11.4.20

Séries: Unorthodox


Trailer aqui

Ui, ui... eu nem sei o que diga, mas talvez comece por dizer que foi uma série que me deixou inquieta.

Regra geral, não gosto de religiões e esta história verídica é um bom exemplo disso. Eu sei ver que todas as religiões partem de um bom princípio, mas depois vem o homem e estraga tudo. Atenção, não é o Homem que estraga, válido para seres humanos. São mesmo os homens que estragam, que com carisma fazem as suas interpretações das escrituras, põem um rebanho a segui-los, aquela anormalidade torna-se religião, as mulheres são subjugadas, os homens são reis e todas estas histórias com características comuns de falta de liberdade e mente controlada, metem nojo.

Unorthodox é uma série muito pequena, de apenas quatro episódios. Estreou na Netflix há uns dias, com pormenores alterados para a ficção, mas é uma história verdadeira e inspirada neste livro.

Esty é judia, tem 19 anos, faz parte de uma comunidade ultraortodoxa que vive em Williamsburg, Brooklyn, NY.  Toda a sua educação é virada para a religião e para o que a religião manda. A sua missão como mulher é casar, procriar, cuidar e ter filhos em barda. Não tem TV, nunca teve acesso à internet, as mulheres não podem cantar porque é impróprio, vivem num mundo completamente bizarro à parte do resto do mundo.

O mundo dela é tão à parte que nem sabe que tem uma vagina e não sabe o que é sexo exactamente.

Na sua comunidade, os casamentos são arranjados. Quando casam, os pares só passaram os olhos um pelo outro umas poucas vezes e é-lhes dada permissão para uns minutos de conversa, para se conhecerem. Os casamentos são acordados entre as famílias e um qualquer casamenteiro manda-chuva. 

Todos os rituais em volta daquilo são... horríveis. Toda aquela forma de viver a sociedade com homens num lugar, mulheres noutro, homens a mandar, mulheres mandadas, homens com prazer, mulheres a sofrer, tudo aquilo é no mínimo revoltante. 

Até que Esty decide que aquilo não é vida.

Muito bom.



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9.4.20

Um dia mato este gajo #96



O meu marido anda a gozar-me em praça pública pelo corte de cabelo que apresenta.

Em minha defesa, segue a verdade dos acontecimentos:

PAM Maria estava há dias a protestar que precisava de cortar o cabelo. Não podendo fazê-lo no melhor spot de Lisboa, o The LOFT, ameaçou comprar uma máquina de rapar cabelo, o que fez. A máquina de 20€, claro está, não valia nem os 20€.

Note-se que durante o tempo em que ameaçou rapar o cabelo, também Maçã Maria protestou pelo facto de não apreciar o marido com cabelo à militar, pedindo-lhe que tivesse paciência e aguardasse por um corte decente. Afirmou inclusivamente "nenhuma mulher gosta de marido feio".

No WC, pronto para dar uma auto-carecada, PAM Maria rapidamente percebeu que não conseguia fazer o trabalho sozinho, pois a máquina era pouco eficaz e exigia 100 passagens para cortar a mesma estrada de cabelo.

Já com dores no braço e um WC que metia nojo aos cães, PAM Maria chamou sua mulher aos gritos, passando o pincel para ela.

É sempre ela, a coitada.

E o trabalho ficou feito, cabelo cortado por igual.

MAS, não satisfeito, sempre a viver a vida no fio da navalha, PAM Maria decidiu que desejava o cabelo ligeiramente mais curto atrás. Mudou o pente à máquina e chamou Maçã Maria aos gritos, mais uma vez.

Maçã Maria lá foi, contra a sua vontade, assumindo falta de vocação para o que lhe era pedido, avisando que era uma má ideia. Tentou fazer ver o seu ponto de vista, mas perante insistência, cedeu à vontade do queixoso.

Acontece que PAM Maria colocou mal o tamanho do pente na máquina, passou a mesma para as mãos de Maçã Maria, que por sua vez pegou na máquina com maus modos e sem olhar.

No momento em que encostou e arrastou a máquina no couro cabeludo, foi a desgraça que se vê provada em imagem.

Maçã Maria quase desfaleceu. Deu um grito como quem vê corpos em decomposição à beira da estrada de um país em estado de sítio, levando a mão esquerda à boca.

Depois, foi um mix de gritos, gargalhadas e lágrimas.


Em defesa da honra de Maçã Maria, atribua-se a responsabilidade ao queixoso.

Dá-se como provado que o sofrimento do queixoso será minimizado pela falta de contactos sociais a que a pandemia obriga, sendo que uma vez regressado ao exterior e ao trabalho a sua melena já terá sido rectificada pela natureza.

Acrescem ainda momentos de gáudio proporcionados à família por vídeo-chamada, lágrimas e dores de barriga de tanto rir, o que nesta fase de pandemia é de valor e não deve ser desconsiderado.

É saber lidar!




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8.4.20

Do divino

- Ministro, Ministro!
- Cala-te, aventesma! Até me assustaste, reles empregado!
- Desculpe, Ministro.
- Diz lá o que te traz. Desembucha!
- Deus mandou recado, Ministro.




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7.4.20

Um dia mato este gajo #95


Santa paciência, santos me ajudem que eu não estou a aguentar isto.

Muito se tem escrito por aí que estes confinamentos estão a ser um teste aos casamentos, uma provação, provas de fogo and so on. Eu que não sinto a área amorosa sequer beliscada, não posso dizer o mesmo sobre a incapacidade de meu marido em ir ao supermercado em nome da família.

Sim, o confinamento leva-me a discutir com o meu marido porque ele é incapaz de seguir apenas as instruções dadas, tem de divagar por caminhos alternativos e de cada vez que vai ao supermercado comporta-se como se fosse a primeira vez.

Serão brócolos? Será couve-flor? Enigmas da vida.

De cada vez que diz que vai ao supermercado, tremo. Reviro os olhos e começo a suspirar por antecipação. Sei que vai dar cocó. Eu conheço-o, e é até menino para pagar na caixa com o dinheiro que passa por todos, a seguir esfregar os olhos, gritar "não toques nos olhos!" e ter como resposta "mas eu não mexi!".





É evidente que assim que se iniciou o confinamento, instituí que seria eu a ir às compras, já que nesta matéria ele é praticamente inútil. Ainda assim, de vez em quando dão-se-lhe uns ares que precisa de ir ao supermercado. E as nossas comunicações são o que se vê.

Ele enche-me de ansiedade e não é injustificado.

Quando aparece, vem de pizzas congeladas, douradinhos e merdas de valor nutritivo duvidoso que NUNCA compramos. Traz pipocas carregadas de açúcar, misturas de vegetais manhosas congeladas e sem sabor que nunca comprei porque nem vale a pena experimentar. Mas a ele crescem-lhe sempre ares de "vou comprar para experimentar" apesar de eu deixar claro: stick to the list!

E hoje fiquei na cama até tarde, na ronha. Foi ele comprar legumes para a sopa. Quando chega, diz que não havia agriões, mas eu fiquei a matutar naquilo. Momentos depois, voltei ao assunto:

- Onde procuraste os agriões?
- Então, nas caixas dos legumes...
- Os agriões estão no frio juntos aos pacotes de saladas!
- Ah... não sabia...

E pronto, uma pessoa suspira, lança-lhe trovões pelos olhos, cospe que nem Belzebu, e pensa que depois do isolamento este gajo vai aprender a ir às compras ensinado nem que vá arrastado pelos cabelos.

A soprar dos nervos, a pedir paciência ao mundo, a tentar viver com esta estranha forma de vida, abrem-se os sacos para fazer a sopa: cinco pepinos em vez de courgettes! CIN-CO! 

NÃO AGUENTO MAIS!




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5.4.20

Just saying #19



Tenho saudades do que não estou a viver 




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2.4.20

Camarão na moranga



Finalmente, a receita tão desejada da Sirly, o camarão na moranga! Isto é mesmo, mesmo, mesmo, bom. Acho que fazemos esta receita quase todas as semanas.

Vamos por partes: "moranga" é um tipo de abóbora e o que têm de fazer para esta receita é comprar o tipo de abóbora comum que vemos em Portugal, é igualmente bom.

500-700gr. de camarão médio cozido e descascado
600gr. de abóbora (isto é muito a olho)
3 tomates 
1 cebola
2 dentes de alho
1 pacotinho de natas
3 colheres  de sopa de ketchup
100gr. de queijo Philadelphia
azeite
sal 
pimenta
coentros picados

Limpe a abóbora, parta em cubos de tamanho grande (mas comestível) e coloque a assar num pirex no forno.

Numa panela, aqueça o azeite, refogue o alho e a cebola, adicione os tomates picados (com pele, mas sem sementes) e deixe cozinhar por breves minutos. Tempere com sal, pimenta e adicione o ketchup. Bata com a varinha mágica e acrescente água se necessário.

Desligue o lume, acrescente o camarão cozido descascado, as natas e o queijo Philadelphia, mexendo bem. De seguida, acrescente a abóbora assada e os coentros picados.

Que maravilha! Isto com uma boa salada e arroz basmati, é de sonho.

De forma mais trabalhosa, a forma original de fazer este prato é diferente. É ter uma abóbora média inteira, cortar-lhe uma "tampa" e retirar o interior da forma possível. Levar a assar o recheio e também a casca (assa por menos tempo), proceder de forma igual no resto da receita, mas no fim colocar tudo dentro da abóbora. Cobrir a zona da tampa com mozarella e voltar a levar ao forno apenas para gratinar. Uma vez fora do forno, é servir com uma colher grande.

Fizemos da forma original da primeira vez, mas é muito trabalhosa e o recheio não cabe todo dentro da mesma abóbora. Por isso adaptámos a receita às necessidades do dia-a-dia e o sabor é igual, mas a forma original pode ser gira para servir num jantar com amigos, por exemplo.

#sirlypower




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1.4.20

Going to the movies: Knives Out


Trailer aqui

Knives Out, que filme genial!

Não faço ideia se o filme custou uma pipa de massa com este elenco ou se o elenco achou o filme tão genial que quis fazer parte dele. O certo é que está cheio de prémios e a render mais do que eu e quem me lê vamos ganhar a vida inteira.

O filme é bom demais, ficará sempre na minha memória toda aquela genialidade do enredo, dos diálogos e das interpretações. Carregadinho de sarcasmo, Knives Out é uma espécie uma espécie de Agatha Christie cheio de requinte. 

No enredo, Harlan Thrombey, escritor de sucesso e milionário, convida a família para festejar o seu 85º aniversário. É uma família disfuncional como muitas, mas para quem está de fora são de um humor maravilhoso. Pronto, são uns totós cheios de si próprios que no fundo vivem à conta dos livros que o pai vai publicando. Mas na manhã seguinte à festa de aniversário, o escritor é encontrado morto.

E mais não digo, vejam vocês se descobrem quem é o assassino. Boa sorte nisso!

Aluguei o vídeo via TV (tenho NOS).




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© A Maçã de Eva

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