7.4.16

Um dia mato este gajo #63


Para os homens, ou pelo menos para o meu marido, há uma qualquer necessidade em ter um palavrão debaixo da língua. Tentar contrariar este modo labrego de ser é extremamente desgastante, já não sei que técnicas aplicar. Um jogo de bola sem palavrões não é um jogo de bola, uma conversa com os amigos sem palavrões não é uma conversa, um desabafo sem palavrões não é um desabafo, uma alegria sem palavrões não é uma alegria e por aí fora.

Isto lembra-me os meus primos, há anos, em fase adolescente, não conseguiam falar um com o outro sem caralh@das e fod@-ses à mistura. A minha tia ficava doente e adoptou o método deles. Um dia, sentou-se à mesa para jantar em família e pediu, num tom de voz absolutamente normal:

- Passa-me o sal, car@alho.
- Ó mãe!
- Que foi, foda-se?
- Ó MÃE!!!
- Dá-me o sal car@lho! Agora falo assim, como vocês. Quando os vossos amigos vierem cá a casa, é assim que eu falo.
- Ó MÃE!!!!!!!

Cada amigo que entrava em casa, morriam de medo e certificavam-se de pedir à mãe que não dissesse palavrões.

O método da minha tia não foi infalível, mas melhorou os burgessos que havia na pele dos meus primos. Estou a pensar adoptar a mesma táctica, chegar a casa dos meus sogros, sorrir e perguntar: "então, car@lho? Tudo bem?". À mesa, direi que as vendas estão a correr bem para car@lho, mas fod@-se, preciso mesmo de descansar. Ah, con@ da m@e se este verão não vai ser bem gozado!

E ele deve aprovar, pois se professa desta religião, não terá mal fazer o mesmo junto da família.

Estou ainda a pensar criar o frasco dos palavrões. Na cozinha, deixo um frasco de vidro e por cada palavrão tem de lá meter uma nota de 50€. Se bem o conheço, o melhor é enfiar cinco mil euros no frasco logo de manhã, para render para o dia inteiro.

Ao fim de uma semana marco um cruzeiro de luxo nas Caraíbas.



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© A Maçã de Eva

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