa num pirex. Sim, isto é importante porque a panela demora a arrefecer e a parte de massa que fica no fundo da panela pode cristalizar.

Uma vez num pirex, tigela de vidro ou semelhante, deixamos arrefecer à temperatura ambiente. Depois colocamos película aderente por cima a tocar na massa e levamos ao frigorífico umas boas horas. Só depois do frio o brigadeiro pode ser enrolado.

Para enrolar, é untar as mãos com manteiga, tirar porções de massa com uma colher de chá, enrolar e fazer bolinhas, passar a bolinha num prato com granulado ou cacau e colocar nas forminhas de papel.

Podem deixar os brigadeiros guardados à temperatura ambiente se for para ser consumido nesse dia, no frigorífico ou - como eu prefiro - no congelador. A opção do congelador aguenta muito tempo e optar pelo frigorífico começa a cristalizar ao fim de uns dias, não há como contornar. Mas os brigadeiros não ficam dias a fio no frigorífico de ninguém, por isso não me parece preocupante.

Boa sorte nisso!




SHARE:

6.11.19

Fiz microblading nas sobrancelhas



Neste texto aqui, expliquei todos os produtos de maquilhagem que usava para umas sobrancelhas arranjadas, definidas e o melhor serviço para as arranjar. Mas o facto de ter sobrancelhas assimétricas em altura e uma com uma falha, fazia-me desejar uma coisa mais permanente do que ter de cuidar delas todos os dias, às vezes mais do que uma vez por dia em dias de verão/calor na praia para tapar a falha teimosa.

Muitas vezes me sugeriram tatuagem, o que não faz sentido nenhum. É definitivo, as modas e design das sobrancelhas mudam, é para lá de arriscado. E estava longe de imaginar que chegaria um dia uma técnica de meia-duração, fio a fio, não tão permanente.

Não sei quando chegou a Portugal o microblading (ou sobrancelhas 3D), mas só comecei a ouvir falar deste método há uns meses, muito através das redes sociais e sobretudo através de brasileiras. Honestamente, qualquer descrição que eu possa fazer vai soar a uma coisa bárbara. E é. Mas se formos a ver também é bárbaro arrancar pêlos.

Já fiz o meu microblading há 6 semanas, posso falar sobre a minha escolha com propriedade.


O que é microblading?

O microblading é uma técnica de pigmentação que faz com que as sobrancelhas fiquem perfeitas, simétricas. Para quem não tem pêlos ou tem zonas sem pêlos ou procura um preenchimento perfeito, cada pêlo é desenhado milimetricamente, corrigindo toda a sobrancelha no formato, na espessura, acertando o comprimento, tudo em função do rosto de cada pessoa.

Ou seja, o formato final da sobrancelha não é a técnica que gosta e faz assim. Ela tem um aparelho (um paquímetro) que tira medidas ao rosto de cada pessoa, envolvendo ângulos, contas, alguma matemática, e é desenhada a sobrancelha adequada àquele rosto em particular. Quando se faz o desenho inicial, a sobrancelha é delimitada com uma caneta branca. Portanto, sem medos, antes daquele que vai ser o resultado final vemos perfeitamente o espaço que vai ser preenchido, até onde vai a sobrancelha, etc.

De forma simples, o microblading é a colocação de pigmentos numa camada superior da pele com uma micro-lâmina, quase como uma tatuagem. No entanto, as tatuagens são permanentes e profundas e o microblading é superficial, vai desaparecendo com o tempo.

O microblading pode ser uma opção meramente estética, como foi o meu caso. Mas pode ser uma opção que "lava a alma", colocando a auto-estima no sítio no caso de pessoas que sofreram acidentes ou doenças e ficaram sem sobrancelhas ou parte delas.


Quanto tempo dura o microblading?

Depende de vários factores: aceitação do pigmento na pele, da cicatrização, dos cuidados na fase de cicatrização, do profissionalismo da técnica, da qualidade dos pigmentos, da secura/oleosidade da pele, etc., não faltam factores na equação. Mas regra geral dura de seis a doze meses.


E se a profissional se enganar no desenho?

Aconteceu comigo. Um fio de pêlo foi desenhado 1mm mais do que devia e qualquer profissional boa terá um despigmentante que resolve o deslize sem problemas. O que tiver sido mal feito pode desaparecer. Não ficou nada para contar a história.


Como escolher uma profissional 

O microblading é uma técnica feita à mão, portanto, o melhor será escolher alguém que tem talento para isto e, se possível, alguém de quem tenham referências. Eu não conheço ninguém que tenha feito microblading (têm-me vocês a mim agora), pelo que por aqui não me safava.

Então, procurei/pesquisei profissionais no Instagram. Como procurava tantas vezes, já me apareciam em anúncios várias técnicas e eu ia ver o trabalho delas. Estive semanas a ver e a rejeitar hipóteses. Encontrei uma profissional que gostei, fiz o contacto, cobrava 400€. Santa paciência! Não estava para isto. Mas encontrar muito barato também é de desconfiar, não se guiem apenas pelo preço. O preço médio andará na ordem dos 150€.

Continuei a pesquisa e encontrei a Michele Melo, brasileira, que tem página aqui. Gostei muito do trabalho publicado, de ver os "antes e depois" (como as pessoas melhoram!) e sobretudo gostei de ver os casos quase dados como perdidos, desgraças feitas pelas próprias mulheres ao longo de anos ou desgraças feitas por outras "profissionais de microblading" e que a Michele corrigiu impecavelmente.

Fiz o contacto, o preço era de 180€ e na altura estava com uma promoção de 150€ (as vezes seguintes, provavelmente uma ou duas vezes por ano, depende da pele de cada pessoa, são retoques com o valor de 50€).


A minha experiência

A Michele Melo é uma simpatia de pessoa, gostei muito dela. Pelo que percebi ela é independente, mas aluga sala num cabeleireiro/spa no Parque das Nações (Lisboa), junto ao hotel Myriad, o DNA do Corpo (aqui). Muito honestamente, não fiquei impressionada com espaço. Não sei se apanhei um mau dia, mas achei muito desarrumado, atolado de material que não terão onde arrumar, o WC cheio de bidões de água, móveis cheios de marcas... Estava limpo, tinha clientes, mas não achei muito inspirador e sou da opinião que uma profissional como a Michele deveria trabalhar num espaço mais cuidado. Anyway, eu fui pela técnica, não pelo spot.

Estive cerca de duas horas deitada na marquesa, a Michele tirou medidas, fez marcações na pele, eliminou os pêlos a mais, foi explicando todo o procedimento, respondeu a todas as minhas perguntas, senti-me esclarecida e mostrou-me o desenho delineado a branco do que teria de ser preenchido para ficar com sobrancelhas idênticas. Eu podia ter um espelho na mão o tempo inteiro, mas fui optando pelo telefone.

Dei o meu OK para avançar e é aqui que começa a parte pior, a dor. Tal como as tatuagens, ainda que o microblading seja mais superficial, também magoa. MAS, é usada anestesia. Então, o que dói são os primeiros segundos até a anestesia fazer efeito. Não é maravilhoso, mas é suportável e o tempo de dor dura cerca de 30 segundos. Vá, 1 minuto no máximo. Há dores piores e mais prolongadas, não é preciso ser mariquinhas, é ganhar consciência "vai ser rápido!" e respirar fundo.

Boa notícia: a Michele tem uma pomada anestesiante que é manipulada (ou seja, não se compra na farmácia em tubo para o cliente comum, é prescrita com determinados ingredientes e numa determinada percentagem) e quando faz efeito não se sente nada. Quando digo que não se sente nada, é mesmo nada, zero dor. A maior parte das profissionais de microblading terá pomadas mais ou menos anestesiantes, mas esta é mesmo zero dor e não vão mesmo sentir o procedimento.

Assegurem-se que a lâmina que vai ser usada é nova (é uma lâmina mínima).

Perguntem pela qualidade dos pigmentos. Ouvi falar de um caso de uma pessoa que ficou com as sobrancelhas azuladas, o que é assustador. Na altura, a pessoa que me contou esta história afirmou que a culpa tinha sido da exposição solar, mas quando procurei um serviço de microblading para mim e falei com as várias técnicas, percebi que o problema não foi do sol (que não causa problemas na cor), mas de pigmentos pretos baratos de má qualidade que existem no mercado e ganham uma tonalidade azulada com o tempo. Quando falarem com uma técnica de microblading questionem sobre o risco de ficar azul. Uma resposta na ponta da língua vai confirmar quão experientes e profissionais são as técnicas.

Apesar de as minhas sobrancelhas terem pêlos aparentemente pretos, a Michele avisou que ia optar por um castanho acinzentado para não ficar com as sobrancelhas muito carregadas. Portanto, é preciso saber, ter experiência, pois igualar a cor do pigmento ao pêlo até pode ser uma má opção quando à partida até parece ter lógica.


Olhar ao espelho e os dias seguintes

Concluído o trabalho, olhamos ao espelho. Quem não tem sobrancelhas ou as tem muito finas, vai adorar. Quem tem sobrancelhas e bem preenchidas, como eu, vai detestar. Mas não me assustei, já tinha lido o suficiente para saber que é assim mesmo.

As minhas sobrancelhas estavam super escuras, carregadas, grossíssimas! Não gostei nada de ver, a melhor descrição é dizer que parecia uma drag queen pronta a entrar em palco. Mas eu sabia que era preciso dar tempo e cicatrizar.

No caminho para casa, o efeito da anestesia começou a passar e a zona das sobrancelhas ardeu-me durante algum tempo. Não é um ardor insuportável, era como se tivesse raspado a pele numa parede.

Quando cheguei a casa o PAM apanhou um susto e eu não podia lavar a zona das sobrancelhas durante 24 horas. Conforme me foi indicado, apliquei Bepanthene Plus, um camadão com a ajuda de um cotonete, com movimentos circulares para ter a certeza que o creme ia à pele e não ficava apenas por cima dos pêlos naturais.

Tomei banho ao fim de 17h, quando precisei de fazer a minha vida no dia seguinte e sair à rua, mas mal toquei nas sobrancelhas, foi só passar água do duche e pressionar levemente com a esponja encharcada em água. Melhorou, não ficou tão escuro, ainda assim, demasiado escuro para mim.

Por uns dias, apliquei Bepanthene Plus sempre que estava em casa ou ia para a cama dormir.

Nos dias seguintes, algumas áreas das sobrancelhas ficaram doridas ao toque, mas nada de especial.

A semana seguinte foi dura de ver ao espelho, não me identificava, apenas queria que cicatrizasse depressa. Para mim não ajudou ter o PAM dramático a achar que eu ia ficar uma drag queen de cartaz o resto da vida, ora preocupado, ora a desatar a rir quando passava por mim. Se tiverem uma casa extra, vão para lá viver uns dias.

Ao fim de cerca de cerca de uma semana, uma camada muito fina de pele/crosta com pigmentos começa a partir e a descolar. Não se pode arrancar! Eu apenas tirei as peles que estavam soltas e presas nos pêlos naturais. Este processo de descamação até que é rápido, é o que menos custa esperar.

Ao fim de mais ou menos duas semanas pude finalmente esfoliar as sobrancelhas e ver melhor o que estava para ficar. No entanto, até ao fim de quatro ou cinco semanas podem surgir variações de cor, o resultado final vê-se pela quinta ou sexta semana.


Cuidados a ter com a cicatrização

Encontrei esta imagem e tem muita graça, o processo é mesmo assim, mais ou menos esquizofrénico. Como eu já sabia, não stressei. Comigo foi mais uma questão de impaciência.

Para uma correcta cicatrização e bom resultado final é imperativo ter cuidados básicos:

1. Seguir as instruções da profissional (e que seja uma boa profissional).
2. Não dramatizar se nos identificarmos com momentos da imagem que publiquei abaixo.
3. Contactar a profissional se a minha descrição não tiver nada a ver com o que estão a viver e parecer grave, como por exemplo uma infecção.
4. Não ir à praia, piscina, praia e afins.
5. Evitar a exposição solar. Ainda que um bom trabalho não altere a cor por causa do sol, não deixa de existir uma ferida.
6. Não aplicar qualquer tipo de maquilhagem ou outros produtos que não os recomendados.
7. Atenção às mãos, lavar com frequência, não tocar com os dedos nos primeiros dias para evitar riscos de infecção.
8. Nunca coçar ou arrancar as peles da cicatrização.
9. Não se fazem retoques antes de cinco semanas.





Veredicto final

Passei por várias fases: do "não volto a fazer isto" apesar de não me sentir arrependida - mais pelos cuidados iniciais que exige e o tempo de espera - ao "não sei se vivo sem isto", depois de ver o resultado final, "já não vivo sem isto".

Os primeiros dias são chatos, não há como contornar. Mas passa rápido, mais rápido do que parece na altura e o resultado final é muito bom. Tenho as sobrancelhas simétricas, perfeitamente alinhadas, parecem maquilhadas 24h/dia.

O meu único senão ficou mesmo na falha de pêlos que tenho numa das sobrancelhas, mas a Michele avisou logo que aquele espaço não estava a ficar tão bem pigmentado e era provável precisar de um retoque.

No entanto, a minha falha está melhor do que estava. O resto está absolutamente impecável, vou querer manter assim no futuro. A boa notícia é que feito o microblading a primeira vez, as vezes seguintes serão mais fáceis e mais rápidas. Oba!

Recomendo muito a Michele Melo, é uma óptima profissional.

Este post não é publicidade, paguei como outra cliente e nem a profissional sabe da existência deste blogue.

***

ADENDA: Agora em Junho 2020, 8 meses depois, posso reforçar que vale mesmo a pena, o trabalho foi muito bem feito e continua impecável. À excepção da minha falha que é caso particular, só agora começo a sentir que já fazia outra vez. Mas suspeito que ainda aguenta bem até fazer um ano em setembro.





SHARE:

4.11.19

Tudo o que precisam de saber para umas sobrancelhas impecáveis



As sobrancelhas são uma moldura do rosto e dos olhos. É impressionante como uma cara pode mudar com boas e más sobrancelhas, para melhor ou pior. Pessoalmente, esforço-me mesmo por ter sobrancelhas bonitas e arranjadas, mas confesso que me dá um trabalhão.

Tenho - desde sempre - uma falha de pêlos numa das sobrancelhas. A assimetria é enorme: tem pêlo, é quase interrompida na totalidade por cerca de meio centímetro e depois volta a ter pêlo. É quase como faz uma malta de meios estranhos e pouco polidos que rapam metade da sobrancelha com uma lâmina e parecem profissionais de assaltos.

Que eu tenha conhecimento, nasci assim, não foi fruto de nenhuma pancada nem tenho qualquer cicatriz. E se em criança me incomodava e tentava pentear as sobrancelhas de modo a esticar os pêlos e tapar mais ou menos a minha falha, em adolescente era o drama. A certa altura comprei um lápis de olhos e passei a pintar a falha logo pela manhã quando fazia as minhas rotinas de higiene para começar o dia.

Todos os dias. Todos os dias. Todos os dias desde os 14 anos, acho.

E não pensem que basta comprar um lápis, pintar e já está. Nada disso, foram comprados muitos lápis em vão. É todo um drama porque nem todos os pigmentos de lápis de olhos resultam. Não pode ser oleoso, também não pode ser muito seco, não pode ser um preto muito escuro. Quando encontrei o lápis certo deixou de ser fabricado, então tive de voltar à procura, fazer testes, estive uma vida nisto!



Há uns anos voltei a encontrar um lápis certeiro e da melhor cor para disfarçar a minha falha de pêlos, da Kiko, específico para sobrancelhas (aqui), o Precision Eyebrow Pencil, cor 01 Blackhaired. Existe em seis cores, tem um preço simpático de 6€, traz afia, se procuram um lápis de sobrancelhas, este é muito bom. Mas no meu caso - para ficar perfeitinho - tenho de misturar.
Tenho bastante maquilhagem da Benefit e só tenho bem a dizer, ainda nem existia em Portugal e eu já comprava fora. Mas no que respeita a sobrancelhas a Benefit está no top dos tops. A marca começou por aí, é como se fosse especializada em sobrancelhas, não falta maquilhagem para umas sobrancelhas perfeitas em casa.

O lápis Goof Proof Brow Deal da Benefit (aqui), 29,50€, é perfeito. Não tivesse eu uma falha de pêlo este bastava-me e é o meu preferido. Mas dada a minha condição, o que resulta melhor em mim é pintar a falha com o lápis da Kiko e tratar da sobrancelha por inteiro com este. O meu é o 5 Deep, mas está disponível em oito cores.

Para um look mesmo arranjadinho e mais dado a dias de festa, o Foolproof Brow Powder da Benefit (aqui), 29,50€, é uma paleta que traz duas cores. A minha é o 5. Deep.

E para fixar os pêlos, gosto desta cera da Kiko em lápis, o Eyebrow Wax Fixing Pencil, 6€, incolor e que não me deixa uma sensação de laca que não permite fazer movimentos de expressão sem repuxar. Este lápis-cera é óptimo, vale muito a pena.

Entretanto, a Benefit tem lançado novos produtos para sobrancelhas que podem consultar aqui. Não falta variedade, tonalidades, texturas, acabamentos, produtos muito interessantes, mas confesso que nunca experimentei as novidades dos últimos meses, apenas fui acompanhando nas redes sociais.

Maquilhagem à parte, os melhores produtos do mundo de nada servem se as sobrancelhas não estiverem depiladas como deve ser. E eu, a somar à falha de pêlos, tenho as sobrancelhas assimétricas. Uma é ligeiramente mais alta que a outra, estive sempre numa luta a tentar colocá-las simétricas, o que não é fácil sermos nós a tratar.

O melhor, melhor, mas melhor sítio de looonge para arranjar as sobrancelhas é a Benefit, nas lojas que têm Brow Bar e que podem consultar aqui. Fui várias vezes ao Chiado, experimentei vários profissionais e só tenho a dizer bem. Só tenho pena que os Brow Bar não existam desde a minha adolescência, tinham poupado algumas desgraças.

Eu depilo as sobrancelhas em casa. Não suporto ver pêlos crescidos à espera de serem arrancados. Gastei uma pequena fortuna num espelho profissional de maquilhagem que aumenta o rosto 10 vezes e tem luz circular (comprei numa Brookstone en NYC) e de cada vez que sai uma pontinha de pêlo a nascer, arranco com pinça. Quase todos os dias a seguir ao banho vejo se já cresceu algum pêlo e é assim que vou mantendo a depilação impecável. O que é preciso é ter o design certo, ter alguém bom a fazer para marcar o ponto de partida e depois é só arrancar as pontinhas de pêlos novos, não há ciência nisto. Para quem não consegue, então recomendo visitas regulares a um Brow Bar da Benefit.

Todos estes produtos e serviços que mencionei são os melhores. Trust me! Nos últimos 20 anos gastei bom dinheiro em testes de tentativa-erro, poupo-vos a carteira.

E entretanto, nasceu o microblading, uma espécie de tatuagem temporária nas sobrancelhas, com duração variável de pessoa para pessoa, mas que nos faz acordar de manhã já com as sobrancelhas arranjadas como se tivessem passado pela sala de maquilhagem.

Pesquisei, li vários artigos, varri mil esteticistas até encontrar uma cujos trabalhos publicados (Ámen, Instagram) fossem bons trabalhos, dos quais eu gostasse mesmo.

Encontrei a pessoa certa e fiz microblading. Fica para o próximo post!





SHARE:

25.10.19

Strogonoff da Sirly




Riquezas, é o strogonoff da Sirly! É um prato muitas vezes repetido em casa e que sabe sempre bem.
E o molho... o molho é de comer à colher!

3 peitos de frango em tiras
1 pacote de natas (eu uso light)
1 cebola picada
2 dentes de alho
3 colheres de sopa de polpa de tomate (cheias)
1 caldo Knorr de galinha (opcional)
cogumelos laminados em quantidade a gosto
óregãos a gosto
azeite
sal
pimenta

Refogar a cebola e os dentes de alho em azeite. Fritar as tiras de frango, temperar com sal (pouco) e pimenta. Adicionar os cogumelos que devem estar secos para não largarem muita água (ou optar por cogumelos de lata). Acrescentar a polpa de tomate, o caldo knorr e os orégãos. Quando o frango estiver cozinhado, baixar o lume, acrescentar as natas e deixar aquecer, mas as natas não podem ferver. E é isto, está pronto a servir!

Belíssimo com um arroz basmati!






SHARE:

22.10.19

Just saying #18




Ali nos vintes, em muitos momentos, poderia ter feito mais por mim.
Mas demorei a aprender.





SHARE:

17.10.19

Queques de banana, manteiga de amendoim e chocolate




Riquezas, a vida não está fácil com a cria doente há uma semana. Não há conteúdos porque também não há vida. Estou com espírito de presidiária a contar os dias que faltam para me livrar do inferno que é ter filhos enfermos.

Esta semana trago a receita de mais uns queques, estes de banana, manteiga de amendoim e chocolate. Yummy! Peguei numa receita da Sirly #sirlypower e transformei-a. Adorei o resultado!

• 2 bananas maduras 
• 2 ovos 
• 1 chávena de flocos de aveia finos ou grossos picados 
• 1 mão cheia de pepitas de chocolate (chocolate a sério, não escolham porcarias) 
• 1 colher de chá de fermento 
• 2 colheres de sopa de manteiga de amendoim (bem gordas) 
• 2 colheres de sopa de xarope de agave ou geleia de arroz (opcional, mas acho que faz falta)

Bater na Bimby todos os ingredientes (excepto as pepitas) até ficar uma massa típica de bolo. Juntar as pepitas de chocolate e incorporar na massa. 

Untar e enfarinhar as formas de queques. Colocar a massa nas formas e levar ao forno a 180ºC durante cerca de 20 minutos (tempo varia conforme tamanho das formas e eficácia do forno). 

Deixar arrefecer, tirar das formas e já está! 

Manteiga de amendoim e chocolate é um casamento de amor para a vida. Ficou óptimo!





SHARE:

16.10.19

Dialogar com leitoras: o lado de cá



Escrevi no FB sobre uma conversa com um amigo que vai ser pai e a quem perguntei: "sabes que destruíste a tua vida?". Quer parecer-me que a maioria das pessoas entendeu que me referia à liberdade individual, à possibilidade de fazer coisas de adulto como se faziam até a criança nascer, o lado bom da vida de não ter a responsabilidade dos filhos, etc.

Mas este texto não é sobre isso. Em traços gerais, encontro-me com isto:


Leitora: previsível, és capaz de muito melhor.

Maçã: melhor? Mas eu estou a dizer o que sinto... Pode nem toda a gente concordar, claro, mas é a minha forma de ver o assunto, só isso.

Leitora: quando digo que és capaz de melhor é para escrever sobre outras coisas, que estes assuntos já cansam.

Maçã: mas isso é porque me lê há muito tempo. Há pessoas que me seguem recentemente e nunca leram estes conteúdos. Mas só escrevi sobre isto porque aconteceu ontem e achei que tinha graça.

Leitora: leva a bicicleta! Já te sigo há muitos anos e sei que nunca, nunca, dás o braço a torcer. 


E é isto...

Se eu der um bocadinho do meu tempo para o diálogo e explicar o meu ponto de vista, sou uma mula teimosa, incapaz de dar o braço a torcer (whatever that means).

Se eu não responder sou uma diva que nem é capaz de dar uma palavra aos seguidores.

Do lado de cá, em alguns casos, se eu não respondo sinto que me permito ser mal interpretada quando gostava de me explicar melhor. O que fica para mim? Ser uma besta porque respondi (e eu é que não aceito respostas) ou sentir-me mal porque permito que fiquem a pensar uma coisa errada.

E ninguém pensa no lado de cá. Resume-se a ser teimosa. As pessoas não querem dialogar, querem ter razão. E não querem colocar-se no lugar do outro (porque têm razão).

Desisto, retiro-me, atiro a toalha ao chão e remeto-me ao silêncio que isto não é produtivo.
Desistir também pode ser dar o braço a torcer? Espero que sim. É libertador.

#I'mnotapeopleperson





SHARE:

11.10.19

Salada de grão da Sirly




Não vão de fim-de-semana sem levar uma receita! Desta vez vai no tacho e tudo, eu estava com pressa de fotografar e sair e também gosto deste aspecto realista de uma cozinha que se suja.

Esta receita está no pódio das minhas receitas preferidas da Sirly. Adoro, é de lamber os talheres, de ir lá roubar uma colher fora da hora da refeição. Uma delícia!

• 1 lata de grão das grandes escorrida ou o equivalente em grão demolhado e cozido na panela de pressão (como eu prefiro e acho que fica melhor)
• 2 ou 3 latas de atum em água (conforme preferirem mais ou menos peixe) 
• 1 cebola 
• meio pimento verde 
• meio pimento encarnado 
• 3 colheres de sopa de polpa de tomate 
• 2 alhos esmagados 
• azeite 
• sal 
• pimenta 
• 3 ovos cozidos 
• 1 molho de coentros picados (quantidade a gosto).

De véspera, demolhar o grão em água. Cozer o grão durante 15 minutos (tempo da minha panela de pressão) e reservar.

Antes de começar a receita, cozer os ovos que depois de frios devem ser cortados em rodelas. Picar os coentros.

Numa panela, fazer um refogado em azeite com a cebola picada e os pimentos cortados em fatias curtas. Acrescentar os alhos esmagados e a polpa de tomate. Mexer bem.

Acrescentar o grão cozido. Temperar com sal e pimenta. De seguida, acrescentar o atum escorrido e os coentros picados, envolvendo bem os ingredientes sem os desfazer. Desligar o lume.

Por cima, colocar as fatias de ovo e alguns coentros picados.

A salada pode comer-se fria ou quente. É uma óptima receita de verão ou inverno.

Depois quero saber se gostaram!


SHARE:

10.10.19

Just saying #17



E se houvesse uma altura perfeita para tudo?





SHARE:

8.10.19

Queques de banana saudáveis (sem açúcar)




Esta é uma de muitas receitas que virão por aí com a ajuda da Sirly e que nas redes sociais ganham a hashtag #sirlypower

Com a ida da Carminho para a escola, a Sirly estava preocupada com o que fazer o dia inteiro. Descansei-a, há sempre o que fazer numa casa. Tinha/tenho planos para retomar a publicação de receitas com a ajuda dela (com boa fotografia) e ainda ser minha assistente em part-time, até a cria chegar da escola. A Sirly adorou a ideia, ainda mal metemos a mão na massa, mas aqui está o primeiro exemplar!

Contentes com o regresso das receitas? Aqui vai esta, muito interessante.

• 2 bananas maduras 
• 2 ovos 
• 1 chávena de flocos de aveia finos (ou grossos e triturados)
• 1 mão cheia de nozes 
• 1 colher de chá de fermento 
• 1 colher de sopa de manteiga 
• 2 colheres de sopa de xarope de agave ou geleia de arroz 
• canela a gosto

Bater na Bimby todos os ingredientes até ficar uma massa típica de bolo. Untar e enfarinhar as formas de queques. Colocar a massa nas formas (nas minhas formas deu seis unidades) e levar ao forno a 180ºC durante cerca de 20 minutos (tempo varia conforme tamanho das formas e eficácia do forno). Deixar arrefecer, tirar das formas e já está! 

Depois é só usar a imaginação. Podemos colocar passas, frutos secos, cacau, pepitas de chocolate, etc. Quero ver as vossas criações!

A Carminho adorou, tirou da bancada e nem esperou por autorização.
Podem ver a foto da lambona aqui.




SHARE:

8.9.19

Escapadinha ao Craveiral



CRAVEIRAL
Webpage aqui
Instagram aqui

Foi tão bom!

Dito assim parece que fui de férias numa pequena escapadinha, mas na verdade fui gozar o espaço num formato de trabalho. É no Craveiral que vou fotografar a próxima colecção da ROS Lisbon de 2020 (arriscam a cruzar-se comigo por lá nos próximos tempos) e fui virar o espaço do avesso, em busca dos melhores cantos para fotografar. Mas aproveitei também para estar em família.

O Craveiral tem os pés no Alentejo e fica a um tirito do mar. É possível optar por campo ou praia e viver ali entre o bom gosto campestre e a simplicidade minimalista, num espaço que antigamente era um campo de cravos.

O projecto é português, basta entrar numa das casas e reconhecemos o que nos rodeia como "nosso", cá da terra. Os apontamentos de cortiça, o mobiliário do bom, cheio de traça portuguesa, o design português, as obras de arte de Bruno Castro Santos (fiquei a conhecer) que eu trazia para casa, todo o projecto do Craveiral pretende-se próximo, de ligação da terra às pessoas.

Os produtos são biológicos, há noites de pizzas biológicas (óptimas!) preparadas por miúdos da Associação VilacomVida, que dão trabalho pessoas com Síndrome de Down e de Asperger.

Existe em todo o espaço um sistema de bike sharing para deslocação dos hóspedes. As bicicletas não são de ninguém, são de quem as apanhar. Depois é chegar ao destino, encostar e alguém vai agarrar na bicicleta mais tarde.

Também existem preocupações ambientais e por isso as águas da chuva são recolhidas para rega.

Muito importante para algumas pessoas, o espaço é pet friendly, porque acreditam que "a família é mais feliz quando está toda junta". Portanto, podem levar os vossos bichos. Por lá andava a Charlie, uma cadela mansa, mansa, mansa, daquelas que presenciam um assalto e pergunta "querem levar mais alguma coisa que eu embrulho?" e o Pimenta, um gato preto, esguio, independente, com muita graça.

E eu gosto disto, de todo este espírito de não ser só um negócio, de ser um projecto do bem e construído com muita paixão.

O Craveiral tem nove hectares onde se encontram quatro núcleos num total de 38 casas. E são poucas casas propositadamente, o objectivo não é ter enchentes de pessoas, é poder ouvir-se o silêncio. As casas têm cozinhas, portanto, dá para cozinhar, existe supermercado a uns dez minutos de carro, é perfeito para quem tem filhos.

No Booking (aqui), o Craveiral está cotado com uma pontuação de 9,2 na categoria de "fantástico". E não é difícil perceber: a simpatia é daquelas que salta à vista e nos obriga a sorrir de volta, o pequeno-almoço é de babar: que maravilhosa selecção de queijos! E o bolo de amêndoa? E as panquecas com framboesas e mirtilos? E o pão alentejano? Nasci para comer.

As camas e os lençóis são de uma suavidade tal que quero ter daqueles lençóis em casa. A arquitectura das casas integra-se perfeitamente na paisagem do campo, a decoração é excelente, o campo que rodeia as casas pretende-se natural e meio selvagem (não há nada de palmeiras e flores que ao Alentejo não pertencem). As piscinas são grandes, não falta espaço, é tudo silencioso, calmo, com um pôr-do-sol laranja e um céu de tal forma estrelado à noite que se vê a via láctea.

Gostámos tanto que nem saímos para ir à praia. Recomendo! Sobretudo agora que o verão se instalou e está para durar, é perfeito para uma escapadinha com sabor a férias. Por lá encontrei uma leitora que demorou que tempos a acusar-se, mas eu topo-vos logo quando não tiram os olhos de cima de nós ou quando parecem envergonhadas por motivo nenhum, muahahah! 





SHARE:

9.8.19

A culpa não é dos motoristas, é dos consumidores


Não são os grevistas que instalam o caos, é cada uma das pessoas que corre às bombas.

Não são os grevistas que fazem pressão social, é cada uma das pessoas que corre às bombas.

Tenho hoje 1/4 de depósito, um bocadinho menos. Ontem fiz a minha vida e todas as bombas por onde passei tinham filas enormes. Não me presto a isto!

Hoje vou ter de dar voltas e vou ficar com ainda menos gasolina. Se acabar, fico em casa, ando de transportes, ando de boleia, não trabalho, adio as coisas, mas alimentar o caos e a ganância, recuso-me.

Se cada um dos grunhos que corre às bombas fizesse a vida normal, abastecendo com a regularidade habitual, havia combustível para 15 dias. Assim, cedem exactamente a favor do objectivo dos grevistas (que apoiei, mas já não tenho saco). E isto não significa que não tenho responsabilidades, que não preciso de combustível, significa que é preciso ser inteligente e pensar maior.

No FB do blogue, um comentador dirigiu-se a mim como se eu fosse estúpida: "a Maçã diz que se ficar sem gasóleo fica em casa ou não trabalha lol, fala como se toda a gente fosse assim, sem responsabilidades, sem famílias para alimentar, acha que toda a gente tem uma vida tranquila (...) a criticar sem saber a situação pessoal e profissional de cada um".

É preciso pensar, usar a cabeça, ir mais além do que o agregado familiar lá de casa.

1. Não estamos perante uma calamidade mundial do tipo "o petróleo acabou" e a crise aí seria indiscutível e mundial.

2. Estamos perante motoristas NACIONAIS a ameaçar greve. A gasolina existe, só não há quem a transporte caso não se ceda às vontades dos meninos.

3. Vivemos em Portugal, um país da união europeia. Havendo combustíveis e só faltando quem os transporte, acreditam mesmo que chegaríamos a um estado de emergência declarada? Poupem-me. Nem que viessem motoristas de outros países. E ao que parece há militares a serem treinados para poderem substituir estes motoristas.

4. Mas assumindo que aconteceria, não é só lá em casa que não teriam como ir para o trabalho, é um país e toda a sua economia! Mais dia, menos dia (conforme a ganância pela gasolina se tivesse verificado), TODA A GENTE teria de ficar em casa! Até quem correu para as bombas. Em suma, a corrida às gasolineiras é um "tanto faz".

5. Assumindo um declarado estado de emergência nacional sem combustíveis, os carros estacionados na rua iriam ser assaltados. E os que estivessem em andamento, depressa vos apontariam uma arma para retirar o que têm. Na selva reina a violência.

6. Assumindo um declarado estado de emergência nacional, ao fim de umas semanas os militares tocariam à porta para confiscar os combustíveis que todos estiveram a meter em bidões. Seriam direccionados para transportes prioritários e de bens de primeira necessidade, não para o Zé Manel que tem responsabilidades lá em casa e tem de ir para o escritório [o pensamento pequenino é de revirar os olhos].

7. Para quem trabalha, com a economia parada, em declarado estado de emergência nacional, se o Zé Manel não fosse trabalhar porque não há combustíveis na generalidade, outras pessoas conseguiriam ir? O quê, levam falta? Arriscam-se a ser despedidos? Quando um deixasse de ir, em poucos dias era quase o país inteiro.

8. Para quem conseguisse chegar ao escritório por outros meios, acham que o trabalho iria realizar-se? Num país em estado de emergência e serviços mínimos, acreditam que atenderiam telefones do outro lado? Que os fornecedores e entregas continuariam? Que as empresas seguiriam sem percalços? Não, elas paravam também.

Não são precisos muitos dias sem combustíveis para um cenário destes acontecer num país, o que inclui Portugal.

Se o Zé Manel parar de trabalhar por falta de gasolina, vamos parar todos. É uma questão de dias.

E no meu caso, que não mexo uma palha para colocar gasolina no meu carro quase vazio, se todos pararem não me adianta continuar, pois eu não faço acontecer sozinha, por isso não me entrego ao drama. No fundo, é usar a cabeça. Ou em estado declarado de emergência nacional acho vou continuar a vender sapatos e bikinis?

Esta corrida e este alarmismo é mentalidade de povo. Num verdadeiro estado de emergência nacional a gasolina a que se agarram com ganância ser-vos-ia retirada.

E agora aguardemos, a ver se vai haver um dia sequer de emergência nacional... é que nem um! Se não forem os motoristas portugueses, serão outros. O problema não está na falta combustíveis, está na falta de transportes.

Não se entreguem a essa palhaçada que vos cega numa corrida às bombas, a perder tempo, a gastar gasolina numa espera enorme de chegar a vossa vez [non sense] e se põem a discutir com os outros.

Se efectivamente faltar gasolina por falta de transporte é para todos. Se um for ao fundo, agarrem-se porque numa questão de dias vamos todos.

Ya, odeio povo. Isto aqui filmado é uma vergonha.




SHARE:

16.7.19

Mousse de chocolate


Riquezas, há dias publiquei uma mousse de chocolate nos stories do instagram, mostrei como a virava de pernas para o ar e nem mexia, o que causou muito espanto e mil pedidos para a receita.

Mas a espantada fui eu: não sabem fazer uma mousse? Só fazem mousses daquelas moles sem graça? Credo, precisam da minha receita rapidamente.

Infelizmente não guardei as imagens para mostrar neste post, mas acrescentarei noutra oportunidade.

Adoro mousse de chocolate, mas tem de estar fria, em espuma e com a consistência certa. Mousses moles, não, nem tenho vontade de provar. E as mousses instantâneas, de pacote, deviam ser proibidas por atentado às papilas gustativas.

Para ter uma boa mousse só precisam de bons ingredientes e técnica.

1 tablete de chocolate preto de qualidade (recomendo a Lindt 70%)
6 ovos grandes
6 colheres de sobremesa de açúcar bem rasas
2 colheres de sopa de manteiga
pitada de sal
meio copo de água

Num tigela pirex, partam o chocolate em pedaços, juntem a manteiga, a água e levem a derreter no microondas, cerca de 1m30s (depende dos equipamentos). Bem sei que os entendidos dizem que isto é uma alarvidade, que não se leva o chocolate a altas temperaturas, mas é assim que faço e sai bem.

Separem as gemas das claras, mas é para ser bem separado. Se tiverem amostras de gemas nas claras elas não vão subir como deve ser.

Batam as claras em castelo com a pitada de sal. Esta é uma parte importante: as claras têm de ficar bem firmes, de virar a tigela de lado e não mexer. 

À parte, noutra tigela, batam as gemas com o açúcar. Esta começa por ser uma mistura alaranjada, mas têm de ser bem batidas até ficar um creme amarelo claro e dobrar de tamanho. Diria que bato com a máquina no máximo por cerca de quatro minutos, mas começo no mínimo para fazer a mistura.

Com a tigela de claras em castelo e a tigela de gemas prontas, aqueçam mais um pouco o chocolate (que já não deve estar tão derretido) por mais cerca uns 40 segundos. Acrescentem à mistura das gemas, envolve-se bem para não salpicar e só depois se bate bem com a batedeira por mais um minuto.

Temos então duas tigelas, uma com claras em castelo e outra com mistura de chocolate. Comecem então por juntar o chocolate às claras aos poucos, primeiro metade e depois o resto, envolvendo com delicadeza com uma colher de pau para não fazer desaparecer todo o ar (não usem a batedeira nesta fase ou desaparece o efeito espuma).

Coloquem a mousse numa tigela, levem ao frigorífico pelo menos durante quatro horas, mas idealmente por doze horas ou de um dia para o outro. E podem lamber a tigela.


Não comam, não!





SHARE:

15.7.19

Séries: Stranger Things



Trailer da 1ª temporada, aqui


Trailer da 2ª temporada, aqui


Trailer da 3ª temporada, aqui


Já vi as três seasons do Stranger Things e calhou que só agora escrevesse sobre esta série.

O género ficção científica não é mesmo, mesmo, o meu estilo (eu nunca vi nenhum Star Wars, por exemplo), mas o Stranger Things tem lá dentro uma coisa muito "minha": um revival da minha juventude. É uma excelente apresentação dos anos 80 que vai da músicas às roupas, da tecnologia da altura à comida, ao cinema da época e aos programas de TV que agora são vintage. Tudo aquilo é uma deliciosa viagem no tempo. Arrisco-me a dizer que os anos 80 são grande parte do sucesso do Stranger Things. Não acredito que tivesse metade do sucesso se a série tivesse lugar nos dias de hoje.

Não sendo o género científico um género de que goste muito, por causa dos anos 80 e de todas essas referências, tudo aquilo é mais do que a história que se passa numa pequena cidade dos EUA. Naquelas cidades do interior com um ritmo de vida longe das grandes metrópoles, numa terra onde pouco ou nada acontece, os adolescentes são iguais aos de outras cidades, sedentos de ser adultos, populares, com as suas histórias de amizade, namoricos e férias de verão. A série é vencedora porque não é apenas ficção científica, é mistério, é suspense, é drama, representa bem uma juventude que todos vivemos, é uma mistura que não se limita a um só género.

Na primeira temporada um rapaz começa por desaparecer misteriosamente, durante a investigação encontram e escondem uma estranha rapariga com poderes sobrenaturais, descobre-se uma realidade alternativa, um sub-mundo por debaixo do dia-a-dia, animais/monstros perigosos, os serviços secretos do país envolvidos na tentativa de esconder a verdade da população e esses mesmos habitantes a quererem retomar a vida normal.

A série tem tantas referências que é fácil identificá-las: transborda de Goonies, de ET, Indiana Jones, muito (mas muito) Spielberg por ali e mil outras cenas que lembram outros filmes que conheço, só não sei dar-lhes nome, mas que o Markl deve ter feito muito bem aqui.

No entanto, da primeira para a terceira temporada vejo grandes diferenças, vai muito de Goonies a Terminator, a série tornou-se muito mais gráfica, com seres mais violentos pelo visual do que pela imaginação, o que não me encantou. Além disso, a terceira temporada trouxe uma inevitabilidade que me faz pena: os miúdos cresceram, nota-se bem, não há nada a fazer, eu preferia o registo mais infantil, mas está bem agarrado, com os primeiros beijos e paixonetas à mistura e todas essas coisas próprias da idade.

Fica evidente que a série não acabou, há uma quarta temporada para entrar, mas espero que acabe por aí para não estragar. Não creio que a série funcione com os miúdos já adultos, com cara de 20 em vez do ar de adolescentes que têm agora. Existe uma história para encerrar, mas não creio que renda mais do que uma nova temporada se for para não entrar em decadência.

Para quem viveu os anos 80, a série é um regalo para os olhos. Por lá aparecem as antigas caixas de Tampax azuis que via em casa, o leitor de cassetes VHS da Sony que estava na sala, um walkman, uma gabardine amarela que tive igual, de repente faz-se uma viagem de mais de 30 anos. Tudo isto surge em segundo plano, vale a pena observar o que está para lá das acções em cena.

Para mim e para as pessoas da minha geração, o Stranger Things é um regalo para os olhos. Para quem os anos 80 não dizem nada, não sei dizer, mas recomendo!







SHARE:

28.6.19

I love home style #37




Um dia vou ter um portão assim.



SHARE:

26.6.19

Crescer anda de mãos dadas com o risco



Fiz um enorme investimento para crescer.
Cometi uma loucura.
De cada vez que ganho dinheiro, lá estou eu a investi-lo.
É o milagre do desaparecimento!

Quanto tempo demora para ficar rica?

Novidades em Julho.
Wish me luck! 




SHARE:

25.6.19

Desejos: "colocar fezes nas caixas de correio dos vizinhos e tacinhas de milho nas varandas"




Até 2019 achava que vivia num prédio com gente do bem, civilizada, mas então as necessidades de uma vizinha levaram à colocação de cortinas de vidro e os umbigos da vizinhança exibiram-se em todo o seu esplendor.

Tem sido inenarrável observar todo o egoísmo e hipocrisia que ali reina, lixando a vida a quem desespera por segurança e higiene, a quem fez investiu um dinheirão, acenando com acções em tribunal, mas acabando todas as comunicações com frases do tipo "muito prezamos a vizinha e sempre manteremos a melhor relação". [Inserir palavrão]. [Inserir palavrão]. [Inserir palavrão].

Isto dá-me vontade de vender a casa a uma família de 10 pessoas de etnia cigana para só assim desejarem ter tido maior cuidado com as necessidade de quem mora na porta ao lado.

Vejamos, há uns anos deu-se no prédio uma praga de pombos em registo apocalipse. Não havia palavras para os cocós que se acumulavam num par de dias, o estado das varandas, a dificuldade de limpar os dejectos, os pombos a barulhar ao raiar do sol... quantas vezes o PAM subiu os estores para se colocar aos gritos às seis da matina, numa vã tentativa de espantar os pombos. No limite chegou mesmo a usar uma pressão de ar.

Acontecer isto num dia seria chato, agora imaginem todos os dias. Era altamente desgastante e perturbador do nosso descanso. Fomos usando várias estratégias, entre elas verdadeiros atentados ao bom gosto, como pendurar alguns compact discs na varanda esperando que o reflexo do disco em arco-íris afugentasse os bichos.

Entretanto, junto de médicos veterinários aprendemos: os pombos (além do inferno e da porcaria que provocam) são chamados de "ratos do ar", transportam todo o tipo de doenças como os ratos. E são animais fiéis, acasalam com a mesma parelha e no mesmo local a vida toda, pelo que livrarmo-nos dos casalinhos roçava o impossível.

Comecei a pensar em colocar uma cortina de vidro na varanda, recebemos a empresa em casa e um orçamento de três mil euros que soou como uma chapada. Não nos apeteceu fazer naquele momento, deixámos para outra altura. Entretanto a Carminho nasceu, colocámos vidros até ao peito na varanda das traseiras e as cortinas de vidro na varanda da frente ficariam para outra altura, quando a criança começasse a andar.

Várias vezes pedimos à administração de condomínio uma reunião sobre este assunto, mas foi-se falando em encontros casuais nas escadas e nunca aconteceu. No espaço de três anos em que isto se passou e com o drama dos pombos, algumas pessoas que eram contra as cortinas de vidro às tantas já eram a favor. Mas nunca se formalizou nada.

O último inverno foi generoso, os pombos quase desertaram, achámos nós. Não desapareceram completamente, mas a situação tornou-se quase suportável, tirando algumas manhãs esporádicas.

E então descobrimos, os pombos não tinham desertado! Apenas mudaram de varanda para a minha vizinha de baixo, para uma divisão da casa que não usa e que tem os estores fechados. O vizinho do lado começou a sentir cheiros, a ter o espaço dele sempre cheio de moscas, um dia debruçou-se na varanda para ver a do lado e deparou-se com um estado de calamidade total: inúmeras famílias, ovos, o aparato de fezes de pombo era tal que havia montes com um palmo de altura (literalmente). Era como se uma casa tivesse sido abandonada e largada aos pombos.

A vizinha foi então alertada, foi até à varanda da divisão que não usa, encontrou um problema de risco biológico. Teve de contratar um serviço especializado, daqueles que limpam cenas de homicídios, o que lhe custou 4.365,45€. Trocos!

Ora, isto não ia resolver o problema, isto apenas serviu para limpar a varanda, os pombos ali continuariam, o que também foi informação cedida pela empresa de limpeza. Então, falou com o administrador de condomínio (e vizinho do lado afectado) sobre a colocação de cortinas de vidro. Chamou uma empresa, mostrou o orçamento e tal, passaram umas semanas, a vizinha colocou as cortinas de vidro ao valor de 4.082,37€ e deu-se um "ai jesus" no prédio.

Honestamente, eu nem reparei nas cortinas de vidro colocadas. Já tinham passado alguns dias quando alguém reparou e deu o alarme. E ninguém reparou porque não existe impacto arquitectónico!

Uma curiosidade é que as cortinas não eram minhas por acaso. Desconhecia o que se passava no andar de baixo e estava prestes a avançar com as minhas cortinas de vidro depois de falar com a Câmara Municipal e de me informarem que consideram "uma obra sem relevância urbanística", não existindo uma alteração de estrutura e por isso não carecendo de autorização.

Safei-me por uma questão de semanas e deu-se no prédio um alvoroço numa troca de emails. Marcou-se uma reunião de condomínio que foi a coisa mais triste e degradante de ouvir, um desfile de umbigos enormes, completamente a cagar-se para o facto de eu ter expressado que a varanda me provoca ansiedade (vivo no último andar), expliquei que já encontrei as portas encostadas esquecidas por duas vezes e que a segurança da minha filha é fundamental para mim e para o meu bem-estar mental.

Igualmente, mostraram-se completamente a cagar para a necessidade de higiene da vizinha, tudo com o argumento de que existe uma "marquise" (que não é, isso obriga a uma autorização de obra) e o argumento de se um dia quiserem vender a casa, eventuais compradores podem desistir porque uma das varandas tem vidros. Isto mostra-se ainda mais estúpido quando o prédio tem TODO varandas diferentes porque é assim de origem.

Daquela reunião resultou por maioria (dos presentes) que a vizinha tinha de retirar a cortina de vidro, como se tivesse sido um mero capricho dela.

Juro, tinham de ir parar a uma cadeira de rodas, precisar de montar estruturas elevatórias nos espaços comuns do prédio, sentir o que é uma necessidade e ver um egoísta dizer "voto não porque acho feio". Achei tudo tão triste que me levantei com a desculpa de ter mudar a fralda à cria e abandonei a reunião, deixando o PAM na sala. Não deu para partilhar o ar com tanto egoísmo.

O tempo passou, a vizinha não aceitou o pedido de retirar as cortinas e esta semana recebeu uma carta da administração de condomínio a dizer que vão avançar com uma acção em tribunal. Eu nem sei se isto é legal, podem gastar o dinheiro do condomínio assim, à parva?

Aaaah, mereciam fezes nas caixas do correio e que eu mandasse colocar uma rede de protecção neon na varanda (não é preciso autorização para redes de protecção). Se não fosse apanhada, mandava o drone do PAM às varandas com tacinhas de milho para só assim perceberem como nos afecta na higiene e no bem-estar ter uma praga de pombos em casa. [No caso de algum vizinho me ler, como é evidente, isto é uma ironia].

Entretanto, em fevereiro escrevi este post em que me deram algumas dicas. Há quem pergunte o que diz o regulamento de condomínio (no caso do nosso prédio acho que não existe um regulamento) e quem alegue que a decisão de colocar cortinas de vidro tem de ser aprovada por dois terços dos condóminos. Mas, again, à nossa excepção só compareceram na reunião os moradores contra. Os neutros ou a favor ou não se pronunciaram ou pronunciaram-se sem efeito, pois tudo isto é demasiado burocrático, um simples "a favor ou contra" por email não chega, é preciso uma procuração e eu percebo, as pessoas têm mais do que fazer. Juro que percebo. E por outro lado, outras pessoas há que não sendo da importância na vida delas, não comunicam e desconhece-se se são a favor ou contra. O que opino como desconsideração.

Acontece que este argumento de ter de ser aprovado por maioria de condóminos não chega. A lei diz que o direito à habitação condigna tem protecção constitucional. Também existe o direito a um urbanismo ordenado, mas em caso de colisão, prevalece o que se considera superior.

Entretanto soubemos de dois casos em que o tribunal deu razão a quem colocou as cortinas de vidro, exactamente casos que reflectiam o direito à habitação condigna e de segurança com menores. Infelizmente não consigo obter os acórdãos para mostrar aos vizinhos e ver se poupam o dinheiro do condomínio para ser aplicado no que realmente precisamos, como lâmpadas, pequenas obras, etc.

Portanto, preciso de um/a advogado/a que seja uma barra nesta matéria, que já tenha tido experiências semelhantes anteriormente. E preciso ainda de precedentes em que tenha sido dada razão a quem quis colocar cortinas de vidro por motivos de higiene e/ou segurança. Alguém já passou por isto?


Nota: as cortinas de vidro são painéis de vidro amovíveis que podem ser todos recolhidos a um canto ou podem ser estendidos tapando a varanda e oferecendo segurança, diminuição do ruído, higiene, etc. Não é uma marquise, isso carece de autorização de obra, isto são vidros amovíveis que não carecem de permissão para colocação, no caso da minha Câmara. A estrutura resume-se a calhas aparafusadas ao tecto e chão, colocação de vidros deslizantes nas calhas e é só. No caso de ser necessário retirar só é preciso força de braços e desaparafusadora, não existe obra. No entanto, pelo que investiguei e por ser uma coisa nova, parece não ser igual em todo o país e cada Câmara vê a coisa da sua maneira.





SHARE:
© A Maçã de Eva

This site uses cookies from Google to deliver its services - Click here for information.

Blogger Template Created by pipdig