A sério, comigo são capazes de me apresentar uma pessoa e a seguir ao cumprimento já não me lembro do nome.
Nisto, tenho uma amiga que vive fora do país e teve recentemente um bebé. Sempre que ela vem a Portugal, passa a vida de um lado para o outro, sempre a correr, quase sem gozar o país, tudo para poder fazer todas as visitas que quer fazer mais as que tem obrigação de fazer. Então, desta vez vai deixar-se disso e decidiu organizar um piquenique. Fez os convites, fica o assunto arrumado numa tarde, quem quiser que apareça.
Ontem, em grande stress e pressa para sair de uma ZARA, cruzo-me com uma pessoa que rapidamente identifiquei como a Filipa, uma amiga dessa minha amiga que vive fora. Não somos amigas, mas eu e a Filipa já estivemos juntas muitas vezes, sobretudo em festas de aniversário.
Fiz um sorriso, fui muito bem-disposta, cumprimentei, perguntei se estava boa e perguntei ainda:
- Vais ao piquenique no Sábado?
- Ainda não sei...
- Não sabes??! Então vá, pensa nisso! Beijinhos!
Fui embora com uma sensação esquisita, parecia por ela teria evitado falar-me. Comecei logo a pensar se a Filipa e a Kiki estariam zangadas, não teria sido convidada? Mas com esta idade quem é que se zanga? Eu tenho a certeza que fui simpática, mas foi mesmo muito estranho. Tenho de ligar à Kiki!, pensei.
E seis horas depois, no relax de um jantar de sushi, do nada, faz-se luz neste cérebro de minhoca:
- Eu não vi a Filipa, eu vi a Carine!
A Carine é uma cabeleireira que em tempos me arranjou o cabelo e nunca, em momento algum, privou comigo fora do cabeleireiro.
Mas respondeu-me que não sabia se ia a um piquenique que nem sabe de quem é!
Carine, filha, se me lês, olha, não ligues.