13.5.15

Os bullies

Não se vai falar noutra coisa durante o dia de hoje e nos seguintes: o vídeo em que um grupo de bullies, na Figueira da Foz, maioritariamente raparigas, mostram como se esbofeteia batendo em alguém, um colega que de forma evidente mostra que não bate em meninas.

Estes meninos de QI deficiente publicam os seus vídeos-troféu, num registo "sou muita forte". Ainda bem que o fazem, para que aquelas fronhas possam ser apanhadas e levadas à justiça.

Ontem deitei-me de madrugada antes de ver este vídeo. Deitei-me com esta merda de amostra de gente que vibra com o poder sobre os outros. São 13 minutos de violência gratuita sobre um rapaz que de mãos atrás das costas vai apanhando destas raparigas. Por ali passeia-se um outro rapaz, cobarde, que se posiciona estrategicamente no ataque para não correr o risco de a vítima se defender por justa causa. Sabendo que não se vira a raparigas e enquanto estiver atrás delas, está tranquilo.

É evidente que sabem que estão a fazer algo de muito errado com o "vem aí alguém!", interrompendo a pancadaria e espreitando para garantir se estão seguros naquele festival, longe de um adulto que os parasse.

"Um, dois, três..." é o compasso musical para ditar a velocidade das chapadas que se fazem ouvir como vidros a partir no chão, murros de punho fechado, seguidos de muitas gargalhadas de diversão, sem qualquer respeito, cuidado, educação, na ausência de qualquer valor sobre um humano.

Não tendo do rapaz que não fraqueja a reacção que esperavam, atiram-se aos testículos dele, na esperança de um grito de dor. E é aqui que ele já implora "parem com isso", quando aparece mais um fulano para lhe prender os braços e poder levar pontapés nos genitais e mais murros na cara.

Não se ouve bem, mas ele é gozado por não ter pai?

Ontem olhava e pensava no desgosto que deve ser ver um filho bullie destes, condenado a ser burro e estúpido o resto da vida. Se um filho meu, apesar de toda a educação que pudesse dar-lhe, optasse por ser bullie, eu não aguentava a vergonha e desilusão. Violência não se resolve com violência, é certo, mas filho meu ia servir de saco para descarregar o meu desgosto. Sou completamente contra a bater em filhos, mas caramba, num caso destes havia de apanhar até me cansar enquanto lhe perguntava se queria que gravasse para colocar o vídeo no YouTube, enquanto lhe dizia que ia mudar de escola para uma onde não conhecesse ninguém e todos o conhecessem, enquanto o telemóvel era despedaçado na parede. Filho meu dentro de casa não saía impune de uma coisa destas e era levado à porta de quem fez mal pedir desculpas, à vítima e respectiva família. Gravando num vídeo, claro, para poder ver todos os dias.



Não faço ideia se isto se passa dentro do recinto da escola que eventualmente frequentam, mas espero que sejam expulsos. Espero que essa expulsão faça eco em todas as escolas do país para se abrir o precedente e retirar a coragem de repetição de um episódio semelhante. Espero que por objecção de consciência os professores destas criaturas as obriguem a sair das salas de aula, recusando-se a dar-lhes aulas. Espero que estes meninos fiquem com cadastro e que isto, com a projecção que já tem e que nunca vão esquecer, lhes pese na consciência o resto da vida.

Mal posso esperar para ver estes anormais pagar pelos pecados. Já estou como o Nuno Markl: "eu não considero que as miúdas que aparecem naquele vídeo da Figueira da Foz sejam bullies. Não, bullies era o que havia no meu tempo. Estas tipas são já a modos que psicopatas".

Que revolta, nem consigo explicar o nojo que me mete este tipo de gentalha. Levam aqui com as trombas bem assinaladas em fotografia (faltam ainda os que se escondem atrás da câmara). Se conhecem estas figuras e estas vozes, peço que denunciem à polícia. JÁ! Não há tempo a perder.

Se alguém sujeito a uma coisa destas me lê, não tem mal correr e fugir, não é cobardia. Se alguém se encontra numa situação destas, de violência física ou verbal, não é vergonha pedir ajuda, é na verdade um acto de coragem. Não permitam que vos marquem pelo resto da vida, dêem um grito alto, peçam ajuda a um adulto, em casa, na escola, no café, quem estiver à mão. Estas pessoas nunca saem impunes, mas para serem ajudados precisam de denunciar.

Ao rapaz, Jorge, que infelizmente tem o FB fechado para poder receber uma mensagem, espero que saiba por esta hora que tem um país inteiro do lado dele. O que viveu não será em vão, conto que se abra um precedente que fique na história. Ou é preciso chegar ao ponto em que alguém morre pela maldade dos outros?





Constança Moura (?)



Inês Ferreira







Ao fundo, Rafa (?)



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