8.4.15

Um dia mato este gajo #49

Qual é coisa, qual é ela, que cai na roupa e ali fica até ser lavada? Não vale a pena ir com paninhos húmidos, esponjas, pontinhas de toalha molhadas, esqueçam, não sai!

É a pasta de dentes que já esteve na boca.

A pasta de dentes é para mim a representação da força e persistência, ganha sempre, fica na roupa colada a dizer aos outros "esta gaja babou-se a lavar os dentes", sobretudo em roupa escura. Este assunto só tem solução com a máquina de lavar.

E o casamento não é fácil quando é preciso dividir um lavatório. Em casa, no WC do quarto, optámos por uma bancada grande e um lavatório em vez de uma bancada pequena e dois lavatórios. Parece uma escolha interessante e óbvia, mas não o é quando se vive com o espécimen homem (criatura não pensante).

Ora, quando o homem ocupa o lavatório, eu trato de me ocupar com outras coisas e aguardar pela minha vez.

Na situação inversa, quando eu ocupo o lavatório, o homem quer ir a correr para ter de o dividir comigo. 'Esperar' é um conceito que não faz parte do vocabulário dele.

E haviam de nos ver aos dois a dividir um lavatório destes, eu a lavar os dentes sem poder dar largas aos meus gritos e mandá-lo embora, os dois às cotoveladas pelo movimento de esfregar os dentes, a espumar a cair ora na bancada, ora na roupa, eu a ficar furiosa e ele a perguntar "qual é o mal?".

Eu já cheguei a sair do lavatório e ir lavar os dentes de joelhos no bidé. É assim que este homem me trata.

Então tentei fazer um acordo com o PAM: se eu estiver no WC, tu esperas. Se tu estiveres no WC, eu espero.

Apertámos as mãos para assinalar o acordo como dois adultos responsáveis, era um compromisso de honra. Achei que a partir dali a minha higiene pessoal ia ser um assunto mais fácil. Tínhamos feito um acordo de homens.

No dia seguinte o gajo entrou em contra-ordenação.




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© A Maçã de Eva

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